30.12.01

CASSIA ELLER
(10/12/63 - 29/12/01)

Acabei de ler no blog da Meg, a Sub Rosa, esta triste notícia. Descansa em Paz, Garotinha !
Christmas, bad logins, crakers and blogs & blogueiros

Este final de ano entrou para a história da comunidade blogueira. Primeiro, foi o sumiço dos templates. Quando eles apareceram, foi a vez das senhas. Não podiamos entrar nos nossos blogs porque as senhas não eram aceitas. Era o tal "Bad login" que marcou a vida dos blogueiros, em pleno Dia de Natal. Um presente inesquecível.

Neste "Jour de Noel", depois de todos os excessos cometidos na véspera, e tendo dormido o dia inteiro, quando acordei, uma surprêsa nada agradável: a senha do meu blog não entrava, e aparecia o aviso de "Bad login". Fui até a vizinhança para verificar o que estava acontecendo, e tudo parecia normal. Quando cheguei na Super Cora, não acreditei no que estava vendo. Aquele gato amarelo com aquela fantasia, não podia ser o Mosca. Claro, era uma foto enviada pelo Maurício. Quem seria o tal Maurício? Estranhei a falta do link. Fiquei com pena do pobre gatinho amarelo com a expressão assustada no olhar, todo tenso, e com as orelhas apertadas naquela touca cafona, contrastando com a expressão corporal do Mosca -- lindo, livre e solto, com o ôlho vivíssimo, atento no lance que vai aprontar ali na Árvore de Natal, á sua disposição. Ainda bem que existe a Família Gato, e pessoas que amam os animais.

Altas horas da noite, e ainda sem as chaves da casa, decidi forçar uma entrada, clicando no " forgot your password " para ver o que acontecia. Eu sou defasada mesmo. A estratégia funcionou, e eu conseguí entrar por uma janela que se abriu com um formulário para preencher. Mal acabei essa tarefa, a vozinha ridicula do Aol avisava que tinha chegado e-mail. Corrí para lá, e acabava de chegar a resposta com a nova senha. Numero um. Password: 1. Estranho. Abrí novamente a janela, e preenchí o formulario, e desta vez, para dizer que tinha esquecido o meu nome. Rapidinho, outra resposta com o meu nome completo.

Estranhices á parte, o importante é funcionar, pensei clicando os botões, e digitando a minha nova senha, consegui enfim entrar em casa, e postar os dois textos abaixo. Antes de ir dormir, uma rápida visita aos vizinhos mais queridos. Tudo tranquilo, aparentemente, mas na Cora, quando eu deparei com aquele gato preto, trevoso, e aquele texto, não entendi muito bem o espirito da coisa, mas achei até engraçado. Tentei outra vez deixar um comentário lá, mas o FalaSério me rejeitou.

Blogueiros á beira de um ataque de nervos

Só fui saber da real extensão das estranhezas todas, no dia seguinte, quarta-feira, dia 26. Desta vez , o Blogger não abria, mas uma janela de aviso pedia desculpas pelo transtorno, e que trocassemos as senhas, fechando com o seguinte texto: "crakers have not respect for vacation time, it seems". Caramba! E agora? Trocar as senhas de que jeito, se a gente não podia entrar no blog. E eu nem sabia como trocar. Corri para a lista de discussão dos blogueiros para alguma orientação, e lá estava rolando o ti-ti-ti da maior confusão da historia dos blogs. Então, eu fiquei sabendo que a senha com o número 1 foi distribuida para todos os blogueiros, e a partir daí não precisa muita imaginação para calcular os estragos.

Um dos primeiros e-mails, dos muito mais de cem sobre o assunto, era o da Marina, anexando a cópia de um e-mail recebido da Cora-a verdadeira, relatando que o seu blog tinha sido invadido, e que aqueles dois posts, do dia 25 e 26, não eram dela. E ainda a Marina, informava que tinha acordado com um e-mail da Jackie Miller --colunista social dos blogs, "roubaram a senha dela e alguém está escrevendo no seu lugar ". Esta foi a deixa para os blogueiros mais irreverentes fazerem toda a sorte de piadas sobre a misteriosa colunista que ninguém sabe se é homem ou mulher. E a delicada, elegante e culta Flavia Cintra, chocada com as piadas, "poderia ter acontecido com qualquer um de nós".

A Waleska chorava porque tinha perdido o blog, contando que entrou com a senha 1 e a sua senha antiga, e nada disso deu certo. A Faerie fazia um enfático apêlo, "cuidado, isto é sério", para os blogueiros consertarem rápidamente as suas senhas. O Marcio Borges, irado, tinha flagrado alguém tentando roubar até a senha do ICQ, mas ele foi mais rápido, e conseguiu impedir o estrago. O Fred Leal tinha ficado durante seis horas, configurando o Grey Matter, e recomendava entusiasmado para uma Waleska impactada, e não entendendo nada. O impecável Denis -- o querido padrinho do meu blog, alertava sobre a importância de ter PHP e mais outros dois componentes para instalar o tal do Grey Matter. O atento moderador da lista, o Wilson Reis, poeta e matemágico -- estudante de matemática e mágico -- explicava como mudar as senhas lá dentro do blog, depois que o Hugo Sevres se enganou, ensinando errado para uma alucinada Adriana, mandando vários e-mails com " beijocas desesperadas".

A Luzinha Franzoi, de Caxias do Sul, perguntava se teria alguma relação com esses acontecimentos, o enguiço do " Comente" do FalaSério que acabara de instalar. E reclamava do presente do seu amigo oculto que ainda não chegara, enquanto a Na (sua filha adolescente, também blogueira) já tinha recebido o dela, e que ela (a Mãe blogueira) " estava cansada de tanto esperar o carteiro no portão " -- ela mora em uma casa com quintal e tudo. Nessa babel toda, interferências as mais absurdas da autoria da dupla Fabio, o gracioso Carbone e o marrento Rodrigo Araújo -- aquele blogueiro processado pelas autoridades do Canadá e persona non grata por aquelas bandas, depois que falou mal das batatas canadenses. E para completar as estranhezas, um dos moderadores da lista, o Edney Soares que acabou de noivar com a Clau, sempre tão presente em todas as discussões, esteve ausente nesse dia.

Pelo que estava rolando na discussão, os blogueiros que tinham o tal do Blogbuddy -- editor dos textos do blog, estavam se dando bem, e conseguindo entrar e trocar as senhas. E quem não tinha, como eu, estava numa de horror total. É inenarrável o alívio que eu senti, quando finalmente o Blogger voltou ao normal, lá pelas tantas da madrugada. Então, eu conseguí trocar as senhas e o meu bloguinho voltou. Mas não foi tão simples assim, porque uma outra surprêsa estava reservada para o final, quando eu constatei que o "Blogueiros" --weblog coletivo -- não estava mais na minha lista. Tinha sumido. Eu não podia postar no Blogueiros.

