25.8.01

Amanhã, é o dia do meu aniversário. Não decidí ainda o que vou fazer. Só sei que vamos comemorar com um piquenique no Parque Lage, no dia 28, os aniversários do mês no meu grupo de estudos, o meu da Clarissa e da Toquinho. As minhas amigas do Leme também aproveitam para comemorar o meu e o da Lígia que aniversaría no dia 4 de setembro, mas ainda não se manifestaram. Vou batalhar essa comemoração. Faz um tempão que a gente não se encontra.
QUESTÃO INDÍGENA 3

Para completar a overdose de emoções do dia, ao chegar em casa, vim para o cumputer, abrir a correspondencia e dar uma passadinha no sítio de alguns vizinhos bloqueiros que eu visito diariamente. Fui direto para o Catarro Verde - o blog que denunciou o plágio do discurso do ACM, amplamente discutido nas primeiras páginas de todos os jornais brasileiros e até do exterior. Anárquico, irreverente, debochado, é o weblog
mais lido, discutido e comentado do momomento. E o seu criador é o encapetado Sergio Faria
http://catarro.blogspot.com

e não é que o danadinho voltou a postar sobre ÍNDIOS e ANÕES! E um dos primeiros posts da quarta-feira, às seis e quatorze da madrugada, explicando entre outras coisas, "o C.V. não tem nada contra índios e anões, nem encoraja preconceitos. Só faltava!"

Teve um segundo post, uma hora depois que é um primor de tudo - da criatividade à sacanagem. Merece uma transcrição na integra, voilà :

" Ruth Mezeck botou os CREGS (copos de requeijão e geléia que eu joguei fóra) pra correr. A alta diretoria da ABICREG (Ass. Brasileira dos Inimigos de Copos de Requeijão e Geléia) interrompeu a tradicional sessão de filmes de sacanagem em Super-8 para cantar parabéns. Não é sempre que interrompemos, principalmente, quando o filme é da Vanessa del Rio levando uma tripla penetração com anões e índios.
Nosso diretor social-recreativo Tarcísio Mineteiro declamou um poema parnasiano de Olavo Bilac, tendo sido expulso debaixo de insultos. Foi consolado pela Assessora de Relações Públicas da ABICOMAT, dona Bucetildes do Rego Penteado que lhe serviu um suculento ensopado de xaninha " posted by Sergio Faria at 7,02 AM

E eu vaidosa que sou, fiquei toda boba também por aparecer lá com um link para o meu blog. Li e relí toda contente. Achei super engraçado, e dei boas gargalhadas. Cheguei a consultar o velho Caldas Aulete para saber o que era "xaninha", mas não constava lá. ( Desconfiava do significado e tive a certeza hoje quando lí um poema , de um poeta popular de Belém do Pará, postado hoje lá no Catarro). Passada a euforia, um tempo depois é que eu fui me tocar. E não é que esse tinhoso do Sergio Faria me sacaneia legal, e ainda bota na história, um" diretor social-recreativo" que "declamou um poema parnasiano de Olavo Bilac". Por tabelinha, me chama de antiga e demodée.

Eu mereço. Estou pagando o prêço da minha ousadia. Eu sabia que a parada ia render, e pensei muito antes de enviar o e-mail. Agora é rezar para a Santa Edwiges, para o Santo Expedito (que estão na moda agora, segundo o site em questão) e pedir que ele se acalme e me dê uma trégua.
E teve mais. Na quinta-feira, um dos primeiros posts do dia, era essa gracinha:

"Não confunda idiossincrasia com índio sem casinha" posted by Sergio Faria at 7,53 AM



24.8.01

QUESTÃO INDÍGENA 2

E da Urca, corremos (literalmente, no trânsito louco do Rio, do final de tarde) para o Leblon, até à Livraria Argumento, onde estava acontecendo o lançamento do livro de KAKA WERÁ JECUPÉ, "Tupã Ten o ndé" - a criação do Universo, da Terra e do Homem segundo a tradição oral Guaraní. Chegamos lá às 21 hs. e a fila de autógrafos já era respeitável. Gente de todas as idades, tendencias e procedencias, uma galera lá da Angel, e até a Carla Camurati. Gostei de saber que ela é também interessada na causa indígena.

