31.10.01

Qu´est ce que ça veut dire?

Você capricha na maquiage, pinta os olhos, coloca até cílios postiços, sombras de várias cores, e pode até pintar o rosto com urucum que ninguém vai notar. Uma vez me pintei com urucum numa aula de danças sagradas, e esquecí de tirar a pintura do rosto. Ninguém olhou diferente, a não ser nos sinais de transito, alguns olhares masculinos mais insistentes, e que eu pensava ser uma simples paquera. Só fui me dar conta ao chegar em casa. Mas há uma exceção. Basta você estar com olhos inchados ou vermelhos, e todo o mundo vai notar, e mandar aquela perguntinha: é conjuntivite ?!!

30.10.01

Tinha uma porção de coisas pra postar hoje aqui, mas tenho trabalho amanhã cedo. E tô exausta pelo stress do dia. Fui obrigada pelas circunstâncias, a deixar o Abelardo entregue a qualquer guardador de carros que pedisse pra deixar as chaves. Preciso dar uma geral nele, e levá-lo para um banho, sua aparência já é motivo de piadinha dos meus amigos.
Agora, os olhos ...

Como se não bastasse esta gripe horrorosa, hoje, eu amanhecí com o olho direito completamente inchado, e quasi fechado. Ontem já tava esquisito, e tanto, que nas aulas de danças sagradas vieram me perguntar se eu estava com conjuntivite, mas eu achava que aquela vermelhidão dos meus olhos era por causa da gripe.

Quando me olhei no espelho, fiquei assustada com a minha aparencia. Imediatamente tratei de agitar um atendimento oftalmológico de emergência, e verificando o meu cartão do plano de saúde, constatei que estava vencido desde maio. Tive ainda que ir para o centro da cidade para apanhar um novo cartão, e depois ir para a Policinica de Botafogo, (preferi a emergência da Policlinica porque lá tem uma das melhores clínicas de olhos do RIo) onde fui atendida. Não era conjuntivite ou outro vírus, era uma simples lesão externa que estava inflamada. Tô botando compressas quentes e um colírio, o Dexafenicol, um pingo de quatro em quatro horas. E de oito em oito, continúo com Trimedal para a gripe e duas vezes ao dia, uma grama de vitamina C (sem cama). E começo agora á noite a tomar 20 gotas de Propolis e uma colher de mel, pra reforçar o tratamento da gripe.



28.10.01

Premeditando o breque

Enfim, assistí ao vivo, e na primeira fila, (comprei o ingresso na quinta) do Teatro III, o novo espaço da música do CCBB, o grupo paulista "Premeditando o breque" que eu só conhecia pelos discos ou raras apresentações na TV. Eles, além de ótimos músicos, têm uma integração de palco das melhores que eu já vi em grupo. Resultado de vários anos de trabalho em conjunto refletidas também nas músicas de um refinamento musical que passeia pelo erudito, pelo popular e pelo contemporâneo com a segurança de quem sabe o que faz. Irônicos, debochados, irreverentes, detonam todas, até o próprio trabalho. Cantaram até "Rubens" , aquela popularizada na voz de Cassia Eller. Durante toda a presentação deles, reportava-me ao final dos anos 70, ao Conjunto Coisas Nossas que em apenas dois anos de carreira balançou o coreto musical da época. E virou cult. Quem não viu, visse...
Adorei ver o Tetro III - uma espécie de bar com quatro cadeiras em cada mesa, com serviço de bebidas, petits fours, etc.- completamente lotado, a maioria era de fãs ardorosos do Premê, sabiam todas as músicas e na hora do bis no final, o público se esbaldou.

Na nossa mesa, sentou um músico brasileiro que mora na Holanda, e toca com um grupo que se apresenta por toda a Europa. Ele sabia quasi todas as músicas do grupo e dava as explicações todas das músicas, e do grupo para nós. Deu aulas de Arrigo também. Um cara super gente fina, e com altos conhecimentos de música. Encontrei lá algumas pessoas conhecidas que eu não via há algum tempo.
Foi muito engraçado, porque eu estava completamente sem voz por causa da gripe. Eu ia falar, e a voz não saia. Completamente hilário...