Depois dessa, acho que foi muito bom esse "preview" do desaparecimento dos blogs. Se eles forem deletados, se sumirem de vez, eu já estou conformada. Eu posso estar postando agora toda feliz, e o meu blog pode sumir como num passe de mágica. Daqui a pouco, amanhã, ou depois, quem sabe, o meu blog pode ir para o espaço. Hoje, eu comprei uns disquetes, e vou encontrar um tempo para fazer um backup do Artimanhas e do Teatro ETC & Tal.

25.12.01

Um presente aos leitores da "Folha de São Paulo", hoje, o artigo do ROBERTO MANGABEIRA UNGER, transcrito em parte aqui. Sou admiradora dele, desde uma entrevista ao Roberto dÁvila, na TVE, no dia 9 de agosto de 1998, data assinalada no meu diario pessoal, onde eu anotei alguns pensamentos pinçados dessa entrevista.

Natal

O cristianismo não é, como supôs Nietzsche, a religião dos ressentidos. Mais
razão teve Unamuno ao defini-lo como a religião dos derrotados. Vitoriosos,
compreendeu ele, são os que se adaptam ao mundo, aceitando como horizonte a
circunstância que encontram.

Derrotados, de início, são aqueles que exigem
que o mundo se adapte a eles. Desses derrotados, derrotados porque
inconformados, depende o avanço da humanidade. (...)Se há sinal de que a vida não é o que parece ser é a carreira do cristianismo. Não há mensagem que contradiga mais o bom senso mundano do que
a mensagem cristã. Ela surge de acontecimentos enigmáticos e paradoxais. (...)

Um jovem judeu de periferia começa a ensinar um caminho de salvação.
Intransigente e mal cercado, preocupa as autoridades políticas e religiosas,
que se acertam para matá-lo. As expectativas que acalentou se frustram. Seus
seguidores o renegam. Depois, sua existência e suas palavras são entendidas
como prenúncios de vida maior para todos. Acabam virando diretriz de uma
civilização que inventa mil maneiras de descaracterizá-las para poder
domá-las. (...)

Temos de construir idéias e instituições mais compatíveis com a condição do espírito.
A reafirmação da transcendência convive no cristianismo, entretanto, com a
idéia que está associada ao Natal. O espírito se encarnou no mundo porque o
espírito é amor. Embora transcendentes sobre o mundo, somos carentes das
outras pessoas.

O mundo, porém, não está preparado para a primazia do amor porque no mundo
cada um de nós está crucificado, em separado, na cruz das limitações que
nosso destino social e genético nos impôs. Temos, por isso, de mudar o
mundo, começando por transformar nossa relação com ele. (...) . Desproteger-nos para poder imaginar o possível e aceitar os outros é a essência da sabedoria e o rumo da divinização. (...)

Melhor faríamos se rejeitássemos essa falsa religião, camada da múmia que
nos sufoca, e passássemos, apóstatas intranquilos, a ver o ensinamento de
Cristo como a doutrina desestabilizadora que ela é. (...) A hora da nossa apostasia seria o momento da nossa
conversão. Isso sim seria Natal.

(Roberto Mangabeira Unger, para a "Folha de São Paulo", de 25/12/01)

Em tempo: A p o s t a s i a, para quem não sabe (se eu soube algum dia, já tinha esquecido), é a ação de apostatar; mudança de religião e particularmente o ato de abandonar a fé cristã, segundo o dicionário.

Paulo Leminski e JESUS a.C.

O livro do Leminski "VIDA" (Editora Sulina), com as biografias de Cruz e Souza, Bashô, Jesus e Trótski, é daqueles que eu preciso ter ao alcande da mão -- literalmente. Ele está sempre aqui em cima da mesa do escritório.
Vale a pena trancrever aquí na íntegra, o prólogo do livro sobre a vida de Jesus, chamado de "Carta de Intenções". As intenções todas foram conseguidas com o maior brilho de quem traduziu os textos evangélicos diretamente do original grego, além de outros textos em latim, francês e inglês, não fosse a competencia literária aliada à militância zen-marxista do poeta Leminski.

CARTA DE INTENÇÕES
Este livro é dirigido por vários propósitos.

Entre os principais, primeiro, apresentar uma semelhança o mais humana possivel desse Jesus, em torno de quem tantas lendas se acumularam, floresta de mitos que impede de ver a árvore.

Outra, a de ler o signo-Jesus como o de um subversor da ordem vigente, negador do elenco dos valores da sua época e proponente de uma utopia.

Outra ainda, seria a intenção de revelar o poeta que Jesus, profeta, era, através de uma leitura lírica de tantas passagens que uma tradição duas vezes milenar transformou em platitudes e lugares-comuns.






23.12.01

A verdadeira

Esta é a Casa dos Artistas. Um site bem bolado, sensível da web-designer Alexandra Poppe. E o atual presidente da Casa dos Artistas, o ator Stepan Necerssian mandando um bolaço! Parabens.
Os anticristos

O Millôr mandou beleza hoje no JotaBrasil, detonando todas numa sacação genial. Vale conferir.

22.12.01

Assine o livro de visitas. Yes, nós temos guest book!
E esta postagem aqui é para disfarçar o meu pânico, porque depois que instalei o guest book, os templates sumiram... quem bloga sabe o que isto significa ... adrenalina pura .... voilà...
Pocharde, moi?

Pas vrai ça! Cachaceira, eu ? Olha aqui ô ENERGUMENO, não me venhas de borzegans ao leito. E cachaceira é a progenitora da sua tatatataravó ...

21.12.01

Luxo & lixo

De manhã cedinho, no trajeto para o trabalho, assisto diariamente, a mesma cena: as pessoas menos favorecidas, digamos assim, remexendo e catando coisas no lixo. No lixo dos carrinhos apropriados aos sacos de lixo de plástico grandes e pretos dos prédios, até aqueles saquinhos plasticos empilhados que esparramam lixo para todo lado, em frente de algumas casas, aqui da Vila Isabel.

Um dia desses, vi uma jovem senhora bem aparentada, levando os dois filhos pequenos para o colégio pago (vi pelo uniforme), dar uma rápida mexida num sacão de lixo preto, e pegar um objeto que não deu direito para ver o que era, porque eu estava na calçada oposta. A cara de satisfação e a expressão corporal não deixavam dúvidas que algo importante para ela, havia sido encontrado naquele lixo.