Às dez horas, a festa prometia ! Um coque de responsa, com destaque para um doce indígena- uma frutinha parecida com ameixa e recheada com um pedacinho de côco. Uma hora lá, a Claudinha e o Deo, do meu grupo de estudos, iniciaram uma dança indígena com a adesão de alguns dos presentes. Foi a deixa para o Kaka interromper os autógrafos, pegar o chocoalho e botar o povo todo pra dançar ! Aquela fila imensa dando voltas pela livraria dançando e cantando músicas indígenas foi surpreendamental demais!

Uma pausa para descanso dos bailarinos, e meia hora depois, na rua, em frente à Argumento, uma fã veio prestar uma homenagem ao Kaka, dançando com tochas de fogo uma dança lá, não sei de que tribo, numa performance bastante aplaudida. E aproveitando a ocasião, alguns dos presentes continuaram dançando mais um pouco ali na rua. Kaka voltou para a mesa dos autógrafos, e eu saí de lá quasi meia noite, e a festa continuava animada.
Comecei postando na quinta e acabo na sexta !
QUESTÃO INDÍGENA 1

Ontem, á tarde, nas escadarias em frente ao Forum de Ciencia e Cultura da UFRJ, a agitação e o clima todo estava mais para show de artista pop do que para uma palestra de LEONARDO BOFF e AILTON KRENAC falando sobre "A condição indígena no Brasil". Marcada para começar ás l8hs., quasi duas horas antes, as escadarias estavam repletas. Eu e as meninas do meu grupo de estudos, primeironas, chegamos as quatro e quinze. Isto porque as senhas seriam distribuidas a partir das cinco horas e o convite na mão, não era garantia de ingresso. A lotação dos 220 lugares do Salão Pedro Calmon, seria por ordem de chegada. Às cinco e vinte ( a fila já quasi completava a lotação ), foi aberto o Salão e não teve distribuição de senha, foi direto com a apresentação do convite.

Por mais de duas horas, uma platéia das mais heterogeneas - de jovens estudantes universitários, professores, intelectuais, artistas, tiétes, modelitos e que tais, ouviu atenta e respeitosamente os dois palestrantes.

Leonardo Boff, que eu nunca tinha assistido ao vivo, me ganhou de cara pela expressão corporal, falando em pé, o tempo todo. Falou pouco, com rápidas passadas sobre o seu livro de contos dos povos indígenas brasileiros, "O casamento entre o céu e a terra", e passou a bola para o índio do Brasil e do mundo, o Ailton Krenac, a estrela da noite. Aplaudido em pé, no final.

Saí de lá com o pleno sentimento de humanidade e a consciencia do quanto temos para aprender com aqueles que vivem em comunhão com a natureza, essa sabedoria ancestral, o que eles têm para nos ajudar a compreender o mundo. Enfim, estou refletindo sobre as palavras do Boff quando disse: " Nós que somos os primitivos, eles são contemporâneos "; " São 300 milhões de indígenas no mundo, são povos altamente civilizados, sofisticadamente civilizados, embora tecnologicamente atrasados". "Avançados são eles, nós somos os bárbaros, os genocidas e criminosos"
Ailton Krenac, kren significa cabeça e naque significa terra - cabeça da terra é o nome da tribo Krenaque, descendente dos antigos índios Botocudos, viaja o mundo todo, trocando informações e experiências, e concluiu "japoneses, ingleses, americanos, italianos, são todos iguais, se der
eles dissipam os vizinhos". " O grande problema é o egoismo, a capacidade de sair de si mesmo e ver o outro". Falou sobre uma tribo ao norte do Japão, os ainos, que foi pràticamente dizimada. (Eu não sabia que no Japão, tinha índios!). Sobre a solução politica para o índio brasileiro: " Sempre foi pensada uma politica , achando que o índio ia acabar ", "Tenho vergonha de no século 21 estarem pagando um pelotão de pessoas para pagear os índios "!

21.8.01

Ouvido no noticiário da Radio Nacional, hoje de manhã cedo, " é um crime hediondo e os responsáveis pela organização da festa serão penalizados ", assim falou o delegado-chefe da Delegacia de Entorpecentes de Brasilia, sobre uma festa no Campus da PUC, naquela capital, onde os estudantes teriam fumado maconha. A definição de crime hediondo era enfáticamente repetida durante toda a entrevista.