25.10.01

Acho que esta gripe me pegou. Tô mal. Tinha uma porção de coisa pra postar aqui, mas não vai dar. Ç´est. tou
Nosso conceito de tempo torna possível que falemos do Dia do Julgamento Final como se fosse uma efeméride. Em verdade, ele é uma côrte sumária, em sessão permanente.FRANZ KAFKA, cada dia mais atual e inquietantemente provocador.

23.10.01

Lembretes

CCBB- Centro Cultural Banco do Brasil - Tel. 3808-2020
- De quarta até domingo 28, PREMEDITANDO O BREQUE, as dezoito horas, e ao precinho de 10 reais
- Dia 26 sexta, às l7hs. Zero de conduite de Jean Vigo e Entr`Act de René Clair, e mais
às l9hs. Un chien andalou e L´age d`or" dois absolutamente imperdíveis, do Buñuel.
- Dia 27, sabado às l5,30 hs. Um dia nas corridas do genial BUSTER KEATON
- Dia 28, domingo, às l7,30hs. A estrada perdida do David Lynch.

Pretendo ver todos esses aí que eu selecionei da vasta programação de filmes e vídeos da mostra "O surrealismo no cinema". Tem palestra também com a Ivana Bentes, o João Luiz Vieira e outros, mas não vai dar pra mim. Tem também "Oano passado em Marienbad" do Alain Resnais, que eu adoro, na quinta feira, às l5,30hs.

22.10.01

Enquanto isso ...

Conseguí, gente ! Eu conseguí emagrecer quasi uns dois quilos, ou mais. Nem tive tempo de me pesar, ainda (preciso comprar uma balança, urgentemente), mas já deu para sentir pelas roupas, tá folgando na cintura.

Se eu fiz regime? Não. Foi consequencia da oficina do LUME, durante cinco dias e quatro horas de ralação braba, na semana passada. Pena que acabou.

Parfois le lundi...
Hoje, uma conversa tensa com a professora titular de danças sagradas. Faltei na segunda feira retrasada ( a passada, foi feriado no Rio, e não teve aula) e ela veio dizer que eu faltava muito, e que por isso o meu rendimento nas aulas estava prejudicado. E isso, não é verdade, eu só faltei pouquíssimos dias, neste ano. Estava nesse papo brabo com ela lá na cantina, e nisso, chega a Mestra Angel e reclamou que eu não fui à aula dela, na terça-feira passada. Expliquei da oficina do LUME, ela deu a maior força, mas no final me sai com esta: "é, eu tenho que aceitar as desculpas dela". Esta foi forte, e mexeu comigo.

Hoje de manhã, na FUNLAR, onde trabalho com portadores de lesão medular e outras dificuldades especiais, um dos adolescentes da turma nova bateu de frente comigo. Conseguí reverter a situação, e agora eu tenho que aprender a lidar com mais um problema , sem me estressar. Aliás, eu nem sei porque eu estou postando isso aqui. Não gosto de falar dos problemas do meu trabalho. Apesar de tudo, eu gosto muito de trabalhar com eles. Toda a minha formação profissional que não só a Recuperação Motora-terapia através da dança, me encaminhou para esse tipo de atendimento. Eu não sabia disso até fazer o meu estágio lá. Mas isso é outra história...
Ç`est tout !

21.10.01

PARFOIS LE DIMANCHE...

Hoje de manhã, no café, NOEL ROSA cantando Leilão do Brasil, e ORLANDO SILVA, Chuvas de verão, num programa da Radio Nacional. O Orlando Silva eu tinha ouvido há muito tempo num especial da Radio MEC, e agora este duplo presente: Noel e Orlando. O dia promete...

Á tarde, no CCBB, há quasi duas horas na fila de desistência na compra do ingresso para o show do Arrigo e Itamar, quando vieram vender dois ingressos (dois amigos de um amigo que resolveram mudar a programação). Ingresso garantido, ainda deu meia hora no cinema, dando uma espiada num filme do Buñuel.