Hoje, foi a minha vez. Colocados lado a lado, em cima de um daqueles sacões pretos, dois lindos bastões de papelão pardo, bem resistentes e novinhos, com mais ou menos uns dois cms. de largura, e com pouco mais de um metro de altura. Era um presente para mim. Peguei e levei para a FUNLAR, as duas preciosidades, que já estão guardadas no meu armário, depois de um banho rápido de alcool.

Há muito tempo, eu venho pesquisando um bastão que não seja de madeira, plastico ou bambu para determinados exercícios no trabalho de expressão corporal com as crianças e adolescentes portadores de deficiência. A prática sinalizou para mim, que tais materiais não são aconselháveis. Basta um movimento mal coordenado, ou uma empolgação maior, e a integridade física da professora e dos alunos, corre sérios perigos.

Luxo é lixo sem preconceito

Aqui, nós temos preconceito com as coisas encontradas no lixo. É uma questão cultural. Na Europa e nos EE.UU é a coisa mais natural e normal catar coisas do lixo. Para espantar um pouco, o meu preconceito, eu testemunhei esse fato, em várias ocasiões. A primeira, quando visittando um amigo em Nova York, fiquei maravilhada com o requinte da decoração do seu apartamento, só com coisas catadas no lixo -- de cadeiras, quadros, espelhos, armários a aparelhos de tv, som e o escambau. Um casal de brasileiros, amigos meus (atores) que moram em Barcelona, a casa deles foi toda mobiliada (eu disse toda mobiliada) e decorada com coisas catadas no lixo. Em Paris, ví coisas lindas na casa de amigos e conhecidos, também encontradas no lixo.

Seu Jorge

Já postei aqui sobre aquela campanha institucional e as moedinhas que vão para o lixo, jogadas fóra ou esquecidas na gaveta. Há duas semanas ou mais, ví uma entrevista da Marilia Gabriela com o Seu Jorge, ex integrante do Farofa Carioca, agora em carreira solo. Sou fã desse negão. Ele fugiu da casa dos pais, morou muitos anos na rua, ralou e rolou por aí até chegar a ser o Seu Jorge.

Perguntado sobre a sobrevivencia difícil nas ruas, se ele já tinha roubado, coisa e tal, e de pronto, ele respondeu que nem precisava. E sabem porquê? Saia catando moedinhas nas calçadas, e se dava bem. E declarou ainda que nem precisava andar muito. Muitas vezes em dois ou três quarteirões, juntava tantas moedinhas que a "féria do dia" estava garantida. Meus respeitos, Seu Jorge!



Passando longe da balança

Hoje foi a última aula do ano da turma de alunos do curso livre de expressão corporal da Mestra Angel Vianna, com festinha e troca de presentes. Como eu não fui à aula na terça, e sou desligada mesmo, esquecí completamente da festa que vem acontecendo todo o final de ano nessa turma. Na hora de sortear os nomes, a Angel resolveu a parada para mim, sugerindo com o seu jeitinho todo especial: "Ah, ela fica devendo o presente ".

Quem tirou o meu nome, foi o único varão presente. Nesta turma só tem dois benditos frutos, e tratados a " pão de ló " pela mulherada. Imaginem o presente que o lindo levou? Uma caixa de bonbons finíssimos da Kopenhagen, daqueles que dá vontade de comer até a caixa. Tinha que ser para mim este mimo. Sou chocolatra assumida.

E se não bastasse os excessos da semana passada, hoje comí de empadinhas de queijo a rabanada. As meninas, algumas, resistiram e ficaram só na prova da rabanada. Eu perdí a conta de quantas eu comí. E depois dessa, já estou repetindo o meu mantra preferido para esta época do ano -- fechar a boca é preciso ... fechar a boca é preciso... fechar a boca é preciso ...

20.12.01

Roda de chorinho

Ontem, o Blogger estava com problemas, não conseguí postar, e nessa confusão toda, o computer deu pau, e acabei perdendo os textos daqui do Artimanhas e do suplemento de artes cênicas. Entre os posts, tinha um longo texto sobre a reunião na FUNLAR e a aula de música. Pois é, né. Quem mandou inventar mais essa maluquice. Blog é coisa de maluco.

Hoje não estou com a mesma disposição, mas não posso deixar de dizer que eu conseguí tocar no ultimo dia de aula de música, que acabou virando uma roda de chorinho. Os alunos do Jorge (lá do Fundão) são feras. Fabiana nossa colega que estuda violão, foi a revelação como cantora. Eu toquei "Asa Branca" com o Mestre. Na segunda parte, eu me enrolei, mas conseguí chegar ao final, sem maiores vexames. Valeu, Mestre!

17.12.01

Jour férié pour moi
Hoje eu não vou trabalhar e nem estudar. As aulas de danças sagradas terminaram, e em compensação, amanhã o expediente é de oito até às cinco da tarde -- renião de avaliação no Auditorio da FUNLAR de Vila Isabel, durante o "I Encontro do Programa de Desenvolvimento Infanto-Juvenil Inclusivo" (inclusivo para quem não sabe é o trabalho desenvolvido com portadores de deficência). O programa bonitinho, bem impresso, fala da presença da direção da FUNLAR. O tema de discussão á tarde me interessa de perto Postura profissional no espaço de trabalho e junto aos usuários e suas famílias, em virtude do que já postei sobre um aluno autista.

Presença nas costas
Mesmo quando não preciso acordar cedo, o meu relogio biologico apíta, e não me deixa mais dormir. Aproveitei, e fui andar no Maraca. Depois dos excessos todos durante a semana passada, tenho muita caloria para queimar.
Eu nunca tinha visto ninguém andando de costas no Maraca, além de mim. Hoje eu vi uma senhora andando de costas, e fui conferir o lance. Era o aconselhamento de uma fisioterapeuta para a musculatura das panturrilhas. Perguntei se ela saberia dizer um outro benefício, além desse, e ela não sabia porque a fisioterapeuta só falou nas panturrilhas. Ah, esses fisioterapeutas... precisam ver o corpo de uma forma mais holística...

Deitei e rolei, falando sobre os benefícios todos, desde o mais importante que é o trabalho de toda a musculatura posterior, que coitada nunca é lembrada, à consciência da presença nas costas. Dei como exemplo, o ator canastrão que quando dá as costas para o público, sai do personagem. Falei no uso corporal dos gatos, aliás quem quiser ver uma expressão corporal perfeita com presença nas costas, veja o MOSCA aqui, clicando na FAMILIA GATO, e vai entender melhor do que eu estou falando.

