15.12.03

Falando em fotolog, aqui o endereço do que pretende ser um, algum dia, talvez quem sabe eu aprenda a ser uma fotografa não tão boa quanto ela.
mezeck's fotolog
sassah's fotolog
album de fotos



Fanzices ... roubei essa maravilhosa foto do Mosca e da Tutu lá do fotolog da Familia Gato

18.11.03

Lua Negra

Falando no gato Mosca, aproveito a deixa para falar de uma gatinha, e um fato acontecido em agosto do ano passado, tendo como personagens principais o meu sobrinho Ernesto e a Lua Negra -- uma gatinha de rua quasi recém nascida, quando foi encontrada por ele num findi lá em Friburgo, assustada e machucada se escondendo debaixo das rodas de um caminhão. Desde então ele é o feliz funcionário da gatinha Lua Negra.

Eu tinha ido com ele e seus amigos, todos adolescentes, assistir um show no Canecão, e na volta ao deixá-lo em casa, ele não conseguiu abrir a porta, estranhamente trancada por dentro. Fato no mínimo estranho, já que não tinha ninguém em casa e seus pais estavam viajando. No dia seguinte, o chaveiro teve que abrir um buraco na porta para abrir o ferrolho. O Ernesto logo desconfiou da Lua Negra, mas ninguém acreditou nessa possibilidade.

Três ou quatro dias depois estava desfeito o mistério. A Lua Negra que é chegada a umas performances acrobáticas, saltitava alegre e feliz pela casa toda, e de repente, num salto preciso no corredor, está diante da porta de entrada com a patinha levantada certeiramente para alcançar nem preciso dizer o quê. Até hoje o ferrolho é envolto em fita isolante bem grossa para não girar nessas divertidas performances da safadinha.

17.11.03

Ai... ai... ai... não sei o que deu nesse template aqui que não tá pegando link na página, mas tá aparecendo no post editado direto no blog. Voilà.

16.11.03


O gatinho mais lindo da blogosfera, o MOSCA, mais conhecido pelo codinome de Canalha Amarelo -- membro da ilustre Familia Gato.
Aviso aos navegantes
Tô voltando para postar aqui nesse meu bloguinho de estimação. Esse foi o meu primeiro blog.
Uma novidade: desde ontem estou de banda larga. Uma semana confusa e tumultuada por conta da instalação do bicho. Nem acredito que eu posso navegar e blogar á vontade sem me preocupar com a conta do telefone.
E, nessa faina toda, além de outras providências inerentes, eu tive que mandar reformatar o computer. E cada vez que isso acontece, os técnicos instalam um monte de penduricalhos e somem com os meus arquivos mais importantes. Desta vez foi a minha pasta de arquivos pessoais com os e-mails todos que eu recebí e enviei e os não enviados que estavam separados para responder. Peço desculpas aos amigos que me mandaram e-mails e estão ainda sem resposta. Estou tentando recuperar essas pastas. Voilà.

Tenho muita coisa para postar aqui e no outro blog, mas não tá dando. Tô aqui enroladíssima.
E haja hoje para tanto ontem, como versejou o poeta Leminski. E eu ùltimamente não estou cabendo em mim de tanto ontem que ficou para hoje.
C'est tout par aujourd'hui. À demain, mes enfants.

11.10.03



Trenzinho bão esse... assim é se lhe parece ...
Sabe onde rola essa festa ? Eu conto aqui no
Teatro ETC & Tal.

5.10.03


Peer Gynt de Ibsen -- estudo para montagem, já está em cartaz
Detalhes da estréia aqui no Teatro ETC. & Tal.Se não for lá não saberá do acontecimento dessa minha vida de atriz -- bissexta, é verdade. Mas com uma peça e um filme em cartaz. Nada mau.

28.9.03

Padilha do Cena Paulistana & Cia. não reclamem queridos! Vou continuar postando nos dois, nos três ou quatro blogs, aqueles posts importantes -- para mim.Quem vem aqui no @rtimanhas difícilmente vai no Teatro ETC & Tal.
Até hoje eu não consigo entender muito bem o porquê dessas preferências.
Adivinha quem não vem para o jantar, aos sabados e domingos de outubro?
O link direto no post não funcionou. Rala e rola um pouquinho até chegar onde diz:
"Estudo para montagem, Peer Gynt de Ibsen". E lê até o final, e depois não venha me dizer que não sabia!...

27.9.03

Óia eu aqui nas telas: O SIGNO DO CAOS

O SIGNO DO CAOS:O ANTIFILME DE ROGÉRIO SGANZERLA está sendo apresentado no Festival BR.
Eu participei como atriz desse filme em maio de 1997. Eu caprichei no visual anos 50. Se a minha participação não foi muito cortada vai ser bem legal. O Rogério levou mais de sete anos para terminar esse filme. Nunca vi nem em copião. Cinema não é a minha praia, mas resistir a um convite do Rogério Sganzerla, quem há de.

Passa na segunda feira às 19 hs. no Cine Odeon BR na Cinelandia.


22.9.03

Papo na Redação do Comunique-se, adivinhem com quem

Famosa jornalista e blogueira, além de premiada autora teatral vai estar na próxima quarta-feira, dia 24, às 15 hs, no Comunique-se o maior portal de jornalistas do País, para um bate-papo informal com
os leitores.
Para quem ainda não sabe, foi ganhadora do Prêmio Mambembe Infantil 1986, pela autoria da peça Um, dois, três e já... No ano anterior, quatro indicações para o mesmo Mambembe, pela montagem da peça Sapomorfose com cenários do Millôr Fernandes. Detalhes do histórico dessas premiações aqui nos arquivos implacáveis do Artimanhas.
Acertou quem pensou nela, a nossa queridíssima Cora Rónai.Nesse horário estou dando aula no trampo, mas gostaria de poder estar lá para fazer algumas pergunas óbvias, mas necessárias à autora de reconhecido talento e competência, que depois de uma breve e promissora carreira abandonou o teatro.

17.9.03

Pelo Gerald, não pela bunda
A cultura brasileira faz votos para que a justiça não se impressione com a parte de trás caída e sem graça do Gerald Thomas, mas com a divertida bunda dos versos de Drummond. A bunda de Grald não deve ser exibida em público. Aliás, nem em privado. Zuenir Ventura
Este artigo do Mestre Zu na íntegra, está aqui no Teatro ETC. & Tal.

Linha do Equador, esquina com o Rio Amazonas, numero zero, marco zero
Vocês sabem onde fica esses confins do Brasil? Eu não sabia. Estou aprendendo muita coisa desse nosso Brazilzão, de sua realidade artistico-socio-cultural nos relatos do Márcio Libar que está excursionando desde o início de agosto com o espetáculo "O Pregoeiro" e ministrando oficinas. O relato completo aqui no Teatro ETC. & Tal.

14.9.03

O expediente agora é no outro blog, o Teatro ETC. & Tal.

Nem vem que não tem, quem aqui vem, vai lá também...

7.9.03


Foto de Evgen Bavcar.
Vai sòmente até sexta feira dia 12, a exposição do fotógrafo cego que fez essa belíssima foto aí de cima. Vale ir até à cidade para ver essa exposição. Detalhes aqui no Teatro ETC & Tal.

Cultura se faz na rua, hoje tem os palhaços do Anonimo apresentando um espetáculo de graça no cirquinho em frente ao numero 45 da Rua do Mercado - Praça Quinze - atrás do CCBB. Confere a programação aqui e vai á luta.
Biscoito finíssimo e de graça, quem não quer?.

Ah, e tem o Grupo Galpão na city, em cartaz no Teatro Villa Lobos, e com direção do meu conterrâneo de guerra, o Paulo José. Esse menino ainda vai longe...
Por uma sociedade inclusiva é o título do post (dia 03 deste) aqui no outro blog sobre Síndrome de Down. É o que tem o link para BBC-Brasil com uma matéria das mais completas já publicadas sobre o assunto. Pronto. Agora não tem a desculpa que não achou.
E além disso, já tem fotos. Pesquisei no site da APAE-SP.

6.9.03

Mumia subversiva

E o Matusalém Matusca, aquele subversor da ordem vigente que inventou o FLASH BLOG, está tão besta que não está mais se cabendo nas ataduras. O quarto FLASH BLOG promete repetir o sucesso dos anteriores, e vai acontecer a partir da meia noite de sexta dia 12 até sábado o dia inteiro no blog da nossa querida e prestimosa Suely - A Blogueira dos Enta.
Sem inclusão não há solução

Educação inclusiva e uma historinha esperta de uma mãe e professoras.

Afetos & perceptos nos portadores de Síndrome de Down e outros PPNE -- Pessoa Portadora de Necessidades Especiais.

Esses eletrizantes (palavra da moda entre os blogueiros) assuntos estão aqui no meu blog de artes cênicas o Teatro ETC & Tal.

31.8.03


Passando aqui rapidinho para avisar que o segundo Flash Blog tá rolando na Funny até a meia noite de hoje. Passa lá. Usa e agita.
Ah, e eu já conseguí baixar o banner do evento, graças aos super poderes do nosso Faraó Mor Matuskamon, o inventor do primeiro Flash Blog Mundial.

24.8.03

Primeiro Flash Blog Mundial. Invenção do absurdo do Matusca.
Concurso de Contos Breves Haroldo Maranhão. Invenção da querida MEG.Detalhes aqui no Teatro ETC & Tal.Post Scriptum Post: Estou vindo aqui para avisar porque quem vem nesse blog, não vai no outro. Não consigo entender direito o porquê disso. Voilà.

23.8.03

Flash Mob carioca na Central do Brasil dirigido pelo Gerald Thomaz? Veja lá no Teatro ETC & Tal, o meu blog de artes cenicas, esta e outras eletrizantes notícias.
Atenção gALLera, Muita atenção !

Blogueira compulsiva, acabei de criar outro blog, o @rteirices, lá entre os coleguinhas jornalistas, no portal do Comunique-se.
A minha vida tá uma loucura, vida virtual e vida real brigando por seus espaços.
A vida real ganha fácil nessa parada. Portanto, a partir de agora, o meu blog de artes cenicas, o Teatro ETC & Tal vai merecer mais atenção e terá postagens diárias, ou quasi, porque o meu momento pede atenção para esse blog e o outro, o @rteirices.
Alors mes enfants não estranhem se eu passar alguns dias ausente daqui do @rtimanhas, e só aparecer esporadicamente. Quem quiser saber de mim vá aos
outros dois blogs. Certo? A bientôt!

17.8.03

Flash Mob, Hackers, Teatro do Oprimido e oTeatro Infantil de Marionetes de Porto Alegre

O que têm a ver entre sí os personagens do título acima? Tudo. E muito mais.
Eles são significativos representantes de manifestações artístico/politico/culturais/tecnologicas através da história. Cada um deles, no seu momento histórico foram os subversivos da vez. A diferença, se existe alguma, é que os "flash mobs" de hoje seriam os chamados rebeldes sem causa de ontem, e os hackers, esses são feras soltas prontas para invadir e barbarizar -- agora na real -- o circo armado na selva das cidades.

Flash Mob chega ao Brasil

Essa idéia importada da Europa e dos Estados Unidos, onde esse movimento acontece há algum tempo, consiste em manifestações relâmpago em locais públicos. Os participantes são mobilizados pela internet através de e-mails, listas, foruns, e celular. Reunidos, fazem em conjunto a primeira gracinha que vem à cabeça, e em minutos se dispersam. Tudo muito rápido, divertido e indolor. São Paulo tomando á frente na importação da idéia, realizou na semana passada, o primeiro Flash Mob em nosso País, organizado por artistas virtuais, web-designers, fotografos, blogueiros, etc., entre eles, um conhecido blogueiro paulista. Tomei conhecimento do movimento e dessa primeira convocação, através do InternETC -- blog da antenadíssima Cora Rónai.

Hackers -- um Flash Mob dentro de um Flash Mob.