Taí, eu não sabia que fumar maconha era um crime hediondo. Mas eu gostaria de saber como o tal delegado definiria aquele famoso crime, quando cinco adolescentes decidiram incendiar e queimar vivo, um inocente índio que dormia num banco no ponto de ônibus.

Irônicamente, o crime aconteceu quando era comemorada a Semana do Índio, com a presença em Brasilia de representantes de várias tribos, daí a repercussão maior do caso. Galdino, o índio assassinado, era representante da tribo dos Pataxós, e nunca havia saído da sua aldeia.
Pô, levei um fóra do meu vizinho blogueiro, http://catarroverde.blogspot.com. O cara postou lá "Tem gente mais chata do que índio " ? É claro, que eu reclamei por e-mail e ele me mandou "desencanar" ! Ah, não desencano! Se voltar a postar lá índio e anão da forma que ele postou, eu vou encarnar! ...
Amanhã,a partir das 20 hs. na Livraria Argumento, no Leblon, o lançamento do livro de Kaka Werá "Tupã Ten on dé" a criação do Universo, da Terra e do Homem segundo a tradição oral Guarani. Imperdível.
E tem também Leonardo Boff na UFRJ, palestrando sobre cultura indígena, às l8 hs.
Pretendo ir nos dois.

20.8.01

Essa não ! Perdi tudo novamente. Ainda não aprendí. Não entendi que merda fiz eu desta vez.
Hoje não é o meu dia para escrever. Ainda nem jantei , e estou aqui ralando para conseguir postar e acontece isso. Voilà!
Escrevi um longo texto sobre a peça "Penélope" que eu fui assistir hoje no Villa Lobos, sobre a festa de ontem (sábado) com o meu grupo de estudos lá na casa da Rute, na Rua Perí, e não é que a anta aqui ainda não aprendeu direito a passar do bloco de notas para postar aqui e mifu. Merde ! Voilà. Deu pra mim, vou domir ... terei um longo dia, e espero que calmo ...

18.8.01

Eta, semanazinha complicada ! Ainda bem que está acabando. E para completar, hoje á tarde, o expediente foi suspenso porque os rapazes do movimento (leia-se os donos do Morro dos Macacos, em Vila Isabel) e a polícia, teriam um acêrto de contas. A polícia iria invadir o morro hoje á tarde, e haveria troca de tiros.

Os gentís rapazes, numa visita informal, hoje ao meio-dia, à FUNLAR (localizada na rua em frente ao Morro dos Macacos), foram comunicar o fato à direção desta instituição, e pedir encarecidamente o encerramento das atividades no expediente da tarde.

A direção acatou prontamente as ordens, digo o aviso, e logo após o almoço, as kombis e seus motoristas estavam a postos para levar os cadeirantes ( os usuários de cadeiras de rodas). E as mães que chegavam das mais distantes e diferentes regiões da cidade, trazendo os filhos para o atendimento, tiveram que voltar da porta.

Depois disso, os atendentes todos - médicos, professores, recreadores, monitores e outros que trabalham diretamente com o usuário e mais os funcionários da administração, foram encerrando o expediente do dia, agindo como se fora um dia normal de trabalho. A diferença de um dia comum para o dia de hoje, estava expressa no olhar e no movimento corporal dessas pessoas:
o vívido sentimento de impotência.

13.8.01

Gente, e não é que funcionou ? Me aguardem, estou ficando cada vez mais audaciosa !...
Daqui há pouco tenho que ir trabalhar e tô aqui blogando. Experiências com o tal de template. Se sair modificações outras no layout aqui, funcionou .. . tchan... tchan... alea jacta est ...

12.8.01

POEMATEMAGIA

Na quarta-feira á noite, recebí um telefonema especial do meu amigo e conterrâneo, o poeta e dramaturgo CAIRO ASSIS TRINDADE, um dos precursores da poesia performática no País, além de professor de literatura e agitador cultural da city, convidando para uma festa no Bar Blue Angel, em Copa, na sexta-feira á noite. Pelo que eu entendí - ele estava a mil, falando rápido, como sempre, a noite seria de poesia, dança e aquelas divertidas e concorridas badalações que ele costuma promover na noite. Em nenhum momento falou em lançamento de livro. Fiquei contente com o convite e prometí comparecer.