Depois do discurso todo, ainda dei umas dicas dos melhores lugares do Maraca para este tipo de exercício, e ela aparentou ter gostado do que ouviu, mas ao se despedir ela deu uma olhada meio estranha . O que estaria passando pela sua cabeça? Voilà.
Parfois le dimanche
Aqui, nunca falta água. Hoje faltou, só voltando às quatro da tarde. A água mineral tinha acabado, e só tinha um quarto de jarra com água gelada na geladeira, e com a sede que eu estava...
Depois de blogar, fui almoçar, e depois do almoço às seis da tarde, um cochilo, e depois sair às oito para forrozear com o CORDÃO DO BOI TATÁ, lá na Rua do Lavradio n.20 - um novo espaço cultural aqui do Rio.

E o cochilo se estendeu até quasi nove horas da noite, quando acordei com um telefonema da minha irmã Reneidi, de Porto Alegre. Chovia pacaramba, entrei numas e acabei ficando em casa. Pô, esta foi braba. Além de forrozear, iria encontrar o pessoal do meu grupo de estudos. Marquei. Depois dessa, já abri trocentas vezes a geladeira, comi dois cachos de uva, comi todos os pedacinhos do pé de moleque mineiro que eu trouxe da festa, ontem. Comi uma laranja, tomei não sei quantos cafézinhos e tomei o ultimo yakult. E agora tenho a semana inteira para fechar a boca...

16.12.01

Os Liberados e a Mestra
Este blog tá de ressaca de licor de jenipapo misturado com cachaça mineira, sopa á mineira com torresmos, sopa de raiz de ervas á mineira, sopa de abobora mineira, costeletas de porco e couve á mineira, doce de mamão com abacaxi, doce de mamão puro, pé de moleque mineiro, doce de abobora, broa de milho, e não sei o quê mais de mineiro, não fosse um jantar produzido pelos "Profissionais Liberados", em homenagem à ilustre mineira (de Belzonte), nossa MESTRA ANGEL VIANNA.

Os Profissionais Liberados -- grupo de dança contemporânea criado (existiu de 89 a 94) pelos alunos do curso livre de expressão corporal da Angel e dirigido pela própria, sendo que esta escriba foi uma das "Liberadas". Desde essa época, a Mestra e os " Liberados " , vivem inventando comemorações de todos os tipos como pretexto para a gente se encontrar, confraternizar, rir muito, falar todas as bobagens que temos direito.

O jantar de ontem foi especial, porque já virou uma tradição no grupo, no mês de dezembro, a realização do encontro homenageando a Angel, e aproveitando o clima natalino para a troca de presentes. A gente capricha no presente, porque tem um sorteio na hora, tipo amigo oculto, e numa dessas pode-se tirar o nome da Angel, e não é só por isso. É muito bom trocar presentes com pessoas queridas e amigas.

O porquê do nome
O nome do grupo, PROFISSIONAIS LIBERADOS, foi escolhido pela Angel, numa lista de sugestões de nomes , os mais loucos e desvairados. Bateu direto o nome sugerido pela Julieta Calazans (atualmente é a Consultora de Pesquisa e Extensão da Faculdade Angel Vianna). Ela não era do grupo, mas participava como amiga, dos ensaios e das festas.

Da formação original do grupo, desde o primeiro espetáculo "Dançando o dia a dia", estavam presentes ontem no jantar, o Dudu ( Doutor JORGE EDUARDO FIGUEIREDO, que só conhecemos pelo apelido, é também autor teatral) e o belo CARLOS LACERDA - advogados, JULIA F. SOUZA - médica e artista plástica e uma doceira de primeira, ADELE BRANDÃO - professora de inglês, esposa do Carlinhos e dona de casa, ANGELA COUTO - professora de dança, minha colega na FUNLAR, trabalha na unidade de Campo Grande( tem ainda a grande responsa de substituir a Mestra, nas aulas de expressão corporal, quando ela viaja, MARIA DEL CARMEN THOMAS - a Carmencita, professora de espanhol, e adida não sei o quê da Embaixada da Argentina, MARA MARTINS - artista plastica, aquela que fez a vitrine lá dos mudernos, que eu já falei aqui, JÚLIO OLIVEIRA - bancário e Revelação de Pai, MANUEL AIRES - estudante de sociologia na época, atualmente mestrado em Ciencias Sociais, BETH SIMÕES - atriz e pesquisadora (ela sorteou a Angel e deu uma garrafa de cachaça mineira ), e TACIANA ROBALINHO - engenheira quìmica, atualmente trabalhando em Belo Horizonte. E mais as presenças da antropologa SOLANGE PADILHA, que integrou o grupo no segundo espetáculo (Fui sorteada por ela e ganhei um porta-velas de cerâmica pintado á mão, e assinado pela artista. Um luxo.) e a nossa querida Juju - a Julieta Calazans.

Ainda da formação original, não puderam comparecer à festa, os seguintes Liberados: JUSSARA ENGEL - psicologa e fonoaudiologa, NEY FONTES - professor de educação física, PEDRO AMÉRICO - médico psiquiatra, BETH MOSCOSO - fonoaudiologa, SIMONE GOMES- bailarina e professora da Escola, foi assistente de direção de todos os trabalhos, e o ITAERCIO ROCHA - ator/bonequeiro maranhense introdutor do "Cacuriá" no grupo, atualmente morando em Curtiba.

15.12.01

Procura-se um espirito

Gente, é sério ! O meu espirito sumiu. O talzinho que me acompanha desde antanhos, está desaparecido. De uns tempo pra cá, ele se some quando eu mais preciso dele. Cadê a minha presença de espirito, nessas horas? Saiu por aí a passear.

E eu fico ensandecida na vida, quando algum tempo depois ele volta, e sinaliza todas atitudes (em palavras ou ação) que eu deveria ter detonado na ocasião do seu sumiço, e não detonei, e marquei a maior bobeira. Ah, e chega... marquei sim, dou minhas marcadas feias, mas eu não sou uma pessoa resolvida, pronta e acabada.

Anos e anos de análise me deram uma consciência maior para não repetir os mesmos desatinos pela vida afóra, o que já é um grande ganho... voilá. Quando iniciei este post achei que tava mandando legal, mas agora eu acho que mal-e-mal tô podendo pensar o trivial como diriam os personagens do Guimarães Rosa.

Dança inclusiva

Chegando agora depois de um dia de muitas e variadas emoções. Hoje de manhã o espetáculo de final de ano com os nossos alunos de expressão corporal na FUNLAR --dança inclusiva, como é chamada a dança com portadores de dificuldades especiais, que eu vou comentar depois no blog de artes cênicas.

Bailei na curva!

E á tarde, na Faculdade e Escola Angel Vianna, formatura das alunas do Curso Técnico de Recuperação Motora--Terapia Através da Dança, com apresentação de danças sagradas, entre outras performances. Eu frequentei assìduamente as aulas de danças sagradas, o ano todo como ouvinte -- um complemento da minha formação, porque quando eu me formei não tinha esta matéria. Na segunda- feira retrasada, penúltima aula do ano, Lúcia Cordeiro, a professora titular avisou que a "Rutinha" não iria dançar porque não era f o r m a n d a ! Bailei turva na curva, e ainda estou sacudindo a poeira... voilà.