A estréia do movimento no Brasil não contava com a fúria internáutica dos hackers, que cansados do seu brinquedinho virtual, vieram brincar na real, e estragaram a festa. Durante o tumulto relâmpago, no centro da cidade de São Paulo, um bando de adolescentes invadiram a manifestação aos gritos de YOU LOSE! e com cartazes de protesto, Eu já sabia!, Contra burguês, baixe MP3, fazendo um autêntico ato de sabotagem real/cultural para desespêro dos organizadores que ficaram em segundo plano.
A mídia correu atrás dos calças curtas, preterindo os donos da festa.

UPDATE: O Jotaesse sempre alerta para as novidades, mandou essa hoje para a lista dos blogueiros:
" Convite e Instruções para o FLASH MOB Brasileiro em Sao Paulo, SP
Av. Paulista, A ESQUERDA do numero 900 (predio da "Gazeta - Objetivo")
em frente ao telão junto a parede esquerda do predio.
Domingo, 17 de agosto, as 15h ...".
Detalhes: http://br.groups.yahoo.com/group/brasilflashmob/message/209


O Teatro do Oprimido e a "pegadinha intelectual" doTeatro Invisível

O Teatro do Oprimido, movimento de teatro politico criado por AUGUSTO BOAL, quando esteve exilado, nos anos setenta, tendo conquistado adeptos pelo mundo afóra, apesar de contestado aqui, e eu me inclúo entre os discordantes do método. Apesar disso, é inconteste a importancia de Boal para o desenvolvimento do moderno teatro brasileiro. Utilizando a linguagem teatral como instrumento para intervenções politico/sociais nas ruas, praças, ou qualquer outro lugar público ou privado, Boal criou a técnica do Teatro Invisivel. Nessa técnica, os atores, sem se identificar como tal, distribuidos pelo espaço da intervenção que pode ser no metrô ou qualquer outro local publico ou privado, provocam uma determinada situação de cunho politico/social, e deixam rolar todas entre o desavisado público.

O TIM e a mobilização boca-a-boca nos anos de chumbo

O Teatro Infantil de Marionetes -- TIM, grupo de teatro de marionetes, de Porto Alegre, dirigido pelo ANTONIO CARLOS SENA em plena repressão, nos anos sessenta, apresentava na Rua da Praia, entre outros locais públicos, um subversivo teatro de marionetes como forma de resistência ao regime vigente. Por motivos óbvios, a organização e a mobilização eram feitas no boca-a-boca -- telefone ou qualquer outro meio de comunicação, nem pensar. Qualquer falha na mobilização, e seus integrantes corriam todos os riscos. Os militares como bons filhos da pátria ficavam espertos para qualquer lance que cheirasse à subversão. Alguns participantes do grupo do TIM ficavam espalhados pela área da representação teatral -- olheirosespertos, capazes de ver e sentir de longe o cheiro da repressão. E não há exagêro nessa afirmação, porque eles eram os responsáveis pela segurança do grupo, avisando de qualquer suspeita na área para uma retirada estratégica do local, antes da chegada da polícia da repressão.

Entre os integrantes do TIM, o jovem estudante universitário MARCO AURÉLIO GARCIA, (atual ministro para assuntos internacionais), o jovem aspirante do CPOR de Porto Alegre, FERNANDO PEIXOTO (o conhecido ator, diretor teatral e um dos fundadores do Teatro Oficina) e mais o jovem estudante universitário ANIBAL DAMASCENO (o conhecido professor Anibal, escritor, pesquisador, um dos descobridores de Qorpo Santo) eram os autores dos suversivos textos do TIM.

Em tempo: O Teatro Infantil de Marionetes, o TIM de Porto Alegre, apesar de pouco conhecido em nosso País, tem uma respeitável carreira com apresentações no exterior e prêmios em importantes festivais internacionais. Foi criado há mais de cincoenta anos pela artista plastica Odila Sena -- mãe do diretor do grupo. E o Antonio Carlos Sena tem no seu brilhante curriculo, a direção da primeira montagem de Qorpo Santo, o genial autor gaúcho, considerado o precursor do teatro do absurdo.

14.8.03

AS MÃOS DE MEU PAI ( II )

Eu devia ter uns 5 ou 6 anos, e acreditava em Papai Noel, como toda a criança dessa idade vivendo no interior do Rio Grande do Sul, em Santa Maria da Boca do Monte. E lá, a tradição natalina era levada muito a sério. A televisão ainda engatinhava , e as lojas ainda não tinham descoberto o mercantilismo desenfreado na figura do "bom velhinho" fantasiado nas ruas e na frente das lojas e os nossos ouvidos não eram agredidos com os "jinglebells" da vida.

A performance de Papai Noel ficava restrita aos pais ou amigos que no dia dos festejos natalinos vestiam a fantasia do dito cujo com tudo o que tinham direito, barbas, bigodes e barriga postiços, máscaras, etc. E mudavam até a voz para não serem reconhecidos, caprichando na representação.

Não lembro dos pormenores da festa natalina que houve na casa dos meus pais, mas na minha memória ficou registrada a presença do Papai Noel, sentado, distribuindo os brinquedos, e, em determinado momento, eu fiquei sentada no seu colo. Foi assim que eu reparei nas mãos daquele Papai Noel, e reconhecí nelas as mãos do meu pai. As mãos do Papai Noel eram as mãos do meu pai.

Lembro até do detalhe da aliança de ouro do meu pai. Bem, a aliança eu acho que nem reconhecí, porque todas as alianças de ouro tinham -- e ainda têm -- o mesmo formato, mas das mãos do meu pai eu tinha certeza. E tanta que eu guardei indelével essa imagem na minha memória.

Não é difícil imaginar a confusão que ficou na minha cabeça, e o trabalho para o Seu Ernesto se explicar com a primogênita, a qualzinha desde a mais tenra sempre foi muito curiosa e perguntadeira. Ele contava que o difícil mesmo foi responder trocentas vezes à mesma pergunta da guriazinha: Pai, o Papai Noel é casado?

10.8.03

AS MÃOS DE MEU PAI

As tuas mãos têm grossas veias como cordas azuis
sobre um fundo de manchas já da corda terra
--como são belas as suas mãos
pelo quanto lidaram, acariciaram ou fremiram da
nobre cólera dos justos...
Porque há nas tuas mãos, meu velho pai, essa beleza
que se chama simplesmente vida.
E, ao entardecer, quando elas repousam nos braços da
tua cadeira predileta,
uma luz parece vir de dentro delas ...
Virá dessa chama que pouco a pouco, vieste
alimentando na terrível solidão do mundo,
como quem junta uns gravetos e tenta acendê-los
contra o vento?
Ah, como os fizeste arder, fulgir, com o milagre das
tuas mãos!
E é, ainda, a vida que transfigura as tuas mãos
nodosas...
essa chama de vida -- que transcende a própria vida
... e que os Anjos, um dia, chamarão de alma.

MARIO QUINTANA (1906-1994)

9.8.03

Idiosincrasias, etc e talz...

Falou, falou... detestava blogs, disse que o meu blog era um blog de merda. E agora, eis que ... ele capitulou --tem um blog de merda. É esse o nome do blog do moço ...

7.8.03

Deixa histórica I
... para um partido de esquerda no poder, seu mais sério antagonista é sempre a sua própria propaganda anterior.

Assim falou o GEORGE ORWELL (escritor de 1984 e A revolução dos bichos)

Deixa histórica II
Do PAULO LEMINSKI, no seu romance-idéia Catatau:
Outro era eu quando não coincidia com as circunstâncias. Porque isso? Isso não é coisa que se faça. Nada me justifica. Estou á disposição de tudo. Eu era tanto, tanto faz: quanto tempo estou falando disso? Pura perdição de ilusão. Brasilia nunca vai começar a ser viável. Só do que falo, falar: minha mitologia, minha lógica. Nunca tudo. Mais vale um gôsto de vinho, mais serve um vintém cunhado, cambia?
Desistúrbio, Brasília me leva longe !


Deixa histórica III
De ZÉ CELSO MARTINEZ CORREA, sobre o personagem Hamlet:
Ele fica em dúvida, não por ser indeciso, mas por não querer o jôgo da máquina do poder. Porque há mais formas de viver o desejo entre o céu e a terra do que gostaria o nosso vão conformismo.

5.8.03

A regra secreta

Desoriento-me
Sem qualquer
Método
Ou sem
Qualquer fim
Vou e não vou
Mas vou
Caio sem qualquer
Alarde
O que é
E não é: mas é
Desorientar-me
É meu antimétodo.

Poema de Sebastião Uchôa Leite.

Salve o poeta Sebastião, tradutor e dos bons, escritor, letrista e parceiro de "Os Mutantes", entre outras artimanhas. Meu amigo e parceiro de muitas lutas, a
minha gratidão -- essa palavra tudo -- sempre.

31.7.03


Uma flor para você, Cora Rónai
um blogabraço, com o maior carinho
e votos de muitas felicidades.
E agora, fazendo côro com a gALLera,
todos cantando aquela musiquinha:
Parabens, parabens pelo seu aniversário!
Capitulei geral

Ainda bem que esse mês chegou ao fim. Aconteceu tanto diruim nessas férias que eu estou até bem felizinha e animada para voltar ao trabalho e às aulas, na próxima segunda feira, dia 3 de agosto. Tenho ainda mais dois dias de repouso depois de uma crise de coluna --tendinite do psoas -- que me levou ao hospital na semana passada. Descobri agora que a dor nessa cadeia muscular do psoas-ilíaco é páreo duro para a dor do trigêmeo. Quem mandou exagerar no carregamento de pêsos. Voilà.

Para encerrar comme-il faut o maledito mês de julho, recebí hoje, dia 30, pelo correio, uma multa do DETRAN, assim especificada: Capitulação 1 - Gravíssima. Infração 605-0 -- Avançar o sinal vermelho do semaforo ou o da parada obrigatória. Multa: R$ 191,54. Data da infração: dia 11 de julho às 15hs36.

Detalhe considerável, eu capitulei nessa exatamente no dia em que eu deveria estar nos States, na N.Y.U. -- abertura do Festival de Performance e Politica das Américas. Apesar dos preparativos todos, acabei não viajando por vários motivos, e o principal deles, pela demora do visto. Portanto, essa "Capitulação 1- gravíssima" é uma sabotagem interna para analista nenhum botar defeito. Às vezes, eu tenho medo do meu inconsciente. Se não prestar atenção nos sinais desse danado, de capitulação em capitulação, a gente só si damos mal...

20.7.03





ENQUANTO HOUVER AMIZADE
Pode ser que um dia deixemos de nos falar.
Mas, enquanto houver amizade,
faremos as pazes de novo.

Pode ser que um dia o tempo passe.
Mas, se a amizade permanecer,
um do outro há de se lembrar.

Pode ser que um dia nos afastemos.
Mas, se formos amigos de verdade,
a amizade nos reaproximará.

Pode ser que um dia não mais existamos.
Mas, se ainda sobrar amizade,
nasceremos de novo, um para o outro.

Pode ser que um dia tudo acabe.
Mas, com a amizade
construiremos tudo novamente,
cada vez de forma diferente,
sendo único e inesquecível cada momento
que juntos viveremos e
lembraremos pra sempre.

Há duas formas de viver sua vida.
Uma é acreditar que não existe milagre.
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre...


(Albert Einstein 1879-1955)

A mardita não me esquece...

As pessoas não imaginam como é bom poder blogar á vontade num sábado á noite, sem sentir dor de trigêmeos, depois de uma crise daquelas. E haja Tegretol para combater a mardita!. Voilà.

18.7.03

E no mas, é como disse aquele João -- o Guimarães Rosa:
O homem nasceu para aprender.
Aprender tanto quanto a vida lhe permita
.

17.7.03

Férias pra que te quero?

Tô de férias do trabalho e das aulas desde o dia primeiro, e até hoje eu não tive um dia para descansar, poder dormir até tarde, blogar á vontade durante o dia, além de ir passar duas semanas em Nova Iorque. Nada disso. Como eu desistí da viagem, e a casa aqui tava precisando de umas ligeiras reformas na cozinha e no banheiro, embarquei nessa outra viagem de canoa furada. O que está aparecendo de tralha para consertar ou para trocar nem conto. Enfim, mexe-se em uma coisa e vão aparecendo outras dez com problemas. Tô infeliz e estressada que só. Voilà.