Meninos, eu vi o Arrigo cantando e tocando "Cidade Oculta" e "Clara Crocodilo" naquele estilo muito dele, único.o paranaense que misturou atonalismo, quadrinhos, e narratuiva de programas policiais na sua ópera alternativa "Clara Crocodilo". Arrigo tem estréia marcada de outra ópera , O HOMEM DOS CROCODILOS, em novembro no CCBB de S.Paulo. O Nego Dito que está com cabelo compridíssimo e branquinho, cantando quasi todas as novas copmposições do repertório do novo disco, da trilogia intitulada PretoBrás, e apresentando sua "herdeira patrimonial e musical", ANELIS ASSUNÇÃO que está grávida de três mêses, e o Itamar não disfarçava a corujice. E com razão, ela é talentosa, e absorveu todo o estilo e a irreverência do pai na maneira de cantar e se apresentar. A Clara Bastos, mandando beleza no contrabaixo e o Paulo Braga, no teclado. No final, a platéia delira e vêm os pedidos das músicas mais conhecidas. Eu peço sempre "Filho de Santa Maria", dele e do Paulo Leminski. E não é que o danadinho dribla os pedidos, com o maior charme "eu só faço o que eu quero" e bota o povo todo a cantar uma música do Paulinho da Viola e aquela outra "Tá bichada, Zé, ou tem marinbondo no pé".

20.10.01

ARRIGO & ITAMAR NO CCBB

"São Paulo: da vanguarda ao pop" é o evento que trouxe ao CCBB, de quarta (l7) até amanhã (21), o ARRIGO BARNABÉ e o ITAMAR ASSUNÇÃO. Absolutamente imperdível. Ingressos esgotados desde a estréia. Nessa correria toda que foi a minha vida nesta semana, só hoje tomei conhecimento, quando consultei o programa distribuido pelo CCBB. Telefonei imediatamente para reservar lugar, quando soube da triste notícia. Amanhã, vou dar plantão no CCBB, usar e abusar de todas as artimanhas para tentar descolar um ingresso.

O evento que estreiou com Arnaldo Antunes, na primeira semana, e Ná Ozzeti, José Miguel Wisnik e Luiz Tatit, na segunda, vai encerrar na próxima com Premeditando o Breque.

18.10.01

LUME NA PARADA

Vivo reclamando da falta de tempo. De matar uma aula para fazer prova de outra, como foi foi o caso das aulas de flauta para fazer provas de dança sagrada, e por ai vai. E se eu disser que nesta semana, de segunda a sexta, estou faltando a todas as aulas, o que pensariam de mim? Pois é, o que está contecendo comigo.
O grupo LUME, da UNICAMP, um dos grupos mais respeitados no Brasil e no mundo, pela linha de pesquisa que eles desenvolvem na área teatral, abrangendo dança e técnicas de clown, está na city, ministrando (palavra chique) uma oficina. de segunda a sexta, quatro horas diárias, (eu disse quatro horas) com intervalo de apenas dez minutos. E os atrasos tolerados são de apenas dez minutos. Mais de dez minutos, pode voltar da porta porque não entra.

As aulas de danças sagradas, de flauta, de pesquisa do movimento com a Mestra Angel, e do meu grupo de estudos, ( agora na parte prática do trabalho, venho faltando há algum tempo), vou tentar recuperar na próxima semana, se o cansaço permitir. Nesta oficina são trabalhadas as diferentes qualidades de energia no trabalho do ator, e tome de saltos, quedas, rolamentos e que tais durante quasi três horas consecutivas. Depois disso, temos apresentações individuais, isto é, pagamos os micos todos que temos direito, no palco improvisado.

16.10.01

hip hop entrou na roda pião

Grand foyer, 1er. sous-sol au Centre Georges Pompidou à Paris, estava eu lá para assistir a mostra de " vidéo danse" como fazia diariamente (de 9 novembre - 19 Décembre de l994, um significativo painel da dança classica, neo-classica à contemporânea, mostrando o que havia de melhor no mundo da dança de todas as épocas - e de gratis), quando estranhei " l´ambiance" naquela tarde. Um público completamente diferente dos habituais frequentadores do lugar, dominava o pedaço. Eram adolescentes, daquela galera barra pesada que ronda ali pelo Les Halles, com representantes de quasi todas as raças como africanos, indianos, arabes, chinêses e outras não identificadas. O que mais me impressionou, foi a perfeita integração entre eles, como se todos fossem uma raça única. A diferença racial, social, politica ou qualquer outro tipo de discriminação parecia inexistente para aqueles adolescentes.