14.12.01

O PENHOR DESTA IGUALDADE, é um espetáculo absolutamente imperdível. Depois não digam que eu não avisei. Vejam os comentários lá no Suplemento de Artes Cênicas, deste blog.

13.12.01

Sabão Ruth

As pessoas estão elogiando os meus cabelos, e perguntando qual o xampú que eu estou usando. Não é nenhum xampu daqueles que a propaganda promete cabelos brilhantes e sedosos -- como estão os meus cabelos, realmente, mas é simplesmente sabão de côco Ruth (tipo artesanal, embalagem de plástico com letras verdes, e com cinco barrinhas de sabão).

Um dia eu fui lavar os cabelos, e verifiquei que o xampu tinha acabado todinho. A solução foi lavar com sabão de côco. Eu também gostei do resultado, e há quasi um mês só estou usando sabão de coco, usado na cozinha também para lavar a louça. Eu não uso detergente porque eu teria que usar luvas por causa da alergia, e como isso dá dá muito trabalho, então eu só uso sabão de côco, há vários anos.
Emoções...

Hoje, foi o último dia do ano para os atendimentos individuais na FUNLAR. Um dia dos mais difíceis. E o que mais me abalou foi a decisão a ser tomada no caso de um adolescente autista, com quem eu venho trabalhando individualmente, há vários mêses. Já pensei algumas vezes durante o ano, em jogar a toalha, e dar o caso como inelegível para o tratamento -- denominação técnica para os casos sem solução. A decisão foi adiada, porque eu cheguei a alcançar algumas conquistas, poucas, mas significativas dentro de um quadro de autismo com sérios disturbios de conduta. Mas de dois mêses para cá, ele vem regredindo no tratamento, chegando quasi à estaca zero. A minha esperança são as reuniões da próxima semana com todos os terapeutas para uma avaliação dos atendimentos.

Depois da trevosa manhã, veio a maior calibrada no meu emocional, levantando o meu astral. Ao abrir os e-mails do dia, e uma rápida visita aos vizinhos mais queridos, a bendita surprêsa, estava aqui um dos presentes mais originais que eu recebí na minha vida. A emoção começou na barra de rolagem do blog quando vi aqueles pelos amarelos surgindo, e fui logo pensando: oba! O Mosca de novo ! E era ele, o ser felino com mais cara de gente fina que eu já vi, numa bela foto com dedicatória à minha pessoa. Lindo demais! Valeu, Super Cora!

11.12.01

Solfejando de deveras...

Há nove mêses estudando música, hoje, na penúltima aula do ano, caiu a última ficha do aprendizado de solfejo. Pois é isso aí, sou defasada mesmo. O Jorge, nosso professor é fera. Músico (integrante e fundador do "Pisando em Brasa", conjunto de chorinho que eu já falei aqui) e professor da melhor qualidade. Pelo método dele, só não aprende quem for muito burro. E além disso, é daqueles professores que têm o maior prazer em dar aula. As aulas dele são muito animadas e divertidas, apesar da chatura do aprendizado téorico.

Na última aula do ano, na próxima terça-feira, o pessoal do Fundão foi convidado pelo Jorge para tocar conosco aqui na UFRJ, da Urca. Eu vou tocar também. O Jorge disse que vamos todos --alunos de violão, flauta e percussão -- tocar com eles. Tenho uma semana para estudar com afinco, e não dar bobeira no dia. Voilà.
Tô mais prá colírio, do que botar óculos escuros.
Antes que eu me esqueça, vale registrar aqui que hoje também é a data comemorativa do Dia da Declaração Universal do Direitos Humanos(1948), e do Dia Internacional dos Povos Indígenas. Quando teremos alguma coisa para comemorar nessas questões, nem os deuses sabem.

10.12.01

Dia do Palhaço, é hoje, sim senhor!

Hoje, é a data comemorativa do DIA DO PALHAÇO. Em São Paulo, no Teatro Maria Della Costa, altas festas com a presença da palhaçada (falo aqui de grupo de palhaços) toda lá de Sampa. Aqui no Rio e em outros Estados, eu não estou sabendo de nenhuma palhaçada.

Coincidência ou não, aqui na vizinhança blogueira, o Sergio Faria, do mais que famoso catarroverde, agora sempre aos domingos, já mandava ontem esta saudação no melhor estilo do picadeiro:

-- Hoje tem catarrada?
-- Tem, sim Senhor!
-- E o palhaço, o que é ?
-- Fodedor de mulher!

Responda rápido: a palhaça é mulher do palhaço? E a palhaça o que é ? Hein? Quem ? Ah, esquece. Essa não é a questão...

9.12.01

Teatro Etc. & Tal já abriu a roda para quem quiser participar. Para quem ainda não sabe é o suplemento de artes cênicas do blog aqui desta escribauta.

7.12.01

Falando em bastidores
O brilho do palco iluminado, e o espetáculo pronto para receber os aplausos, não me impressionam. O que me interessa antes de tudo, são os bastidores. Tanto na arte, como na vida. Lá nos bastidores, onde o espetáculo é preparado, longe dos holofotes e dos aplausos, é que vai rolar ou não, a essência de tudo. No que cada participante do espetáculo traz dentro de si -- as pirações todas, as perversidades disfarçadas, os truques de sobrevivencia, enfim, a essência seja ela qual for.

Estou falando disso agora, porque é muito difícil postar certos momentos da minha vida aqui. Daí eu pensei em criar Momento Bastidores e mandar ver. Seria para um momento bem pirado da minha vida, e postado aqui sem nenhuma reserva. Mas tem um porém: certos aspectos da minha vida pessoal eu não vou postar aqui, e em lugar nenhum. Enfim, as crises voltando... ainda me estranho aqui. Pensei até em fazer um blog temático, e acabar este aqui... voilà.

6.12.01

Não acredito ! Hoje, decidamente não é o meu dia... Andei mexendo nos templates, e não é que mudou novamente o layout. Essa não... vai começar toda a piração de novo
Bastidores

Tô gripada, aliás nem sei se é gripe mesmo, ou o auge da crise de rinite alérgica. Tô precisando de uma calibrada no meu emocional... não tô legal... tô mais pra berro do que pra sussurro... tô mais pra bocão do que pra beicinho...tô mais pra bandeira do que usar óculos escuros... não tô afim de postar nada mais aqui ... argh! ...