13.7.03



Presença nas costas sempre, como diz a Mestra Angel Vianna. Pois muito bem aqui uma aula de presença nas costas, vindas de um mestre de expressão corporal: o quadrupinho mais gente fina da blogosfera e ilustre membro da Familia Gato: O MOSCA.
E a bípede é a Mírian, a cozinheira da Familia Gato -- descalça
como convém à saúde dos seus pés.

12.7.03



Essa gracinha de imagem foi presente da minha amiga Maria Pompeu. E faz tanto tempo que eu acho que ela nem lembra mais. Viu Maria tá aqui publicada. Adorei.

6.7.03

4.7.03

Adoro gente. Gosto de ver as pessoas mudando, uma pessoa torta descobrindo seu eixo. O corpo é como uma máquina. Tem um fiozinho que o perpassa e vai fazendo as conexões. Cada pedacinho do corpo é pensante, tem uma resposta.Assim falou a Mestra Angel Vianna em entrevista à revista Gesto.


Ela acabou de receber o título de Doutora - Notório Saber, pela Universidade Federal da Bahia, sendo a primeira personalidade distinguida com tão honroso título por essa universidade. E além disso, ela está se apresentando no Espaço Sergio Porto, nesse findi. Detalhes aqui no Teatro ETC. & Tal.
Os guardas e os equilibristas

Cena comum nas ruas do centro do Rio: os camelôs, em desabalada carreira fugindo dos guardas municipais, e equilibrando na cabeça aqueles enormes tabuleiros cheios de mercadorias, e sem deixar cair nenhuma. Um show á parte. Performance digna dos maiores aplausos, e para circense nenhum botar defeito.

3.7.03

"Não deixe que nada te desanime
pois até mesmo um pé na bunda
te empurra prá frente"
.

Não sei quem é o autor. Literal e metaforicamente tem tudo a ver.

28.6.03

Outro dia assisti à transmissão de um casamento e o que vi foi um show.
Tudo virou show, simulacro;
o show está no lugar do ritual,
o objeto, no lugar do homem.
No teatro é a mesma coisa.
A cenografia neutraliza as possibilidades humanas;
são cenários faraônicos, muita tecnologia, a decoração sufocando o homem;
a luz, então, incide como sobre um 'mostruário de mercadorias'.
Tudo é grifado.
Mas Prêt-à-Porter (espetáculo criado pelos atores do diretor paulista Antunes Filho e que fez uma temporada relâmpago aqui no Rio) é quase criptografado.
(...) E nem estou dizendo que é o caso de o teatro mudar o homem,
mas simplesmente de o teatro novamente se voltar para o homem.
É o humano que me interessa.
O teatro de aparato mercadológico, não.

Aqui no blog de artes cênicas a entrevista completa do genial Antunes Filho.

26.6.03

Transparencia é tudo

Outro motivo para eu prestar mais atenção no Arnaldo Antunes. O Mestre Serjones publica no Catarroverde uma belíssima poesia erotica do livro Et eu tu e divulga o prêço: 79 reais. Gente, eu fui lá no CCBB no lançamento desse livro e divulguei aqui o seu prêço: 139 reais. Não comprei por causa do prêço, e nem conseguí assistir ao show do ex-Titãs porque os ingressos já estavam esgotados, para os dois únicos shows de lançamento do livro, e agora ainda pago esse mico.

Caracoles! Vestí a carapuça. Não adiantou esconder a minha cara.
Vergonha tamanha minha cara não suportou, foi ao chão e não voltou,
e sem ninguém para acudir, ela rolou, rolou, ralou e rolou, rolou ralando,
rolando e ralando foi parar aqui em baixo da mesa do computador.
Até hoje está encarapuçada, e ainda escondida.
Só sai daqui usando disfarces para não verem que é a minha cara. Eu não tô nem aí pra ela. Quem mandou. Eu não sou uma pessoa de confiança, sou uma irresponsável, etc e tal.
Mas eu não quero a minha cara escondida assim, e urge providências. Esse post aqui é uma providência.

25.6.03


Já ouviu alguma coisa do DUO TASTO? Pois devia...

Um dia, um amigo me manda um e-mail dizendo que o seu filho estaria se apresentando no "cabaret" da Maria Pompeu no Teatro Glaucio Gil. Fui conferir. Não imaginava tanto. Aquele menininho era muito mais do que um jovem e talentoso músico mandando beleza nos teclados de um piano. Aquele garotinho, era um senhor compositor de música erudita. Dirigia um coral, o Conjunto Rio de Janeiro formado por músicos e instrumentistas também eruditos, cantando um repertório de clássicos da música popular brasileira com uma leitura contemporânea -- um dos pontos altos do espetáculo da Maria

Alguns mêses depois, no início de maio desse ano, outro convite do meu amigo para assistir na Sala Villa Lobos da UNIRIO,
Laura Rónai e Tom Moore, interpretando uma obra para duas flautas barrocas. Essa música fora especialmente composta pelo seu filho em homenagem a esses dois grandes artistas de prestígio internacional.

E o pai, disfarçando o seu orgulho me informava "apesar da ausencia do Sergio que estará em Boston - EUA para a estréia mundial de sua peça "A Linha e o Ponto" para flauta e violino, num evento da Handel and Haydn Society), sua obra "Faces", para 2 flautas barrocas, estará tendo sua estréia brasileira, interpretada pelos flautistas que a estrearam no exterior e para quem a obra foi dedicada: LAURA RÓNAI e TOM MOORE". Uau!...

Amei a notícia e o honroso convite. Me agendei e jurei que iria, é claro. Dois queridos vizinhos blogueiros, concertistas da maior responsa e o Sergio Roberto de Oliveira de quem eu já era uma fã inconteste, não tinha êrro. Acabei não comparecendo por razões alheias à minha vontade.

Agora, do mesmo pai e do mesmo filho, outro convite para amanhã dia 25 de junho (o'ps! já é hoje) às seis e meia no Conservatorio Brasileiro de Música. Serginho, ainda no show da Pompeu tinha falado do lançamento desse CD e me convidara. Estou agendadíssima para ir amanhã. Imperdivel.

O Duo Tasto, formado pelos premiados compositores SERGIO ROBERTO DE OLIVEIRA e MARCIO CONRAD, lança na próxima 4ª feira seu primeiro CD Tasto - Dois Compositores ao Piano. O lançamento é também o primeiro do selo A CASA DISCOS. Depois do concerto, os pianistas estarão confraternizando com o público.

O Tasto é um duo pianístico que dedica seu trabalho à música contemporânea erudita, sendo influenciado tanto pelas técnicas avançadas de composição como pela música popular. Esse trabalho do duo tem um grande enfoque no que consideram composição em tempo real, ou seja, a improvisação em diversos níveis.

Conservatório Brasileiro de Música -- Sala Lorenzo Fernandez
Av. Graça Aranha, 57 - 12o. andar (próximo ao metrô Cinelândia)
25 de Junho de 2003, às18:30 hs -- ENTRADA FRANCA

22.6.03

Algum "festivaleiro" por aí? Quem se habilita ? Esse é o maior festival de performance do mundo que esse ano está acontecendo nos EUA -- em New York. Detalhes aqui no Teatro Etc. & Tal, com direito a historinhas acontecidas comigo quando esse festival aconteceu aqui no Rio, há três anos.


21.6.03

Caraca ! A Ruth Mezeck apareceu por aqui ! E eu achando que o Matusca tinha mumificado ela e guardado em sua tumba.

Amém, amém, amém.


20.6.03

A minha vida tá uma confusão trascendental. Tem coisa acontecendo que nem eu tô acreditando.
E no mas, como diria o poeta Leminski:
outra vida, que esta não está dando para o gasto.

19.6.03

Oh céus... oh vida... oh azar

* E a saga continúa nessa semana. Eu peguei uma gripe horrorosa. Desde ontem eu tô péssima com aquele cansaço homérico e o corpo todo dolorido. Parece que eu levei a maior tunda. Para quem não sabe, tunda em gauchês quer dizer surra.

* Esperei esse feriado para por em dia minha mail-box, visitar os vizinhos blogueiros e colocar uns links permanentes, mas não tá dando, tô pra lá de caidaça com essa maldita gripe.

* E para completar estou com o rosto todo dolorido, inchado e cheio de feridas. Reação alergica ou sei lá o quê aos cremes para tirar manchas do sol receitados pela minha dermatologista. E o peor: ela viajou durante essa semana, e só volta na segunda. Hoje se eu tivesse fôrça suficiente teria ido consultar um plantão dermatologico. Levantar da cama para sair de casa, é esforço demasiado para esta infeliz escriba.

* E tem mais. Estou com uma ferida no canto direito do labio superior há uns três dias. Dói pra caramba até para abrir a boca. Não sei se é do mesmo remédio da dermatologista ou problemas de estomago. Eu tenho o maior cuidado com a minha alimentação, e não tenho a menor idéia do que possa ter causado isso. Voilà.

* Dois blogs para administrar para quem só bloga em casa, está se tornando muito cansativo. Tenho pensado muito sobre isso porque tem dias que eu fico blogando até altas da madruga e acabo acordando tarde e chegando atrasada no trampo. Ando tão sem tempo depois que aumentaram a minha carga horária no trampo, que às vezes eu penso em fechar esse blog aqui e continuar só com o blog de artes cênicas. E chega porque estes posts de hoje já estão virando um mural de lamentações. Nem eu tô me aguentando. Merde, alors. Voilà.

16.6.03

CONSEGUÍ ! Conseguí !
Cinco horas da tarde, e eu era a terceira pessoa da fila de desistência na bilheteria do Teatro do SESC-Copa, e assim conseguí alcançar a suprema graça de assistir ao vivo o trabalho dos atores do Antunes Filho em Pret-à-Porter 5.
Simplesmente genial. Simplesmente inovador de tudo -- da interpretação e texto dos próprios atores ao despojamento cênico. Tudo com a chamada naturalidade natural, iludindo o espectador com a "fingida" naturalidade dos atores ... é isso e muito mais.
Estou chegando agora e ainda sob o impacto do espetáculo.
À demain, mes enfants!

15.6.03

Continuação da saga dessa semana

* Ontem, fui ver o show (adiado várias vezes) da banda do meu sobrinho Ernesto no Colegio Pedro II, e cheguei atrasada. Não conseguí descolar ingresso. Todos os ingressos da lotação tinham sido vendidos, além de mais sessenta lugares extras. Não vi o show do Caixa 3, e nem ví o meu sobrinho.
Bem, não ia adiantar nada mesmo. Quando eu cheguei soube pelos colegas do Ernesto que a banda dele já tinha se apresentado.

* Agora, estou saindo para Copa. Vou ao Teatro do SESC-Copacabana batalhar na porta algum ingresso para as duas últimas apresentações no Rio do espetáculo do Antunes, na sessão das 17h30 ou das 20h00hs. Voilà.
Vou aprontar todas, me aguardem, para descolar um ingresso para ver Pret-à-Porter o espetáculo do Antunes Filho -- um dos cinco maiores diretores teatrais do mundo.

14.6.03

Que semana...

* Nesta semana aconteceu di-um-tudo, ou quase. Na segunda, paguei o mómico, fugindo de um eminente tiroteio no confronto policia-bandidos na área do meu trampo. O cotidiano do nosso trabalho começou agitadíssimo já na segunda, com o surto de um adolescente que voltou das férias totalmente regredido no tratamento. E eu passando apressada pelo corredor, atrasada para uma aula, quasi levei as sobras dos socos e pontapés no psicologo e nos dois monitores que tentavam segurar o surtado.

* Um aluno novo no meu horário de quarta á tarde. Dessa vez, fui avisada no expediente da manhã, tempo insuficiente para conseguir o seu prontuário para examinar os diagnosticos todos. Eu comecei a aula, tateando a nossa comunicação para evitar surpresas desagradáveis, quando o danadinho chuta violentamente para trás. Se eu não estivesse a uma prudente distancia, já viu ... Pelo quadro, terei outra batalha na reinvindicação de um atendimento individual para esse menino. A minha aula não aconteceu para os outros três alunos desse
horário.