Começou o primeiro filme, e eu já temia pela reação da galera, mas surpreendentemente eles assistiram até comportados, o primeiro e o segundo filme. A reação veio no terceiro, quando nada nem ninguém segurava a explosão de berros, uivos, assobios, passando da reação à ação, os mais animadinhos dançavam imitando alguns movimentos dos bailarinos, numa explosão de alegria com tudo o que tinham direito. Nome do filme ? hip hop, you don´t stop, um clipe de menos de quinze minutos, focalizava a dança de rua do Brooklyn, do Bronx, do Harlem, mostrando, além de ótimos dançarinos, uma especial performance de um bailarino que, no meio da roda, dançava de ponta cabeça, dando dezenas de voltas, sem encostar as mãos no chão. Ele girava e rodava como um pião só pelos movimentos da cabeça, num uso corporal absolutamente fantastico, e com a maior competência na qualidade dos movimentos. É claro, que eu fiquei completamente embevecida com tamanha façanha. Nome da fera: KWIKSTEP, dançarino de rua do grupo americano Rock Steady Crew, uma espécie de embaixadores da cultura hip-hop.

Acabado o clipe, a galera em pêso, abandonou a sala.
A partir desse fato, começou o meu interesse pela cultura hip-hop, que não é apenas um movimento cultural com reflexo na dança, na música, no modo comportamental na maneira de se vestir, etc...mas é sobretudo, um movimento politico protagonizado por essa juventude da periferia das grandes cidades do mundo. Aqui no Brasil, esse movimento vem crescendo e tem vários nomes, os funkeiros, rapers, entre os mais conhecidos.

Fiquei com vontade de contar esta história por causa do filme Scratch que eu vi no festival.
Blah Blah Blog, da querida vizinha Flavia Durante, jornalista e DJ nas horas vagas, quando não está blogada, completou na semana passada, um ano de vivência. Em matéria de blogs é muita coisa. Flavinha, o primeiro blog a gente não esquece. Parabens, e tudo de bom e do melhor para ti.

15.10.01

Bem, continuando aqui a listagem dos filmes que eu ví no Festival:
FLUFFER - NOS BASTIDORES DO DESEJO, filme americano, dentro da polêmica Mostra Gay, deste ano. Queria ver "Princêsa" e "A Garota", mas esgotaram os ingressos todos na primeira semana, e assim só foi possível assistir êste "Fluffer" e "A confusão de gêneros" na repescagem, no Estação Paissandu.
"Fluffer" é dirigido por Richard Glatzer, da nova geração de cineastas americanos, conquistou vários prêmios em Festival Gay, e neste filme apesar da história narrada ter como pano de fundo os bastidores dos filmes pornôs - é a história de um agitado triângulo amoroso: um ator, heterossexual, de filmes pornôs, viciado em sexo e cocaína, a namorada dele, uma stripper e um jovem câmera da produtora dos tais filmes - tem um tratamento cuidadoso, sem apelos à vulgaridade e exagêros dos filmes do gênero. Com exceção do ator principal, o naipe de atores masculinos não empolga pelos dotes físicos, e nem pela interpretação. Filme fraquinho, com um final mais do que previsível.