5.12.01

Bundinha na bandeja

As aulas do curso livre de expressão e conscientização corporal da Mestra Angel Vianna são muito especiais. A começar pelas pessoas que frequentam essas aulas, sempre lotadas, apesar do horário: de meio dia e meio às duas da tarde. Entre essas pessoas, são encontradas desde professores da Escola e alunos já formados que vão fazer uma reciclagem, alunos que fazem essas aulas há mais de dez, quinze ou vinte anos vinte anos, até a madame que acabou de chegar, porque ouviu falar da Angel, e vai lá fazer umas aulas de alongamento. E o mais incrível disso tudo, é que a aula acontece em em todos esses níveis. Para mim, por exemplo, além da reciclagem, é a oportunidade da pesquisa do movimento, que nas aulas dela acontece naturalmente. Mestra é Mestra.

Hoje foi uma aula daquelas antologicas, com varas de bambu massageando e tocando algumas partes do corpo. Durante a aula, ela vai inventando alguns termos para melhor entendimento, criando umas imagens completamente hilárias.

Depois de vários alongamentos e toques com o bambu na região sacro/bacia, ela mandou esta: sorria não só com a cara, sorri com a bundinha... solta a essa região aí. Em outra hora lá, sentados em cima da vara de bambu estendida no chão, veio outra: "não é para despencar, a bundinha tem que estar confortável aí, como se estivesse numa bandeja. Sente os ísquios, alonga os ísquios...coluna ereta, não levanta os ombros". E eu que levei mais de dois anos para sentir os ísquios. Antes, eu sentava em cima do trocanter, achando que estava sentada nos ísquios. No dia que a minha propriocepção funcionou, eu não me contive e fiz o maior estardalhaço. Dos muitos micos que eu já paguei lá na Angel, este ficou indelével na minha história pessoal.


2.12.01

Clique aqui novamente.
WHILE MY GUITAR GENTLY WEEP, disparada a melhor música do George, está em ultimo lugar na pesquisa do Globo News e ausente da pesquisa da CNN, conforme a Super Cora falou lá no InternEtc.SOMETHING, a preferida do Sinatra, está em primeiro lugar nas pesquisas. E como o Caio Cesar (Princeps Gaius) observou hoje lá no seu blog, Mr.Sinatra sempre anunciava como sendo de Lennon e MCartney. Aqui neste site, as melhores músicas e While my guitar ... é claro.

29.11.01

Tony Tornado em Hamlet

Olha ai quem vai aparecer numa leitura dramatizada de "Hamlet" no Teatro Gloria, na segunda-feira, dia 3, `as 20 hs., ele, o famoso cantor e agora ator, Tony Tornado, e mais um elenco de primeirissima, a Lea Garcia -- a maravilhosa atriz negra da primeira versao cinematografica de "Orfeu", a otima atriz e cantora Maria Ceiça, o Haroldo de Oliveira, Kadu Carneiro, Deo Garcez entre outros atores, todos negros. A direçao e´do Vava´ Carvalho.
Esta leitura marca o inicio das atividades da Companhia de Teatro do Negro. Dou a maior força! Ah, e vale lembrar aqui que a Lea Garcia foi casada com o Abdias do Nascimento, que criou a primeira companhia teatral so´com atores negros, o TEATRO EXPERIMENTAL DO NEGRO, no final dos anos 40, e que teve uma grande repercussao na epoca.

28.11.01

Obsessões de Nelson Rodrigues, Filho

Fui assistir e não gostei de uma seleção de cronicas de "A vida como ela é", de Nelson Rodrigues, adaptadas para o teatro num espetáculo dirgido pelo filho do autor, no Teatro Glaucio Gil. Patrícios, Palhares e outros personagens rodrigueanos de plantão, devem ter cochichado em seu ouvido, e de cochicho em cochicho, ele acreditou que era diretor, adaptador, ator e produtor teatral. E tudo isso, na melhor das intenções, como ele fala lá no programa da peça "sob a ótica de quem conviveu e vivenciou seus momentos da criação (...) imagens da minha infância e adolescência, quando observava o Velho nas suas rotinas de trabalho, e que agora , se materializam no palco". Pensou que ser o filho do Nelson Rodrigues bastaria. Apesar de todos os equívocos deste espetáculo, o texto é mais forte, e supera quasi todas as atrocidades cometidas. Mesmo quando o filho está no palco, fazendo o papel do narrador.

OBSESSÕES, é o segundo espetaculo da trilogia que começou com BEIJOS, e que finaliza com FUTEBOL-PAIXÃO. Não passarei nem na porta do teatro para evitar sofrimentos.
Do elenco, se destacam como podem, a Maria Pompeu, o Evandro Melo e dois jovens atores que eu não conhecia, a Patricia Gordo e o Mateus Sartori. Nem o Aurelio de Simoni, escapa. A iluminação deste espetáculo, compromete a sua brilhante trajetoria profissional, com muitos prêmios e distinções.

Saí do Glaucio Gil, numa angústia tremenda, porque eu quisera ter assistido um espetáculo a altura do maior dramaturgo brasileiro de todos os tempos. O teatro brasileiro tem duas fases distintas: antes e depois de Nelson Rodrigues -- um classico, um moderno, um primitivo, um tragicomico, tudo isso num só autor. Tudo isso e muito mais. Daqui a cem anos, estaremos reverenciando o nosso Shakespeare: Nelson Rodrigues.
Acontecencias especiais na vida desta blogueira, deixaram o blog sem uma única postagem desde sexta feira. E o motivo principal foi a visita de parentes do Sul que ficaram hospedados aqui em casa no final de semana. Tinha uma porção de coisas para postar aqui, mas hoje não dá mais. Tenho que acordar cedo amanhã. E ainda tô meio boba de deveras, tontas e tantas coisas in my life. I don´t believe !

24.11.01

MOMENTOS DE NELSON RODRIGUES --OBSESSÕES

Tenho dito obsessivamente, que sou uma flor da obsessão. Ora, uma coisa muito repetida vai perdendo a solenidade inicial e tornando-se humorística. Amigos meus já me saúdam assim:

-- Olá, flor da obsessão, como vai?

--Vou indo. Estou caprichando.

23.11.01

Parfois le jeudi...

Acabando de chegar da festa de lançamento do Calendario Abayomi 2002, produzido pela Cooperativa Abayomi, uma associação de mulheres artesãs que confeccionam aquelas famosas bonecas negras de pano, sem cola ou costura. A festa foi no prédio da esquina vizinho à sede da Abayomi, lá em Santa, com direito a uma apresentação do Cordão do Boitatá, e aquelas performances de canto e dança das meninas Abayomi. E sempre que esse povo se apresenta, acaba numa celebração à música e à dança popular brasileira. Bom demais.