* Esqueci a carteira de dinheiro e alguns documentos no trampo, ontem, e não pude voltar para apanhar. Depois do expediente, os rapazes do movimento não gostam de nos ver circulando naquela área. E mandam a gente ralá peito, sem a menor cerimônia, o que na gíria dos soldados do tráfico quer dizer se manda daqui, e rápido!.

* Na quinta, fui ao Teatro do SESC-Copa batalhar ingressos para Pret-a-porter espetáculo do Antunes Filho, que só fica no Rio esse findi, e já estava com lotação esgotada todos os dias. Não teve divulgação na classe, e soube por acaso nesse mesmo dia por uma matéria no "O Globo".

* Ontem fui ao Teatro do SESC-Tijuca, depois de ler no roteiro de "O Globo" uma apresentação única, de um espetáculo de São Paulo, e de obter a confirmação pelo telefone do SESC. Foi uma tourada, estar lá as oito horas, e surprêsa verificar que era um outro espetáculo. Ainda bem que era um solo da ótima bailarina e coreografa Paula Aguas, em "Qual é a música?" Eu já havia visto esse espetáculo, mas rever trabalhos da Paula, é uma aula de dança.
Perguntei a todos os funcionários disponíveis, e nenhum soube responder o porquê da troca, e nem quando virá o espetáculo de São Paulo. Mistério.

* Fiz um exame médico de rotina, e tive que voltar para repetir. Isso poderia ter sido evitado seu eu tivesse levado o exame anterior. Por causa da repetição desse exame fui abrigada a desmarcar com a minha dentista, e só conseguí horário do próximo atendimento para daqui daqui a um mês.

* Para completar a maré da sorte madrasta dessa semana, duas notícias prá lá de tristes, um amigo querido, meu guru intelectual para assuntos de cinema "tá com metastase no cérebro internado em hospital de São Paulo", ouvi de sua filha. E o Itamar Assumpção que se foi, "voando por aí" vai encontrar o seu parceiro Leminski. O Nego Dito Zé Pelintra e o Catatau Filho de Santa Maria, com esses dois perdidos nas estrelas, pode acontecer algo... inacontecível.

* No lo creo, pero que las hay, las hay.

11.6.03

Mulheres apaixonadas
Não assisto TV. Falta de tempo e interesse. Se eu sentar mais de quinze minutos para ver TV, mesmo estando interessada, eu durmo. Execeção para "Mulheres apaixonadas". Sempre que eu estou em casa nesse horário eu vejo essa novela pelo prazer de ver as ótimas performances do Tony Ramos, do Dan Stulbach -- perfeito no personagem do marido ciumento, e por duas maravilhosas atrizes: Giulia Gam e Vera Holtz. Hoje na cena da volta do hospital não teve pra mais ninguém, só deu a bela Giulia. E a Vera arrasando na cena da volta à sala de aula, apesar do texto de agradecimento à homenagem dos alunos. Começou bem, mas acabou descambando para um discurso inócuo. Esperava muito mais do Seu Maneco Carlos.

9.6.03

O dia promete...
Daqui a pouco estou acordando para ir trabalhar e ainda aqui blogando, animadinha.
Agenda de hoje:
expediente de 8 as 17hs. Tenho que chegar uns vinte minutos antes das oito porque no primeiro horario, tenho um atendimento individual em uma sala em outro andar e tenho que carregar o material para la.
As 18h30 tenho que estar na Camara de Vereadores, na Cinelandia. Uma querida amiga, a atriz Maria
Pompeu vai receber a Medalha do Merito Pedro Ernesto.
As 20h30 estarei no Teatro Gloria, onde o cantor africano que mora em Paris, super gente fina, e que faz uma world music das mais interessantes, o Lokua Kanza fara uma unica apresentaçao. Quem puder vai la conferir. Nao se arrependera.
Medéia

Acabando de chegar do Teatro do Planetário da Gávea, onde fui assistir "Medéia", uma adaptação do texto original de Eurípedes. Como é bom ver um teatro lotado e um público aplaudindo em pé, no final. Estou ainda sob o impacto da beleza e a fôrça desse espetáculo do Teatro do Pequeno Gesto dirigido pelo Antonio Guedes. Imperdível. Por favor, agendem logo ou se arrependerão para sempre.

7.6.03

Picadinho de alcaide, empregada, churrasquinho na Av. Brasil...

[ * ] Seis dias sem postar é muito tempo para uma blogueira que se preza. Humm...! A culpa é do nosso alcaide. Ele entrou numas de aumentar a carga horária, juntamente com um aumento de salário para as cinco professoras de expressão corporal da FUNLAR. E eu que já andava apertada para conciliar meus horários de trabalho, estudo, vida real e vida virtual, agora tô mais enrolada do que nunca.

[ * ] Para completar, a empregada aqui de casa, escafedeu-se sem dar um tióu, depois de cometer alguns estragos, tipo entortar e inutilizar um chuveiro Fabrimar recém comprado (caríssimo) que estava num canto do banheiro, esperando pela instalação. A tonta, no mínimo deve ter pisado em cima. Além disso, teve outras barbaridades que eu só fui descobrir agora, a partir do seu sumiço.

[ * ] Ah, e dessas desditas todas, escapei da maior delas, depois de muitas negociações com as partes do César Maia que paga o nosso salário, e da Faculdade e Escola Angel Vianna de quem somos contratadas. Corrí sérios riscos de ter que ir trabalhar em Campo Grande. Só de pensar nessa hipótese tenho arrepios de pavor. Até eu aprender o caminho para ir de carro, antes teria de enfrentar um bus andando pela Av. Brasil, e arriscando virar churrasquinho de gente.

1.6.03

Amigo é pressas coisas...

Ontem, num belo sítio em Teresopolis, fui ao almoço de aniversário e o noivado de um amigo muito querido. Um PR (Ponto de Referência) fortíssimo na minha vida. Ele acreditou em mim e no meu potencial de trabalho, numa época em que estava ficando muito difícil arranjar trabalho no teatro à cause minha fase hiponga -- um grande aprendizado na minha vida. E, eu fui daquelas mais ferozes -- de pedir dinheiro na rua, e tudo o mais que tem direito uma hipy que se preza.

Com esse querido amigo, aprendí tudo o que eu sei de trabalho atrás dos bastidores: da divulgação à produção de um espetáculo. Algum tempo depois, ao assumir um importante cargo no MInistério da Educação e Cultura convidou-me para compor a sua assessoria, me nomeando sua assessora de imprensa.
Brigamos várias vezes, e numa dessas brigas, antologicas, eu me demití com nove anos de carreira no serviço público, e fui trabalhar no Circo Voador, onde eu tinha o meu espaço no nucleo fundador do Voador junto com o Perfeito Fortuna -- também presente na festa, ontem.

Da última vez que brigamos, foi por sérias divergências de campanha, quando ele foi candidato a deputado federal, e eu trabalhava no seu comitê eleitoral. Logo depois, fui morar fóra do País, e quando eu voltei fizemos as pazes. E poder participar dessa festa, ontem, com ele e alguns dos meus queridos amigos dessa época foi uma grande benção.

As rosas até falam...

Passei o findi em Teresopolis, e a rosa continúa aqui no vaso como testemunha de coisas belas dessa louca vida da gente. Olhando para ela, agradeço à vida na beleza rara de um homem, que num gesto delicado e gentil teve a audácia e a coragem suficiente para oferecer essa rosa a uma mulher que nunca vira na sua vida: eu. Un homme e une femme. Ç'est tout.

30.5.03

O rapaz da rosa
Uma linda rosa, de cor rosa pálida, está embelezando a minha casa, e colorindo a minha vida. Presente de um moço desconhecido. Ontem á tardinha na Avenida Presidente Vargas, um grupo de animados jovens estava parado na portaria de um prédio. Um deles, com uma linda rosa na mão despertou a minha atenção. Quando vou passando bem perto deles, não pude deixar de olhar para o jovem e para a rosa na sua mão. Nossos olhares se encontram, ele dá uns passos, pára na minha frente, faz o gesto de oferecer a rosa, e, tìmidamente manda aquele conhecido texto:
-- Uma flor para outra flor.
Eu, atônita, não sabia se aceitava, se agradecia ou fazia o quê. Sou tímida e retardada. Fiquei parada à sua frente, completamente abobalhada. Refeita do espanto, relutei para aceitar o presente tão inusitado porque pensei logo que podia ser uma rosa com algum pózinho daqueles para espirrar, ou sei lá o quê. Os colegas do rapaz, em silêncio, assistiam atentos à cena. E, ele ao ver a minha reação me olhou com um olhar tão triste e decepcionado que ao vê-lo assim fiquei comovida, peguei a rosa, agradecí enfática com o meu melhor sorriso. E antes de qualquer outro gesto da minha parte, ele se afastou sem dizer mais nada, indo juntar-se aos outros. E nesse momento, todos eles saem andando em direção contrária à minha. Estupefactada, saí andando, continuando o meu caminho, sem nem olhar prá trás. Tudo muito rápido, emocionante e marcante.

27.5.03

Et Eu Tu

Sabado às cinco horas já estavam esgotados os ingressos para os dois dias do show do ex-Titãs, Arnaldo Antunes e grupo, para o lançamento do seu livro de poemas "Et Eu Tu", no CCBB. Eu estava curiosa para ver a tal da performance porque eu quero entender o porquê dessa badalação toda em torno do Arrepiadinho Antunes. Eu não acho que o cara esteja com essa bola toda. Assistí em São Paulo o primeiro show-solo dele depois da separação do grupo, e detestei. Eu e meus amigos paulistas saimos desse show completamente irados -- no antigo e verdadeiro sentido dessa palavra.
Fiquei no foyer do CCBB onde o AAA (ele é bem bonitinho, apesar daqueles tufinhos arrepiadinhos de cabelo) estava autografando o livro, antes da performance no teatro do segundo andar. Compreensívelmente não tinha fila de autógrafos. Aos pouquinhos, ia chegando algum fã com dinheiro suficiente para comprar o livro pelo precinho antipático de cento e trinta e nove reais. Ficamos folheando o livro fingindo que íamos comprar. Deu vontade de comprar só pelas fotos e o projeto grafico -- belíssimos. Tinha um poema lá que falava no movimento dos pés e me amarrei nas fotos que ilustravam esse poema, interessantíssimas, com pés em movimento, como se fosse uma continuação do poema. Um pouco sobre o óbvio, mas muito belo.
Antonio Cícero, esse sim, um poetaço, desfilava faceiro pelo foyer empunhando o livro. E sem o livro nas mãos caminhava apressado, o irrequieto produtor musical Ezequiel Neves.

Caetaneando o próprio
Estou folheando "Et Eu Tu", e de repente, olho para o lado e vejo de costas, um rapaz magrinho de cabelos grisalhos (eu disse rapaz -- nem de perto parecia um senhor cincoentão), elegante e sòbriamente vestido com calça cinza de listras fininhas, camisa de mangas compridas cinza clara e uma sueter de lã preta jogada nos ombros, sendo assediado por umas cinco ou seis mocinhas e uma outra fotografando freneticamente a cena. Era ele, o belo Caetano. Dava para sentir pela sua expressão corporal que ele estava louco para sair daquela, quando a fotógrafa correu e deu a maquina para uma das intrépidas, a tempo de ser fotograda junto dele. Livre das moças, caminha apressado e vai para um cantinho daqueles ali do foyer onde outras pessoas o aguardavam. Logo depois, foi embora e não me deu a chance de ir caetanear o próprio -- de perto.

Caetaneando o que há de bom na música para crianças: Paulo Tatit e Sandra Peres
Meninos, eu vi sabado às 15 hs. no CCBB o show de lançamento da coleção Siricutico, "Pindorama e O Rato" que conta e canta histórias infantís com a apresentação das músicas ao vivo pelos autores desse projeto: Paulo Tatit e Sandra Peres. Aproveitei comprei três discos que faltavam para a minha coleção.
Quem vai gostar desse lance é o meu querido vizinho blogueiro, o Ale Boechat. Viu, Ale ganhei autógrafo e tudo.