SCRATCH, escolhi este filme pelo movimento cultural hip-hop que vem ganhando fôrça no Brasil e no mundo, e não só na parte musical, mas principalmente na dança (street-danse). Dirigido por Doug Pray, da nova geração de diretores americanos, é o segundo longa desse diretor. O filme é sobre
DJs, MCs, como são chamados os "vitrolistas" , aqueles que inventam um som, arranhando as pick-ups. Flavinha Durante, a minha vizinha blogueira, entende do assunto, e até entrevistou um rapper que já tirou som de cuica, de pandeiro, etc. No filme, apresentações ao vivo, e depoimentos de "Africa Bambaataa", DJ Shadow, e outros banbans do movimento, desde o seu surgimento nos anos setenta.
Eu, sempre pensei que aqueles discos arranhados poderiam ser de qualquer artista, qualquer som. Ledo e cego engano. Uma dessas feras, tem quatrocentos mil discos (a legenda dizia quatrocentos mil discos), no porão da sua casa, incluindo preciosidades jazzísticas dos anos 30. E sobram farpas para os colegas que não pesquisam os discos. Todos os entrevistados, sem exceção, se gabam da extensa pesquisa musical que eles realizam. Outro detalhe digno de nota. Varam dias, noites e madrugadas, só para treinar a habilidade no manuseio das vitrolas.

Et, alors, ç´est tout mes enfants. Je suis pleine de films. Voilà.

14.10.01

HERÓI ACIDENTAL, filme checo, sobre os horrores da ocupação alemã numa pequena cidade, durante a Segunda Guerra Mundial, revelou para mim o diretor checo JAN HREBEJK. Pela direção, pelos atores, pela abordagem sensível e poética sobre um tema pesado, foi o melhor filme de todos os que eu vi.

MULHOLLAND DRIVE, fui ver pelo diretor, o DAVID LYNCH (sou fã dele desde "Veludo Azul" e "Coração Selvagem"), mas não chegou a me empolgar. Não entendi o roteiro, um enredo complicado demais, e eu não entendí. Fiquei perdida, mas vale pela direção, pelos atores. Foi um dos mais disputados pelo público. O filme ficou retido na Alfandega e só passou no final, na repescagem, no Paissandu.

A CONFUSÃO DE GÊNEROS, filme francês dirigido por ILAN DURAN COHEN, da novíssima geração de diretores francêses. Uma historinha de amor e romance nos tempos pós modernos. Laurence ama Alain, que é amado por Christophe que é irmão da ex-namorada de Alain que se apaixona por Marc, um perigoso bandido que é apaixonado por Babette que vai se apaixonar também por Alain, quando este banca o pombo correio a pedido de Marc. Alain que mora com Christophe, acaba hopedando Babette por quem se sente atraido. Laurence engravida. Alain acaba casando com ela, mas continúa morando com Christophe e Babette. No final nasce o filho de Alain e Laurence, e ainda no hospital, esta conclui que não tem a menor vocação para ser Mãe (ela é uma bem sucedida advogada e o Alain, também advogado trabalha com ela), e sugere pagar uma pensão para Alain cuidar do filho de ambos, que neste momento está no colo de um embevecido Christophe. Babette acaba ficando com um ex-presidiário, colega de Marc na prisão. O Marc foi o único que se deu mal na história. Continuou na prisão, e tentou o suicidio. O filme é leve, engraçado, com ótimos atores e direção, idem.

SEXO POR COMPAIXÃO, filme espanhol, dirigido por LAURA MANÁ, é a historia de Dolores uma bondosa senhora obesa, abandonada pelo marido que não aguenta tanta bondade. Depois disso, ela decide pecar, e vai dormir com um homem. Só que o pecado se transforma em mais um ato de bondade, e ela sem saber acaba salvando a vida do tal homem. A historia se espalha e a tal da Dolores acaba dando para quasi todos os homens da cidade. Enfim, é uma historia louquíssima, associando o sexo a um ato de bondade. Será isso? Não entendi muito a história. Está mais para uma alegoria, uma fábula, um conto de fadas, sei lá, mas o filme não tem um destaque estilístico para eu poder me situar melhor.

13.10.01

Os filmes que eu assisti no Festival do Rio BR 2001:

JANELA DA ALMA, documentário de João Jardim e Walter Carvalho. Um olhar diferente para os deficientes visuais com imagens inusitadas, alternando os depoimentos dos dezenove entrevistados que vão de Hermeto Paschoal, Marieta Severo, José Saramago, Wim Wenders, entre outros, ao famoso fotógrafo cego, o esloveno Evgen Bavcar, que esteve aqui em abril no CCBB no ciclo de conferências "O homem máquina".