De Santa, fui para uma festa de "mudernos", na MOD, à Rua das Laranjeiras n. 363 , para o lançamento de verão de André Camacho, o estilista de Nova Iguaçu, novo " darling" da moda carioca. A loja é uma mistura de moda, artes plasticas, musica, video instalação, mais vitrine inspirada em Duchamp, feita pela Mara Martins (mix de artista plastica e bailarina, integrou o nosso grupo de dança contemporânea "Profissionais Liberados", lá na Angel). A vitrine-instalação exibia um vestido de noiva muito louco, todo preto em tule, bordado com andorinhas vermelhas, criação do estilista mineiro Ronaldo Fraga. E mais a inauguração de uma instalação de Bet Olival -uma cortina imensa de veludo preto com símbolos fálicos. Tudo isso, não fora a proprietária do MOD, a artista plastica Elena Pazzuelo.
No coquetel, um mojitos divino.

21.11.01

E agora, o momento poético com FERNANDO PESSOA, em Tenho tanto sentimento, do livro "Encantos e Paixões".


Tenho tanto sentimento
Que é freqüente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.

Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.

Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.

Este poema , foi um presente enviado por e-mail pelo meu amigo ELOY ARAÚJO, ator, diretor e autor teatral. Ele acaba de voltar de Portugal, muito faceiro e fagueiro com a repercussão de TANGO, BOLERO E CHACHA , peça de sua autoria que se apresentou em terras lusitanas com grande sucesso de público e de crítica. Ele conta que lá como aqui, a mídia que funcionou foi a famosa boca-a-boca.
Pisando em braza na Barra

Sexta agora, dia 23, às 22 hs. no Bar e Restaurante BOCA DE CENA, local bem manjado na Barra - fica perto da Lagoa, perto do Biruta, numa ruazinha que vai dar num shopping - vai ter uma única apresentação do PISANDO EM BRAZA, conjunto de chôro liderado pelo nosso professor de música, o Jorge, e outras feras da Escola de Música da UFRJ. Imperdível. Já falei neles aqui.

20.11.01

Chaves for ever

Não assisto televisão. Exceção para alguns programas especiais, tipo o Chaves & Companhia que eu adoro. Pena que só posso assistir nos dias feriados, porque passa aqui no SBT as duas e meia da tarde, ou o outro programa dele, o Chavéco que passa aos sábados, a uma e meia da tarde. Eles são ótimos comediantes, naquela linha clown no jôgo do ator. Sou fã de carteirinha dessa turma, e graças ao feriado de hoje eu pude assistir. Vou começar a gravar os programas, antes que o Sr. Abravanel tire do ar, como aconteceu com o Chapolim.

Qual é a do Supla?

Depois, assistí um programa na Band (acho que era da Sonia Abrahão) que entrevistava os assessores do programa "Club dos Artistas" , contando os bastidores das gravações, mostrando cenas inteiras do programa, e parei para ver. Nunca tinha assistido. Não entendí nada, e entendí muito menos o que faz o Supla naquele programa. Tem uma hora lá que ele fala que é independente, que gravou o seu disco, e coisa e tal, e que não tá afim da grana do programa. Então porque está lá pagando aqueles micos todos? Aliás, além do Supla e do meigo Alexandre, eu não conheço e nunca ouví falar dos outros.

Gerson King Combo

Mudei de canal e fui para a TVE. No "Sem Censura", a Leda Nagle ouvia embevecida as histórias do famoso cantor Gerson King Combo, que arrasou nos anos 70 como cantor de rap, viajou pelo mundo divulgando a música brasileira, ganhou muita grana e torrou tudo o que ganhou. Foi a estrela absoluta do programa que participava também o ator Raul Cortez, também completamente fascinado com as historias do Combo que revelou ser também Cortez no sobrenome.
O cidadão Gerson Rodrigues Cortez, é nosso colega de trabalho lá na FUNLAR. Eu não o conhecia, até o dia em que ele adentra a minha sala na maior desenvoltura, acompanhado de um reporter e de um fotografo, para tirar fotos com as crianças, na maior camaradagem com elas, e sabia o nome de todas. O meu segundo contato com ele foi para dizer que o Sergio Faria - vizinho blogueiro do Catarroverde - estava veiculando o seu nome e seus feitos pela Internet. Ele ficou todo contente com a notícia, e desde esse dia, ele me cumprimenta muito afetosamente. Ele é encontrado sempre nas festas da FUNLAR, onde ele é o apresentador oficial, (tem um vozeirão!), e pelos corredores, pelo pátio, pelas rampas, e sempre cercado por um bando de mulheres que monopolizam a sua atenção.


19.11.01

Não levar na flauta

Quando eu comecei a estudar flauta, tirava de ouvido e mandava legal. E agora com o pentagrama aqui na minha frente, não passo das primeiras frases. Nem Asa Branca, a primeira música que eu aprendí a tocar, eu consigo ir até o fim. Estou repassando todos os primeiros exercícios. É o jeito. Preciso administrar melhor o meu tempo, e conseguir estudar mais vezes na semana. Voilà.

São danças nossas, são coisas nossas

O samba, a prontidão e outras bossas são coisas nossas, já cantava o Noel Rosa, numas de alertar para a valorização das nossas raízes culturais. Lembrei dele agora, porque não sem tempo, a professora titular de danças sagradas, hoje passou as nossas danças sagradas. Dançamos desde ciranda, maracatu, carangola, e até o xote carreirinha, lá da minha terra, além de repassar as danças indígenas que aprendemos com a Valéria. Dançei que me acabei. E me comportei muito bem. Isto quer dizer, que a titular não precisou ficar pegando no meu pé.





18.11.01

Manhas da classe

Algumas pessoas da classe teatral e a dos contemporâneos (bailarinos de dança contemporânea), estão antenadissimas para o que eu posto sobre a classe aqui no meu blog. E muito mais do que eu pensava. Pelos e-mails, e alguns toques que eu recebí pessoalmente, tem muitas expectativas não correspondidas aqui neste espaço. Esse lance mexeu comigo.

O meu blog não tem a pretensão, nunca teve, em tempo algum, de fazer crítica ou divulgação de espetáculos. Ele é uma espécie de diario on-line, e como tal, eu faço apenas comentários da minha vivência artístico-cultural, sem nenhum compromisso, a não ser comigo mesma. (Comigo mesma? Nem sei se o meu português tá certo. Voilà.) Simples assim. Por esse motivo, o comentário que eu faço pessoalmente para um bailarino ou ator, não vou necessariamente postar aqui. Certo?







Enfim, funcionou o "Comments". Agora podem deixar aqui o seu comentário. Por favor, comentem...
Este blog não me obedece. Nem a tapa. Agora posta quando quer, e escreve em itálico, quando não peço. Assim não dá.