Caetaneando os provectos do Teatro de Anônimo
Depois dos agitos musicais, fui para a Rua do Mercado, ali atrás do CCBB, pra ver os meus colegas circenses, os Valdevinos de Oliveira numa apresentação para crianças. E á noite no mesmo local a peça circense Tomara que não chova. Não choveu e depois do espetáculo rolou um grande baile. Bom demais. A festa acabou ontem (domingo). O circo móvel de propriedade do provecto grupo cômico Teatro de Anônimo, in comemoração aos 15 anos de persistência desses intrépidos jovens, fica guardado para a próxima apresentação. Sabe-se lá quando. Quem não foi se arrependerá pra sempre.

26.5.03


Chegando da náite, agora.
Blogando rapidinho para dar um alô àqueles amigos que passaram aqui e estranharam a falta de posts nessa semana. O Araken ( my computer) anda esquisito, o blogspot não funcionou durante dois dias na semana e eu estou atolada de coisas prá resolver na minha vida pessoal e fico sem tempo pra blogar. No mas tá tudo muito bem, a minha vida vai muito bem, obrigada, e a náite do Rio tá magnífica!

18.5.03

Felicidade é...
poder biritar despreocupada pelo fato de não ter que dirigir depois dos agitos na náite. Vale até provar (eu disse provar) uma cachaça purinha, conhecida pelo nome de Magnifica!


Para o bem de todos e felicidade geral da gALLera, foi prorrogada a temporada do Mercado do Riso por mais um final de semana! Um circo móvel (oop's! eu quis dizer removível (epa!) quero dizer montado e desmontado nos dias de espetáculo, na Rua do Mercado -- atrás do CCBB. Tudo de graça! É só alegria!
Detalhes aqui no Teatro ETC & Tal. Imperdível.

17.5.03

Haja paciência ...

< 1 > CLIENTE -- Tenho um grande problema. Um amigo meu colocou um screensaver no meu computador, mas a cada vez que mexo o mouse, ele desaparece!

< 2 > HELPDESK -- Em que posso ajudar?
CLIENTE -- Estou escrevendo o meu primeiro e-mail.
HELPDESK -- OK, qual é o problema?
CLIENTE -- Já fiz a letra "a", como é que se faz o círculozinho à volta dela?

< 3 > CLIENTE -- A Internet também abre aos domingos?

< 4 > HELPDESK -- Bom dia. Posso ajudar em alguma coisa ?
CLIENTE -- Eeh... Olá. Não consigo imprimir.
HELPDESK -- Pode clicar no 'start' e...?
CLIENTE -- Ouça lá. Não responda demasiado tecnicamente. Não sou o Bill Gates!

P.S. O ator e diretor teatral Airam Pinheiro que descobriu essas piadas de internautas.

15.5.03

Aqui no blog de artes cênicas um interessante depoimento de um ator, autor e professor de interpretação que foi fazer um curso de teatro em Moscou.

14.5.03

Ainda em Ipanema...

< 5 > O que me levou a sair da Vila Isabel num chuvoso e nublado sabado pela manhã e ir parar em Ipanema? Adivinha o quê ! Comprar uma sandalia de plataforma. Sou louca por sapatos. Uma atriz do meu grupo de estudos apareceu com uma sandalia lindona comprada numa loja em Ipanema. E é claro que eu corrí atrás.

< 6 > Chegada à loja o primeiro espanto: era uma loja teen. Estranhezas da parte dos balconistas com aquela cliente inesperada. Roupas nem pensar -- blusinhas, sainhas super curtinhas, nada a ver comigo, mas os sapatos, sandalias e tenis dava para encarar todos. Podia usar qualquer um, sem êrro. Experimentei tudo o que eu tinha direito, e ia comprar só uma sandalia de plataforma e acabei comprando também um sapato vermelho cereja, lindo, de salto com plataforma de madeira canela altíssimo e confortável , mas apertava no peito do pé. Como não tinha outro número, nem outro modelo parecido e não havia possibilidades de chegar na loja outro igual, comprei assim mesmo. Já está no sapateiro para colocar na fôrma para alargar. Saí da loja, feliz da vida, me achando, calçando a linda sandalia preta de plataforma, lembrando aqueles sapatos da Maga Patologica. Um luxo.

< 7> Quando estou naquela faina dentro da loja, entra um menino de uns 14 ou 15 anos no máximo, franzino, com aquela aparência bem pobrezinha, rasgadinho, sadalias havaianas, bem ao gôsto teen-age. Para os menos avisados, podia fàcilmente ser confundido com aqueles menininhos pedintes lá da esquina. Uma figura óbvia o acompanhava e ficou postado na porta da loja: o seu segurança particular -- um negão armário, e com um carão daqueles de assustar. Ele cismou comigo, e não parava de me olhar. Será que me achou com cara de Vilma?

< 8 > Eu não consigo entender porque os seguranças particulares têm todos, o mesmo figurino, aquele indefectível terno azul marinho ou preto, o mesmo tipo físíco e a mesma expressão corporal. E os seguranças de ruas, de lojas, são outros modelitos ridículos com aquelas camisetas escritas "apoio". Aqui na minha rua tem essas figuras. Eu tenho medo deles. Sério.

< 9 > Estava na esquina esperando abrir o sinal da Pça. N. S. da Paz com a Joana Angelica, e ao meu lado, um menininho pedinte de uns sete ou oito anos. Ele, num tom de gente grande, irritado falava à sua irmã um pouco mais velha, e apontava para uma senhora que estava andando do outro lado da rua "é aquela lá, aquela de blusa branca, viu o que ela falou pra mim, viu, eu pego ela, eu marquei ela".

< 10 > Descobri do outro lado da Praça N.S. da Paz o Bistrô de Livros e Restaurante. Preciso voltar lá com calma. O restaurante tem um cardapio bem light e preços convidativos. É a metade do prêço do restaurante do Zé Hugo Celidonio, o Gourmet, quasi ao lado, e que cobra o dôbro do prêço pelos mesmos pratos.

*******
Eu aqui blogando feliz da vida até essas horas da madruga, como se não tivesse que estar acordada e bem desperta às sete da matina para enfrentar um dia de trabalho. Hoje é dia de aulas individuais. Isso significa atendimento dos casos mais comprometidos e complicados. Qualquer vacilo da minha parte pode ter consequencias nem sempre previsíveis. Voilà. Au revoir mes enfants.

11.5.03

Primeiro show do CAIXA 3!!!
Estou aproveitando aqui o espaço da minha tia Ruth para informar que dia 24 de maio será a estréia da minha banda nos palcos.
O show será no Colégio Pedro II do Humaitá, que fica na rua Humaitá, não sei que número, às 18:00h, e a entrada custa $ 5,00.
A banda será a primeira a se apresentar, pois vai ser no sarau do colégio. Para entrar na página da banda clique aqui.

Status de Ipanema -- um termômetro social do País?

< 1 > Ontem, pela manhã no bairro de Ipanema, na rua Visconde de Pirajá esquina com a Rua Maria Quiteria, uma mendiga balançando uma chave de carro nas mãos me pediu "quatro ou cinco reais para botar gasolina no carro".
Não dei nada, e ainda ousei pedir uma informação. E, ela informou erradamente por desconhecimento ou revanche. Quando voltei na mesma esquina ela continuava na sua faina, e com o mesmo texto.

< 2 > Algumas lojas chiquérrimas de uma galeria da Visconde de Pirajá, não têm banheiro para os clientes. O banheiro para a clientela fica na G1, no estacionamento. Estavam fechados, e ainda escapei por pouco de ser assaltada. Visualisei uma cabecinha se abaixando no meio dos carros, e corrí para o outro lado onde estavam algumas pessoas descendo dos carros. Esperávamos o elevador, e passa um segurança da área dando uma geral. O provável assaltante, a essas alturas, já teria descido as escadas próximas, e ganhado a rua.

< 3 > A quantidade de famílias inteiras de mendigos nas esquinas dessa área de Ipanema é alarmante. Pela agressividade, rebeldia, audácia e coragem expressas nesses corpos de adultos e crianças, e a minha leitura corporal dessas pessoas, me fez lembrar uma inesquecível discussão durante um papo na praia de Ipanema, no final dos anos oitenta. Durante horas -- coisa rara na praia, onde mais se joga papo fora -- entre alguns famosos cineastas e um pessoal de teatro, discutiamos justamente essa disparidade social. E as conclusões, à época, eram do tipo pode acontecer uma guerra civil, e vão invadir nossas casas aqui em Ipanema, Leblon ou qualquer outro lugar dessa city. Tóin!.

< 4 > Esse inesquecível papo e suas conclusões próximas dos dias atuais,
lembram do desespêro e da angustia que eu sentí, quando eu estava morando fóra, e os jornais de lá noticiavam a apresença do exército nas ruas do Rio. Na Europa, guerra é uma coisa seríssima, e a enfase dada a essa notícia parecia que aquele nosso papo de uma ensolarada tarde em Ipanema, tinha se concretizado. Jamais esquecerei da primeira página do Le Monde, estampando uma foto da passarela da Av. Brasil com soldados do exército fortemente armados. Sofrí um bocado, até conseguir telefonar para cá, e verificar que entre mortos e feridos todos estavam todos salvos, e o exército nas ruas, era uma medida preventiva pelas eleições para governador e presidente, em 1994.

8.5.03



Respeito é bom ...

Um ocidental estava colocando flores no túmulo de um parente quando viu um chinês colocando um prato de arroz na lápide ao lado. Virou-se para o chinês e perguntou:
-- Desculpe, mas o senhor acha mesmo que o defunto virá comer o arroz?
E o chinês respondeu:
-- Sim, quando o seu vier cheirar as flores!

7.5.03

Até quando... ?

Hoje de manhã cedo indo para a reunião do meu grupo de estudos, passando em frente à Faculdade Estacio de Sá, e vendo a movimentação policial em toda a Rua do Bispo e adjacências, me veio uma imensa e dolorida tristeza. As lagrimas e um chôro brotando silenciosamente foram testemunhas do cotidiano violento da nossa cidade.
Agora está assim super policiado porque a mídia está em cima do lance. Mas tem muita coisa do cotidiano que nem sai nos jornais ou na TV. Por exemplo, na semana passada ficamos ilhados sem poder sair do prédio. Os primeiros que sairam voltaram com a notícia que o pessoal do Morro do Turano tinha descido para um protesto, e as ruas proximas estavam interditadas. O meu grupo de estudos se reúne numa fabrica desativada ali na Rua Gonçalves Ledo, no Rio Comprido. O que fazer? Uma hora da tarde. Ficamos ainda dando um tempo, esperando acalmar para depois descermos.

O Morro dos Macacos -- outra área de alto risco, fica em frente ao meu trampo. Na entrada e na saída neguinho se benze para entrar e sair vivo de lá. Quando me contaram esse fato, não levei a sério, cheguei até a pensar que fosse piada. Passei a acreditar no dia em que eu ví uma médica se benzendo contrita quando chegava à instituição. Desde então passei a observar e já vi desde funcionarios, os mais humildes aos mais graduados. E pasma pude observar também alguns cujo perfil em nenhum aspecto combinava com tal atitude.

Por puro pavor de bala perdida, uma das professoras de educação física se recusa a dar aula no pátio da instituição, e vive implorando empréstimo de salas desocupadas. Na semana passada ela veio pedir a nossa sala emprestada, pois não sei como descobrira que eu tenho um horário vago, por enquanto, às quartas pela manhã. No refeitório, à hora do almoço, eu fiquei sabendo através de outra colega, o porquê do seu procedimento. Ela não abre o jôgo, talvez por pudor, ou sei lá o que mais. Enquanto a coordenadoria não soluciona o problema, ela por conta própria faz a sua pesquisa, e se vira como pode. Mas no patio, ela não dá aula.