Na sexta-feira, acordei às seis e meia da madruga. Trabalhei o dia inteiro. Cheguei em casa, exausta, às seis horas, e fui dormir. Acordei às oito, e fui direto para o meu recreio. Conectei e fiquei lendo os jornais do dia, e no JotaBe, na coluna do Ricardo Boechat, estava lá com destaque:
Cairo Assis Trindade autografa Poematemagia
Caramba ! Foi assim que eu fiquei sabendo do detalhe principal da festa.

Bem, tchê, depois dessa, entrei numas de pensar na roupa que eu usaria e toda a montagem á altura da festa, e acabei ficando em casa. Como diria a minha ex-analista: pura sabotagem do meu inconsciente. Hum... será que foi isso mesmo ?...

Agora, eu estou criando coragem para telefonar ao Cairo, não só para agradecer o convite, mas para saber do livro. Da festa, não quero saber nenhum detalhe.
CAMINHANDO DE COSTAS NO MARACANÃ, a minha musculatura posterior agradece penhoradamente o benefício !

Ontem e hoje de manhã fui andar no Maracanã, estou precisando intensificar essas caminhadas. Boa parte do percurso em volta do estadio do Maracanã, eu ando de costas, trabalhando os musculos posteriores que não trabalhamos quasi nunca.
Com esta história de almoçar no trabalho, estou comendo até carne vermelha, sucos e sobremesas e tudo o mais que eu tenho direito. Além disso, a comida é ótima! Adepta há cinco anos da dieta higienista, estou agora comendo de tudo, com exceção de embutidos. Os meus amigos custam a acreditar, porque quando saimos para almoçar ou jantar, eu sou aquela que leva horas escolhendo cardapio. A dieta higienista não mistura carbohidratos com proteinas em uma mesma refeição, não come fruta ou doce depois do almoço ou jantar.Não bebe água antes, nem durante as refeições, sòmente uma hora depois e respeita um mínimo de tres horas de ciclo alimentar. Em suma eu sou o terror dos garçons. O fato é que eu dei um tempo na dieta higienista, mas preciso me cuidar porque eu tenho tendencia a engordar.
Eu tinha um texto imenso para postar aqui e perdí tudo nessa confusão de passar do bloco de notas para o blog. Merde!
Ainda acho estranho o fato de estar escrevendo aqui, e isto ficar ao alcance de qualquer pessoa... ainda não assimilei bem esta história ... voilà...

9.8.01

" O primeiro e o depois " de Mario Quintana

Navegar primeiro, aportar depois.
Viver primeiro, aportar depois.

7.8.01


JORGE AMADO - O PELÉ DA LITERATURA.

Outro igual, nem daqui a cem anos.

"Hoje a sensação é de que estamos em um palco, interpretando uma cena. Eu chego junto ao caixão e não consigo ver o meu pai. Ele viveu muito feliz, detestava o fato de ser velho e a idéia da morte, e isso o amargurou muito nos últimos anos de vida.", disse Paloma Amado em uma entrevista ao JotaB.

"Ele andava muito deprimido nos ultimos anos, porque não conseguia ler mais", falou a neta, filha da Paloma, numa entrevista que eu ouvi hoje de manhã cedo na Radio Nacional, daqui do Rio.

E como diz o sábio Dr. Drauzio Varella, a natureza é impiedosa, não respeita as virtudes da pessoa.
Experiencias com o blog, escrevi o texto no Word Pad e copiei aqui no blog ! Legal !
O que não me mata me fortalece, assimfalou Frederico, o Nietzsche.
O que não me mata me fortalece, assimfalou Frederico, o Nietzsche.

5.8.01

Pô, agora às segundas tenho que acordar mais cedo ainda. Tenho que estar às sete e meia na FUNLAR. Terei um atendimento individual no primeiro horário, e só a preparação do espaço físico
leva quasi meia hora ou mais, se bobear. A nossa sala (do nucleo Angel Vianna) no quarto andar está ocupada nesse horário, e tenho que preparar outra sala em outro andar ...
E no más, é como diz o Hamilton Vaz Pereira, O VERDADEIRO HERÓI DÁ GARGALHADAS SÓZINHO !

Tinha uma porção de coisas para postar aqui, mas não tá dando ...