NEM GRAVATA NEM HONRA, outro ótimo documentário do mesmo autor de "Nós que aqui estamos por vós esperamos", o Marcelo Masagão, discute as diferenças entre homens e mulheres. Até aí nada demais, não fossem os depoimentos de pessoas de uma cidadezinha do interior de São Paulo, Cunha, com dezoito mil habitantes. E o inusitado é a reação das pessoas quando assistem no vídeo os seus depoimentos, isso tudo filmado na hora, sem truques, com um resultado surpreendente.

Das peças filmadas de SAMUEL BECKETT, mostradas pela primeira vez no Brasil, assisti três delas:
A ÚLTIMA GRAVAÇÃO DE KRAPP, direção de Atom Egoyan, nasceu no Cairo, mas faz filmes no Canada. A peça toda filmada numa sala, um escritório, do personagem ( o velho Krapp, numa interpretação brilhante do ator John Hurt ) que no dia de seu aniversário, ao completar setenta anos, revê decisões tomadas no passado, a partir de gravações feitas quando tinha trinta e nove anos. O diretor pegou pesado,23:05 12/10/2001 e a solidão humana está lá na sua mais completa tradução.

WHAT WHERE, é dirigida pelo irlandês Damien O´Donnell. A peça tem quatro personagens, sendo três interpretados pelo mesmo ator, com o mesmo figurino. Os personagens são interrogados o tempo todo com a mesma pergunta sobre um crime sem resposta. O tema " é sobre a tênue linha que separa o ato de interrogar do ato de ser interrogado". Esta é a interpretação do texto escrita naquele programa fajuto do festival. Eu não concluí nada. Gostaria de ler este texto. Vou procurar.

OHIO IMPROMTU, é dirigido por Charles Sturridge, e eu veria mais dez vezes, se tivesse essa chance, pela interpretação do genial, do lindo, do todo bom JEREMY IRONS, fazendo simultaneamente dois personagens, o que lê e o que ouve. Beckett puro. Se eu entendi, ou melhor a minha leitura do texto é que não tem leitura, ou melhor dizendo aqui para mim, não entendi lhufas!

12.10.01

Festivaleira

Não sou cinéfila, e, decididamente, cinema não é a minha praia, mas há uma cultivada e prazeirosa exceção: festival de cinema. Sou festivaleira assumida, aquela que disseca trocentas páginas da programação do festival, que enfrenta filas quilométricas, a qualquer hora do dia ou da madrugada, na luta pelo ingresso daquele filme raro, e sem previsão para entrar no circuito normal, que usa e abusa de todas as artimanhas para tamanha façanha. E, entre as recompensas, elas podem acontecer no prazer da descoberta daquele diretor ou ator genial que ainda não foi descoberto pela mídia, ou com aquele filme de um país sem tradição na área, e que pode nos surpreender. Devo confessar envergonhada, que eu só descobri o genial BUSTER KEATON, num festival, há quatro anos atrás.

Além disso, tem a badalação dos festivais. As festas oficiais não me atraem. É o momento caretice dos festivais, quando as múmias todas da chamada classe artística, saem dos seus sarcófagos, e tomam conta do pedaço, contaminando l´ambience com cheiro de naftalina misturada com perfume francês falsificado, e idéias, idem. Eu gosto das festas particulares - os bastidores de tudo o que rola num festival.

Este ano, por falta de tempo, só assisti alguns filmes, a partir da segunda semana do festival, dois ótimos curtas na Casa de Ruy com direito a debate com os autores, um filme de "vitrolistas" americanos, e alguns da "repescagem" no Paissandu. Cinema, agora só no próximo festival.

7.10.01

Só uma blogadinha rápida. Tô assistindo alguns filmes do Festival do Rio, hoje pretendo assistir dois ou três, inclusive uma peça teatral de Beckett. E ainda vou assistir Suburbia peça de sucesso em Sampa, e que estava no Rio (hoje é o ultimo dia) em curtíssima temporada, dirigida por um querido amigo, o Francisco Medeiros.
Os arquivos sumiram, mas não vou esquentar com isso agora...
Há mais de uma semana fora do ar. Afogada em template. Esta semana ficou na história deste blog. Voilá.