Por esses e outros fatos correlatos, esse ano, três colegas pediram demissão. No início do ano, uma psicologa e musicoterapeuta com quem eu trocava idéias e vinha aprendendo muito com ela pela sua experiência e sabedoria. No mês passado outra colega -- uma pedagoga que está fazendo uma tese de mestrado voltada à educação dos portadores de deficiência, e estávamos criando informalmente na instiuição, um grupo de estudos sob a sua coordenação. Ontem, na nossa reunião de trabalho, ficamos sabendo que uma das psicologas da TO (terapia ocupacional) também se demitira por motivos de saúde, disse a coordenadora, ao apresentar a sua substituta. Em off, ficamos sabendo o real motivo.

Conversando depois com a nova colega psicoterapeuta, fiquei sabendo que ela é recém formada, e contou que quando foi à insituição para sua primeira entrevista, quando o taxi se aproximava da rua, ela pediu ao motorista para dobrar a esquina, e ele foi taxativo: Nesta rua eu não entro. E só depois das explicações do motorista ela ficou sabendo que o seu (dela) primeiro trabalho estava localizado numa área de alto risco.

4.5.03

Catarroverde -- um blog transparente

Sergio Faria manda lá no melhor estilo bufo com todas as bufonnéries, a que tem direito, brincando com as nossas ambiguidades, parodía significativamente fatos, situações do cotidiano, acontecimentos politicos -- foi o Catarroverde que detonou o famoso caso do plágio do discurso de renúncia do ACM. Faz paródia até mesmo da sua própria pessoa, revelando assim a dualidade de todo ser, ou seja a face do bufão que existe em cada um. E assim mostrando uma outra face da nossa realidade, ele vai dando o seu recado com muita manha e arte. E sem se perder na trilha, ele passa do personagem bufo ao do lord inglês com a maior desenvoltura, competência e bom humor. Um mestre.

Hoje eu sou uma admiradora incondicional do Catarroverde, mas nem sempre foi assim. E já houve um tempo em que eu ousei reclamar dos posts quando ele com a maior liberdade, carregava nas suas boufonnéries, falando de índios, anões e outros excluídos A primeira vez, depois de pensar e repensar alguns dias, pois tinha medo de levar um fora daqueles ao seu melhor estilo, mandei um cuidadoso e-mail reclamando de um post sobre índios. E para minha surprêsa, ele respondeu. E ainda para completar, educadamente. Era a deixa para um segundo e-mail, dessa vez, à cause de um post sobre anão. Depois disso, encarnei a plantonista dos excluídos, e virei freguêsa de caderninho. Depois de algum tempo, ele chegou a comentar no Catarro, um desses e-mails com essas minhas investidas.

Acabamos ficando amigos. Trocamos idéias em alguns e-mails, e ele me deu alguns toques que foram úteis posteriormente, quando em busca da minha expressão artística fui estudar as técnicas do bufão. Hoje, reavaliando as minhas atitudes, eu penso que ele teve muita elegância, paciência e educação com a anta aqui. Um perfeito gentleman.

O Ator Transparente

Eu passei a ver o Catarroverde com um outro olhar, um ôlho mais límpido, a partir do curso O ATOR TRANSPARENTE, no Nucleo de Pesquisa do Ator, da UNIRIO, realizado durante todo o ano passado. Antes disso, eu vinha de um trabalho de três anos com o Mestre Dácio Lima, O jôgo do clown no trabalho do ator, o qual foi interrompido com o seu trágico desaparecimento em janeiro do ano passado. Fiquei perdidona, ia jogar tudo fora, parei com as aulas de flauta, com tudo, até esse curso na UNIRIO.

Para chegar à transparência do ator -- a verdade do jôgo do ator, fizemos uso das técnicas do bufão e do clown. No bufão, trabalhamos as três máscaras bufas: o anão, o corcunda e o barrigudo, na busca do nosso inconsciente, o lado animal, cruel. E no estudo do clown trabalhamos a leveza da criança -- o resgate da nossa criança. E a parte teórica foi embasada por filosofos como Foucault, Adorno, entre outros, passando pelas teorias psicanalíticas de Jung, Lacan, Freud, e o teatro de Dario Fo, Jerzy Grotowski, Peter Brook, etc.

O bufão rejeitado ou condenado simboliza uma parada na nossa evolução ascendente,
diz o séríssimo filosofo Adorno. O bufão trabalha com a poética das sombras, brinca com as nossas ambiguidades -- eu sou delicada, e sou escrota. E, para quem reclamava dos pots do Catarro, me imaginem fazendo um personagem bufo -- uma anã com cotocos de braços, completamente feroz, primitiva, e das mais escatologicas, mandando ver todas. Foi um trabalho difícil em todos os níveis, a começar pelo complicado uso corporal, além de assumir o meu lado grotesco e mais o meu lado negro -- o prazer na crueldade. E, não tinha escôlha, ou assumia esse outro lado, ou desistia de tudo. Um trabalho difícil e dolorido, e a partir dele, mudei muitos dos meus valores, e esse post em homenagem ao Sergio Faria é uma prova disso.

3.5.03

1% para a cultura
ORÇAMENTO MÍNIMO E OBRIGATÓRIO POR LEI!

1% do orçamento federal, estadual, municipal para a cultura significa
mais trabalho para a classe artística.

E a festa da mobilização continúa hoje no Teatro Cacilda Becker -- das 19 hs em diante. Além de teatro, poesia, música, hoje tem uma Grande Jam comandada pelo ótimo DJ Felipe Rocha do grupo musical Miss Guanabara, e o Gustavo Ciríaco -- esse último colega colega lá da Angel e bailarino integrante do Duo Ikswalsinats. Imperdível. Tô indo agora para o Cacilda. Inté lá. Detalhes aqui.

2.5.03

I don't believe ! Olhem o presente que eu ganhei do Matusca!
Você vive de que? Mais trabalho para a classe artística. Dia do Trabalho -- Um dia de Arte

Acabando de chegar da festança lá do Teatro Cacilda Becker. Quasi quatro horas de espetáculo e o público lá, firme. Adoro ver teatro super lotado. Eu não conhecia alguns aertistas como o DJ Felipe Rocha e o seu grupo musical Miss Guanabara. Chacoalei o esqueleto animadérrima. Fiquei fã dos moços e do Eber e Wilson do Cabaré Pé Sujo. Demais. Encontrei gente que eu não via há um tempão. E adorei ver o poeta Chacal (saudades do Circo Voador, no Arpoador), comandando a festa. Hoje, sexta, tem as palhaças do grupo As Marias da Graça e um pessoal lá da escola -- Faculdade e Escola Angel Vianna, e outros maravilhosos artistas. Imperdível. Detalhes aqui no blog de artes cênicas, Teatro ETC & Tal.

30.4.03

Hoje, Dia Nacional da Mulher

Mulher é, simplesmente, a criatura mais batuta que habita este planeta (sim, meus caros, é mais batuta que os ornitorrincos!). por este simples motivo, eu acho que ter um dia pra mulher é baboseira.

todos os dias devem ser pras mulheres.

tudo bem, eu admito. é meio brega falar isso hoje.
soa piegas e cheira perfume barato de gafieira, mas é o que eu sinto.


Essa beleza de post eu encontrei lá no blog do meu querido amigo blogueiro mineiro, o Caio Cesar.
Uma Mulher
[Bruna Lombardi]

Uma mulher caminha nua pelo quarto
é lenta como a luz daquela estrela
é tão secreta uma mulher que ao vê-la
nua no quarto pouco se sabe dela

a cor da pele, dos pêlos, o cabelo
o modo de pisar, algumas marcas
a curva arredondada de suas ancas
a parte onde a carne é mais branca

uma mulher é feita de mistérios
tudo se esconde: os sonhos, as axilas,
a vagina
ela envelhece e esconde uma menina
que permanece onde ela está agora

o homem que descobre uma mulher
será sempre o primeiro a
ver a aurora.

Nunca tinha lido nada da atriz e poetisa Bruna Lombardi. Adorei. Não fora por esse post do Mestre, não sei quando eu leria. Não é preconceito intelectual. Longe disso. Falta de oportunidade, tempo, ou sei mais lá o quê.
Hoje, 30 de abril, DIA NACIONAL DA MULHER, portanto esse post é uma homenagem a uma mulher e artista brasileira.

27.4.03

Toda força aos artistas de rua. Viva os malabaristas de cruzamentos. Na falta de grana, pede-se não regatear aplausos na janela do carro.
Assim falou o Sergio Faria do Catarro verde, -- um blog transparente.
Faço minhas as suas palavras, Mestre!

26.4.03

* Se você obedece a todas as regras, perde toda a diversão. (Katherine Hepburn, atriz)


24.4.03

TVE homenageia Mauro Rasi

A TVE ( Rio) prestou uma homenagem ao jornalista e dramaturgo Mauro Rasi no dia de sua morte, reprisou o depoimento que ele deu ao programa A Verdade, no dia 19 de janeiro deste ano -- sua última grande entrevista em um programa de televisão.

Esse depoimento vai ser reprisado novamente na TVE (Rio), no próximo domingo dia 27, às 22,30hs.

A entrevista mostra toda a carga de humor que sempre caracterizou o dramaturgo, um dos precursores do teatro besteirol brasileiro e autor de sucessos como Estrela do Lar, Cerimônia do Adeus, Pérola, Batalha de arroz num ringue para dois, entre outras.

Segundo a assessoria de imprensa da rede de televisão, nada foge às observações sempre afiadas de Mauro, nem mesmo o apresentador Fernando Pamplona, a quem ele declara: "sempre tive medo de vir a esse programa, tinha medo da sua voz, essa coisa meio do além. Me sinto assim como num processo de Kafka versão Atlântida, com essa obrigação de ficar respondendo às perguntas. Muitas vezes a gente não tem a resposta" .

Entre as perguntas que o atemorizaram, Mauro elegeu a que tratava de sua inquietação sobre as dificuldades do teatro brasileiro: " essa é uma das tais perguntas que eu não sei responder. Se me perguntar sobre as minhas tias, meus cachorros, do meu abacateiro, sobre Bauru, daí eu sei responder", disse.

Deu no "Estadão" de 24/04/03
Se a minha empregada falasse... foi o lançamento do autor no Rio de Janeiro
O Mauro chegava ao Rio com uma carreira bem sucedida em São Paulo, com sucesso de crítica e de público. A Massagem que ganhou o Prêmio Anchieta, quando Mauro tinha apenas 21 anos. Essa peça foi montada logo depois pela atriz e produtora Ruth Escobar. Ladies da Madrugada com direção de Amir Hadad foi produzida pelo cantor Ney Matogrosso e interpretada pelo Patrício Bisso, entre outros, e se constituiu também num grande sucesso de público e de crítica.

E a sua estréia aqui no Rio, com Se a minha enpregada falasse..., teve uma recepção morna, os críticos receberam com certa reserva, o autor, um dos precursores do teatro besteirol, que chegava aqui premiado e prestigiado em São Paulo. Da minha parte, responsável pelo seu lançamento aqui no Rio, eu fiz de tudo e mais um pouco no meu trabalho. Claro, estávamos amigos de infância, e além de tudo, Mauro era um sedutor, e eu estava completamente seduzida pelo amigo maravilhoso que ele sabia ser, e pelo autor talentoso e competente.
Eu sempre acreditei no talento dele, e à época eu fiquei chocada com as críticas e achei que foram injustos com ele. E nunca esquecí o que ele falou pra mim na ocasião, e repetia sempre que eu me chateava com as críticas ao espetáculo:

Eu vou fazer o maior sucesso, serei um dos maiores... um dos maiores, não. Serei o maior autor, terei as maiores atrizes e atores desse País trabalhando nas minhas peças. Ah, um dia eu vou dirigir as minhas peças. Eu vou ser carregado no colo pelo público. E não vai ser o sucesso de uma peça só, serão vários sucessos, vou ganhar o Molière, o Governador do Estado, Estácio, todos os prêmios e troféus. Relaxa, fica fria, e me aguarde, Ruth Mezeck! Depois disso, ríamos muito, e até nos divertíamos com o tom das críticas e comentários sobre a peça. E, embora acreditasse no seu potencial, descontava o que eu achava que seriam os exagêros e delírios do Mauro.

Pois não é que o danadinho do Mauro trouxe para a real todos os seus sonhos e delírios. Ganhou todos os mais importantes prêmios de teatro do País (Molière, Mambembe, Anchieta, APETESP), trabalhou com Fernanda Montenegro, Paulo Autran, Nathalia Timberg, Cleide Iaconis, Paulo Goulart, Sergio Brito, Sergio Mamberti, Vera Holtz, entre outros importantes atores. Quanto a ser carregado pelo público, parece-me que lá em Baurú quando ele voltou lá autor consagrado para apresentar Pérola, esse lance aconteceu na real. Se não foi lá, foi em outro lugar.
Da minha convivência com ele, ficou o grande aprendizado para a minha vida toda: é possível trazer o nosso sonho para a real, quando amamos e acreditamos naquilo que fazemos, e vamos á luta!

23.4.03

A peça do Mauro Rasi que não foi mencionada por ninguém: SE A MINHA EMPREGADA FALASSE...
Se a minha empregada falasse, comédia em um ato interpretada pela atriz Thais Moniz Portinho, também figurinista e produtora do espetáculo, com a direção do Nelson Xavier, aquela época, recém chegado de uma temporada de estudos teatrais em Londres.
Cenários da Denise Weller.
A trilha sonora do Mauro Rasi e a execução da trilha Kaka Dyonisos ( brother Kaka do Asdrubal Trouxe o Trouxe o Trombone),
Fotos da peça e do cartaz: Ricardo Zoom ( brother Ricardo fotógrafo do Asdrubal Trouxe o Trombone). O Ricardo Zoom era o pseudônimo do atual diretor de nucleo da novelas da TV Globo, o RIcardo Wadington.
Iluminação - criação: Nelson Xavier
Produção executiva: Luiz Joseli
Divulgação e Promoção do espetáculo: Ruth Mezeck (brother La Mezeck assessora de imprensa e divulgadora do grupo Asdrubal Trouxe o Trombone)

Elenco: Thais Portinho (Ema), Ary Coslov, Nelson Xavier, Luiz Carlos Buruca, Jacqueline Laurence (vozes em gravação) e Sonia Claudia (Delizeth, a empregada).

Estreiou dia 5 de maio de 1978 no TEATRO DO MUSEU DE ARTE MODERNA - Sala Corpo-Som. ( O Teatro do MAM era administrado pelo Sidney Miller ).
Esse espetáculo fez temporada em São Paulo no Teatro Eugenio Kusnet e excursionou pelo País: Brasilia, Goiania, duas cidades do interior de Minas, e várias capitais do Nordeste, começando por Maceió, me lembrou a Thais Portinho por telefone.


A homenagem do adeus para Mauro Rasi

Conhecí o Mauro Rasi no final dos anos setenta através da atriz Patricia Travassos, integrante do elenco de Trate-me Leão, o terceiro espetáculo do grupo Asdrubal Trouxe o Trombone. Estávamos numa festa em casa de amigos, e a Patricia que estava sem carro naquele dia, me convidou para irmos até o Cosme Velho para buscar um amigo dela, um paulista que estava morando no Rio. Era o Mauro Rasi.

Voltamos os três para a festa. Eu e o Mauro, calibradíssimos, com tudo o que tinhamos direito, muito alegrinhos e satisfeitos, fomos dos ultimos a sair dessa festa. E na saída, ao invés de nos dirigirmos para o meu carro, passamos por ele, e nem olhamos, como coisa que não tivesse nada a ver conosco, e continuamos andando, sem que nenhum de nós dois pronunciasse qualquer palavra. Nem precisava. Estávamos sintonizados na mesma onda, vibrávamos no mesmo diapasão, e a palavra era desnecessária, naquele momento.

E assim, silenciosos, ficamos andando de madrugada pelas ruas desertas de Ipanema pelo simples prazer de andar, sentindo o cheiro, os ruidos, os sons da madrugada, e curtindo a companhia um do outro, como se fossemos amigos de infância. Às vezes, ele acelerava e ia na frente, outras vezes, eu me adiantava, mas estávamos sempre juntos, e esse lance era um simples jôgo que estabelecemos para sacar a nossa ligação em determinados momentos.

Teve um gesto inesquecível do Mauro quando estávamos passando em frente a um muro com grossas grades de ferro, e daí ele levantou um braço e foi passando a mão espalmada por cada uma daquelas grades, produzindo um efeito sonoro. E assim como duas crianças -- livres, leves e soltas, continuamos o nosso passeio na madrugada, e quando nos demos conta já estavamos em pleno Canal, quasi chegando no Leblon. Dalí, voltamos no mesmo clima até a rua onde o meu fusquinha nos aguardava.

Esse nosso encontro originou uma bela amizade, nem longa e nem duradoura, mas muito intensa enquanto durou. E tanto, que algum tempo depois eu fui responsável pela divulgação e a promoção (promoter na linguagem atual ) da primeira peça do Mauro apresentada aqui no Rio -- um monólogo. A vida nos afastou, e há muito tempo que eu não via o Mauro, mas acompanhava a sua vida pelas notícias dos jornais. No meio teatral, acontece muito disso, a gente convive uma determinada época, em determinado trabalho e depois a gente se separa. A gente volta a se encontrar em outro trabalho, ou não.

Hoje, eu estou postando esse texto aqui com uma imensa tristeza e uma dolorida saudade do Mauro, tendo na minha memoria emotiva a imagem muito vívida daquele menino lindo e esperto do passeio naquela madrugada. Esse post, além de uma homenagem, é para dizer da importância da nossa convivência e da minha gratidão pelo quanto eu aprendí com ele.

20.4.03

A tese do coelho
Num dia lindo e ensolarado o coelho saiu de sua toca com o notebook e
pôs-se a trabalhar, bem concentrado.
Pouco depois passou por ali uma raposa, e viu aquele suculento coelhinho tão
distraído, que chegou a salivar. No entanto, ela ficou intrigada com a
atividade do coelho e aproximou-se, curiosa:

-- Coelhinho, o que você está fazendo aí, tão concentrado?

-- Estou redigindo a minha tese de doutorado, disse o coelho, sem tirar os
olhos do trabalho.

-- Hummmm... e qual é o tema da sua tese?

-- Ah, é uma teoria provando que os coelhos são os verdadeiros predadores
naturais das raposas. A raposa ficou indignada:
-- Ora!!! Isso é ridículo!!! Nós é que somos os predadores dos coelhos!

-- Absolutamente! Venha comigo à minha toca que eu te mostro minha prova
experimental.
O coelho e a raposa entram na toca. Poucos instantes depois ouvem-se alguns
ruídos indecifráveis, alguns poucos grunhidos e depois... silêncio. Em
seguida, o coelho volta, sozinho, e mais uma vez retoma aos trabalhos de sua
tese, como se nada tivesse acontecido.
Meia hora depois passa um lobo.
Ao ver o apetitoso coelhinho tão distraído, agradece mentalmente à cadeia
alimentar por estar com o seu jantar garantido. No entanto, o lobo também
acha muito curioso um coelho trabalhando naquela concentração toda e resolve
então saber do que se trata aquilo tudo, antes de devorar o coelhinho:
--Olá, jovem coelhinho. O que o faz trabalhar tão arduamente?

-- Minha tese de doutorado, seu lobo. É uma teoria que venho desenvolvendo há
algum tempo e que prova que nós, coelhos, somos os grandes predadores
naturais de vários animais carnívoros, inclusive dos lobos. O lobo não se
conteve com a petulância do coelho:

-- Ah! Ah! Apetitoso coelhinho! Isto é um despropósito. Nós, os lobos, é que
somos os genuínos predadores naturais dos coelhos.

-- Aliás, chega de conversa...

-- Desculpe-me, mas se você quiser eu posso apresentar a minha prova
experimental. Você gostaria de acompanhar-me a minha toca? O lobo não
consegue acreditar na sua boa sorte. Ambos desaparecem toca adentro. Alguns
instantes depois ouvem-se uivos desesperados, ruídos de mastigação e...
silêncio.

Mais uma vez o coelho retorna sozinho, impassível e volta ao trabalho de
redação da sua tese, como se nada tivesse acontecido.
Dentro da toca do coelho vê-se uma enorme pilha de ossos ensangüentados e
pelancas de diversas ex-raposas e, ao lado desta, outra pilha ainda maior de
ossos e restos mortais daquilo que um dia foram lobos.
Ao centro das duas pilhas de ossos, um enorme LEÃO, satisfeito, bem
alimentado, palitando os dentes.
MORAL DA HISTÓRIA:
1. Não importa quão absurdo seja o tema de sua tese;
2. Não importa se você não tem o mínimo fundamento científico;
3. Não importa se os seus experimentos nunca cheguem a provar sua teoria;
4. Não importa nem mesmo se suas idéias vão contra o mais óbvio dos conceitos lógicos;
5. O que importa é "QUEM ESTÁ APOIANDO SUA TESE"...

( A Valéria Pinheiro do grupo de sapateado Valtaper do Ceará copiou do Fábio D'Afonsêca e eu copiei da Valéria).
Dicas de programas

Para os baixinhos e altinhos oficinas de cerâmica, filme, contação de historia pelo índio da tribo umutina de Mato Grosso, o Antonio Uapodunepá. Digratis. Detalhes no blog de artes cênicas, o Teatro ETC & Tal.

Um espetáculo imperdível:Novas diretrizes em tempos de pazno Teatro do Leblon, é o encontro entre um funcionário do serviço de imigração e um polonês em busca do seu visto de permanência no Brasil ao fim da Segunda Guerra. Um delicado diálogo entre dois seres humanos solitários que necessitam da Arte para o resgate da sua humanidade.Toni Ramos e Dan Stulbach dão uma aula de teatro.

Cabaré, Café, Sarau Etc e Tal no Café do Teatro Glaucio Gil com a atriz Maria Pompeu e a cada semana um cantor músicos convidados. Um grande momento da carreira dessa atriz que sem o menor pudor faz uma restropectiva bem humorada da sua trajetoria artística contando e interpretando fatos e causos desconhecidos até dos seus amigos mais íntimos. O roteiro vai desde a sua infância, passando pela fase inicial no Duse aos 15 anos, teatro de revista, Certinha do Lalau, cinema, etc. até à contadora de histórias. E de quebra, o público escolhe os contos selecionados no programa de Drumond a Stanislaw Ponte Preta. O público adora o espetáculo e aplaude em cena aberta. Um trabalho digno e corajoso, merece uma ida ao Glaucio Gil para ver quantos cabarés, saraus, teatro, etc e tal são necessários para a sobrevivência de uma atriz brasileira em mais de quarenta anos de carreira.

19.4.03


DANÇANDO AS MAIS SAGRADAS

Levei hoje para a aula de danças sagradas, a minha maraca e o cocar. Estamos tendo aula com a professora substituta, a Valéria, enquanto a titular está viajando. Ela tinha pedido na aula passada que levassemos algum instrumento indígena.
Levei a maraca e mais o meu cocar. E não foi um privilégio meu, apareceram mais umas quatro maracas que foram para o centro da roda, antes de iniciarmos as danças.
E a Valéria levou uma plantinha com as sementes de urucum, para pintarmos o rosto e algumas partes do corpo, como bem entendessemos. Foi a festa !
O urucum dá um ótimo batom, com uma cor linda. E, além disso, pode ser usado também como sombra, dando o maior realce para os olhos. E, òbviamente, eu peguei discretamente algumas sementinhas a mais e vou usar na maquiage, em dias especiais.

Com o som das nossas maracas, com as pinturas de urucum, dançamos como nunca. Hoje, foi a vez das danças dos guaranís.
É a tribo mais suave, ao contrário das outras tribos, que batem forte com o pé no chão, os guaranis deslisam os pés pelo chão.
Dançamos deles, uma dança chamada Tangara, com movimentos e gestos delicados, imitando um pássaro prestes a voar. Foi a que mais me tocou. Dançamos ainda outra dos tupinambás, e, encerramos com o Toré, dos kariri-Xocó.
posted by Ruth Mezeck 22:38
archived 24.9.01
UPDATE: Em homenagem ao DIA DO ÍNDIO, um post antigo de uma aula de danças sagradas, na Faculdade e Escola Angel Vianna.

18.4.03

Contorcionistas de pênis?

Se a moda pega...eu quero ser juri nos testes de seleção de atores para esse espetáculo. Detalhes no meu blog de artes cênicas, o Teatro ETC & Tal.

17.4.03

Pernas pra que te quero

Final de expediente no meu trampo, mais de cem criancinhas da creche em fila, descem as rampas. As mães, pais e responsáveis no pátio, esperando as suas crianças, e os cadeirantes sendo conduzidos em suas cadeiras de rodas até o estacionamento, em direção às kombis. Enfim, o maior movimento no pátio, escadas, elevadores e rampas, quando nesse momento, desce do elevador e passa correndo em altíssima velocidade um menino adolescente de uns quinze anos, magro, franzino, mas de uma agilidade e velocidade impressionantes.
Atrás dele corre desvairada uma moça descalça e descabelada, e quando ela está quasi o alcançando, ele pula por cima de um banco no pátio, rumando para os lados do jardim. Daí, a moça pula também atrás, e quando ela quasi o alcança novamente, ele pula o murinho do jardim, voltando para o outro lado do pátio, e a moça sempre atrás dele, salta o muro também. E agora, já no pátio da frente, ele pega uma reta, correndo em direção ao portão de saída.

Mães se desviam assustadas, as crianças, algumas observam divertidas àquela correria louca, outras só olham sem entender nada, e todas as pessoas adultas estampam no rosto a sua preocupação porque sabem do perigo que significa a saída do garoto por aquele portão. E a pobre da moça completamente ensandecida acelerou total, e agora ela pula, salta, dando enormes saltos atrás do garoto. E, enfim a uns cinco ou seis passos da saída, ela consegue alcançá-lo segurá-lo por trás, puxando pela sua camisa. Ele tenta escapar, os dois se atracam, e quasi caem no chão.

O menino é mudo, e ao invés de gritos, ele solta uns grunhidos, emitindo uns sons bem primitivos que soam muito estranhos e assustadores. Daí, então, os dois gentís guardas que assistiam embevecidos à inesperada cena em frente à guarita da saída, se dão conta de que eles podem e devem interagir com a cena, segurando o garoto e dando um help para a moça. Ação quasi dispensável, porque a essas alturas, o professor de capoeira também estava chegando junto para ajudar a sua colega.

Os protagonistas dessa cena: eu, há quatro anos atrás no início do meu estágio na instituição, e um adolescente autista e com sérios disturbios comportamentais. Depois da nossa aula, eu acompanhava esse menino até a saida do elevador, onde a mãe o esperava sempre. Aconteceu que dessa vez, ela não estava lá, eu dei um ligeiro vacilo, e ele não vendo sua mãe, aproveitou a deixa e aprontou.
Mas o que poderia ficar como a marca de uma experiência desagradável, foi um grande aprendizado, e um marco definitivo para a minha futura atuação profissional. A estagiária, a partir desse dia, passou a ser olhada com mais respeito e consideração da parte dos guardas, dos antigos funcionários e dos demais.

16.4.03

Palavras mágicas

Ontem, (segunda-feira) em pleno pátio da FUNLAR uma cena típica da instituição: um adolescente com quasi cem quilos, teve uma crise psicótica, jogou-se ao chão gritando tanto que dava para ouvir em todo o quarteirão, e não havia quem o acalmasse e convencesse a levantar. Monitores, fonoaudiologas, terapeutas, fisioterapeutas, funcionários, e nada. Quanto mais gente em volta dele, mais gritava e esperneava. Eu estava saindo do refeitorio, e fui até o patio pronta para usar o meu método. Estava pensando nisso e preparando-me para pagar o maior mico caso não funcionasse, quando uma antiga funcionária, daquelas que pela sua vivencia e experiência na instituição conhecem muito bem as manhas e truques dos usuários, aproximou-se, e foi logo gritando alto e em bom som, sòmente uma frase:
-- Olha os guardas, olha os guardas!
Ao ouvir isso, como num passe de mágica, o garoto foi levantando rapidinho, parou de gritar, ficou olhando atentamente para o povo todo a sua volta, e calmamente se deixou conduzir pelo monitor para a sua atividade da tarde.

15.4.03

Resistir quem há de?

Ontem á tarde em uma reunião de trabalho, uma pausa para comemorar o aniversário de uma colega. Fechei a boca até ver os colegas todos se deliciando com uma maravilhosa torta de chocolate recheada com fios de ovos e creme de leite. Não resistí, e só não teve repeteco porque não sobrou nada. Agora já sei que não basta fechar a boca tenho que fechar os olhos também. O que os olhos não vêm, a boca não deseja.
Hoje de manhã no meu grupo de estudos o intervalo para descanso e cafézinho, foi para comemorarmos o aniversário de uma colega que estava completando hoje vinte primaveras! Fiquei rezando para que não tivesse torta de chocolate. Não tinha. Mas em compensação tinha um rocambole feito pela avó da aniversariante, apresentado num tabuleiro todo enfeitado, e com dois tipos de recheio: leite condensado e côco. Resistir quem há de? Escolhí com recheio de côco. Teve direito a repeteco, mas não repetí. Palmas para mim porque tava muito bom.
Depois dessas concessões ao prazer da alimentação, ôlho na balança. Voilà.

13.4.03

PICADINHO com mau humor, inteligência preservada, mocréia, balança e etc..

Não estou entendendo patavina de mim mesma. Tá de meno e muito male o meu humor nesses últimos dias. Estou cometendo todos os improprérios verbais e não verbais. Ainda à cause, creio eu, dos efeitos colaterais dos remédios para emagrecer. Parei com o último, o Reductil, essa semana para ver se consigo dormir. Vamos ver que bicho vai dar. Tô me sentindo estranha, estribadaça, parecendo até que cheirei dez carreiras. Já aconteceu de eu chegar em algum lugar, e neguinho ficar me encarando e perguntando se eu estou passando bem. Só me faltava essa...

* * * * * * *
Para completar, a semana no meu trabalho foi daquelas. Começou na segunda-feira, quando iniciada a segunda aula, adentra a minha sala o funcionário trazendo um menino cadeirante que foi integrado à turma desse horário, sem que eu fosse comunicada. Para início de conversa eu não poderia iniciar o atendimento a um portador de deficiência em cadeira de rodas sem antes consultar o seu prontuário, e verificar atentamente todos os diagnosticos médicos, além de uma conversa com a mãe ou responsável, e daí, então começar o meu trabalho. Saia justíssima, mas ainda bem que o menino (doze anos), tendo a inteligência preservada conseguia falar com certa dificuldade, mas conseguimos uma comunicação.
A turminha de seis, todos PPNE (Pessoa Portadora de Necessidades Especiais), entendeu e comportou--se muito bem, foram solidários e carinhosos com o novo colega. E o sorriso de alegria desse menino interagindo a seu modo nas brincadeiras com os colegas compensou tudo. Nunca postei nada aqui sobre as dificuldades enfrentadas com a administração, menos ou tão graves quanto essa, mas agora mudei de idéia.

* * * * * * *
Em compensação, tô me achando... calcei aquele sapato salto altão que há muito eu não usava, e agitei uma produçãozinha básica, caprichando no modelito. Fagueira e toda faceira fui encontrar amigos para irmos dançar na night. Tudo estaria perfeito não fora aquele indigitado mandar esta pérola: Tem mocréia do Ivan na área. O Ivan era um amigo nosso especialista em arranjar as namoradas, digamos, mais estranhas, e de profissões as mais diversas -- de streaper a mulher cabo da marinha. Rodopiei, bailei turva na curva, mas não caí do modelito. Sustentei a pôse.

* * * * * * *
Comprei uma balança, e não é só para decorar o meu banheiro. Todo cuidado é pouco com a tendência a engordar que eu tenho. Depois da grana violenta que eu gastei, e de tudo o que eu passei, e ainda tô passando por causa desse regime, vou levar a sério a vigilância do pêso. Ora, se vou.

* * * * * * *

12.4.03

As palavras de Gandhi

O caminho da paz é o caminho da verdade.
Ser honesto, é ainda mais importante do que ser pacífico. Na verdade, a mentira é a mãe da violência. (...)
Não há um ponto intermediário entre a verdade e a não violência, e a falsidade e a violência de outro. Talvez nunca sejamos fortes o bastante para sermos totalmente não violentos, em pensamentos, palavras e ação. Mas devemos manter a não-violência como nosso objetivo e fazer um progresso constante em sua direção.
A conquista da liberdade, quer seja para um homem, uma nação ou o mundo deve ser na proporção exata da conquista da não-violência. Assim, aqueles que acreditam na não-violência como o único método de alcançar a verdadeira liberdade devem manter a chama da não violência ardendo intensamente no meio das trevas impenetráveis do presente. A verdade de uns poucos vai prevalecer, a inverdade de milhões vai se dissipar, como palha a uma lufada de vento."
"Se não houvesse a ganância, não haveria oportunidade para os armamentos. O princípio da não-violência exige uma completa abstenção da exploração por qualquer forma.
Assim que o espirito de exploração desaparece, os armamentos serão sentidos como um fardo insuportável. O verdadeiro desarmamento não pode ocorrer a menos que as nações do mundo deixem de explorar umas às outras.

(Mahatma Gandhi 1870/1948)

8.4.03

Haja hoje para tanto ontem,
como disse o poeta Paulo Leminski.
E eu ùltimamente não estou me cabendo do tanto de ontem que ficou para hoje.

>>> Minha ex-sogra telefonou no domingo, convidando-me para um almoço na casa dela no dia das mães. Estupefactei. Há mais de cinco anos não nos vemos, e nem nos falamos. E o filho dela está casado com outra. A poderosa matriarca cheia das intenções comigo. Ça va sens dire. Voilà.

>>> Estou podendo usar novamente todas as roupas que eu gostava, e estavam guardadas. Já emagrecí mais de oito quilos. Estou me achando. E isso é ótimo, apesar do ônus que eu estou pagando. Estou em acompanhamento médico desde o início do regime em novembro do ano passado, mas os remédios estão dando efeitos colaterais, e eu não consigo dormir mais de três ou quatro horas por dia. Fico ligadíssima o dia inteiro mesmo sem dormir. Um espanto. Já suspendí dois dos remédios, agora só estou tomando o Reductil, e já fiz vários exames a pedido do médico, e após esses resultados, seja qual for o diagnostico dele, vou no meu clínico para um outro diagnostico e avaliação. Nunca na minha vida tomei remédio para emagrecer, e estou muito cabreira com esse lance.

>>> Tudo ao mesmo tempo agora na minha vida pessoal e profissional. Ontem, numa reunião na Faculdade com a Mestra Angel Vianna, constatamos que o nosso trabalho na FUNLAR vai passar por uma série de exigências burocráticas que até então conseguiamos ir driblando. No próximo mês, a Angel vai renovar o contrato anual com a Prefeitura, e por exigência do pessoal do César Maia, as novas bases contratuais preveem o aumento da nossa carga horária, e há pouquíssimas probablidades de aumento do nosso salário. Péssimo.

>>> Aumento de carga horária é tudo o que eu não quero. Nos dias que eu não trabalho, terças e quintas, eu estudo. Ano passado todo, o curso de bufão com a Mestra Juliana Jardim, na UNIRIO. Continúamos com ela a mesma pesquisa esse ano, desde fevereiro na Fundição Progresso. Agora, começamos a trabalhar com um texto de Ionesco, A cantora careca, dentro das técnicas de bufão para uma possível apresentação em agosto na Fundição. Essa apresentação faz parte de um outro projeto, o qual está esperando aprovação da verba para a sua concretização.
Além disso, às terças e quintas pela manhã, estou participando de um grupo de estudos, com um pessoal que há muito eu quero trabalhar. Estamos estudando e pesquisando o teatro de Henrik Ibsen para uma montagem no próximo ano.

>>> É tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo que eu nem sei...
e por hoje é só... ç'est tout.