17.11.01

Fabio Lanceiro

Através do Internetc da Super Cora Rónai que sempre dá dicas de blogs interessantes, eu cheguei
no FABIO FERNANDES, jornalista, tradutor e escritor. Ele é o editor do primeiro e único blog, dedicado à literatura, o Lanceiro Livros, constantemente atualizado, com resenhas críticas dos últimos lançamentos das melhores editoras, como o da Editora 34 que acaba de lançar uma biografia do Jackson do Pandeiro, que eu fiquei afim de comprar.

E no outro blog, o Lanceiro Livre ele dá a sua opinião sobre assuntos da atualidade, comentários do seu cotidiano, cinema, teatro (com uma apreciável cultura teatral), e até notícias de uma oficina teatral do Grupo Armazém. Ele tem um estilo que me agrada muito. Já está entre as minhas visitas obrigatórias. A vizinhança blogueira tem disso, dessas descobertas de pessoas que nos identificamos de imediato, parecendo que somos velhos amigos de outras paradas. Declaro envaidecida, que ele visita o meu blog, e o colocou nos Blogs Bacanas, lá no Lanceiro Livre.

"Os blogs são crianças -- eles têm muito que caminhar e nós com eles. Nós blogueiros, ainda vamos escrever uma boa parte da história da WEB -- e, desconfio, a mais divertida!". Esta, eu tirei lá do Lanceiro Livre. E tem mais reflexões do Fabio numa matéria sobre blogs, na Mídia Interativa do Itaú Cultural, aqui.

16.11.01

O correr da vida embrulha tudo.

A vida é assim:

esquenta e esfria,

aperta e daí afrouxa,

sossega e depois desinqueta

o que ela quer da gente é coragem.

Assim versou Um Chamado João - o Guimarães Rosa.

15.11.01

Este é um País Surrealista. E bota surrealismo nisso. Tem que fazer campanha para o povo não jogar dinheiro fóra, ou deixar esquecido em algum lugar. Não aguento mais ouvir a propaganda daquela campanha institucional: "não deixe suas moedinhas esquecidas na gaveta". E não é só a classe média, ou as outras, mas um pedinte na rua, se você der um real em moedas, ele vai fazer uma cara em branco, mas se você der uma nota de um real, a cara é outra.
Esta história do alemão que é dono do canto do uirapuru, foi contada pela Valéria - pesquisadora da cultura indígena e danças indígenas, que trabalha com o Kaka Wera.
Falando na Valéria, ela voltou nesta segunda-feira, a convite da professora titular de danças sagradas, para dar por escrito as coreografias e os cantos indígenas que vivenciamos com ela há um mês atrás, conforme já postei aqui. As aulas da Valéria, são muito mais que um repasse de conhecimentos. Ela consegue transformar uma simples aula, num ato de celebração.
O dono do canto do uirapuru

Tetê Espindola, passou seis mêses embrenhada na floresta matogrossense, pesquisando os sons dos pássaros, num trabalho para o seu novo disco. Seu maior desafio: gravar o canto do uirapuru. Ele é o único pássaro que imita o canto dos outros pássaros, e só aparece uma ou duas vezes por ano. Ela já estava quasi terminando a pesquisa, e nada de aparecer o uirapuru. E lá quasi nos ultimos dias, ela vai pra a floresta e como fazia sempre, começa a cantar. E de repente, o seu canto é imitado á perfeição. E oh , bendita surpresa, estava finalmente, depois de mêses de espera, gravando o canto do uirapuru.

Missão cumprida, volta e começa os preparativos para o disco. E um inesperado impecilho, paralisou o seu projeto. Não poderia gravar o disco com o canto do uirapuru, sem a autorização de alguém que registrara o canto, e cobrava royalties pela utilização do canto do uirapuru. O autor da façanha: um alemão que não mora no Brasil, veio aqui, conseguiu gravar, e agora é o dono do canto do uirapuru. Isto é Brasil.

14.11.01

Meu aluno de francês

--Bonjour Madame ! Comment ça vas ?
--Bien, et toi Marcel?
--Très bien, Madame. Regardez le soleil!

Este foi o dialogo hoje de manhã cedo, na portaria do prédio com o meu aluno de francês - o Marcelo, gente finíssima , "doublé" de porteiro e serviços gerais do prédio. Eu comecei ensinando há algum tempo atrás, algumas palavras a pedido dele, e eu fui me entusiasmando porque ele leva jeito, e fui ensinando o básico. E toda a vez que eu o encontro há sempre uma saudação em francês.

É inenarrável, ver aquele baita negão fazendo todas as caras e boquinhas que tem direito na pronuncia de francês. Não é afeminado, não. As mães das adolescentes que o digam. Ficam bem espertas quando ele está por perto, e principalmente, quando cumprimenta em francês, as menininhas.






12.11.01

Parfois le lundi...

--Quem é essa doutora ? Olhem aí o meu filho todo rasgado. Me disseram que ele ia para uma terapia com dança. Que dança é essa? O que é isso ? Não quero meu filho nesse troço.

Este texto acima, era falado alto pelos corredores por uma mãe de excepcional, vindo em direção à minha sala, hoje de manhã. Acontece que o filho dela se atracou com outro na minha aula, nesses arroubos de garotos adolescentes, rasgando a camiseta de malha, na gola e no ombro. Aliás não rasgou, descosturou. Ele tem dez anos e o outro tem treze. Foi só isso. Nada que merecesse tamanho estardalhaço.

Conversei longamente com ela , e parece que a convencí que o filho não se metera em briga, como ela pensara. Foi um papo dífícil porque eu tive que ouvir muita impropriedade, e com a toda a calma que eu conseguí reunir para um momento tão difícil.

Mãe de excepcional é uma instituição. Ah, e eu não sou doutora, mas é assim que as mães nos chamam também. Porque o nosso entendimento é em conjunto com psicologo, fonodiaulogo, ortopedista e outros profissionais.
Ikswalsinats, Staccato e Ana Vitória

"Mildred Mildred" foi o espetáculo da dupla Frederico Paredes e do Gustavo Ciríaco, da Dupla de Dança Ikswalsinats, ( agora com uma terceira integrante, a Luciana Fróes) que inspirado em Magritte, em suas oposições de forma e sentido, apresentando um humor que vai do absurdo, poético e ludico. Acompanho a dupla desde a sua formação nas primeiras apresentações lá na Escola, há seis anos, e dá uma grande alegria acompanhar a evolução do trabalho desses meninos.

"Palimpsesto" foi uma pequena mostra (dezoito minutos) do novo trabalho da Staccato Companhia de Dança, do Paulo Caldas e da Maria Alice Poppe, professores da Escola Angel Vianna, e premiados em vários festivais internacionais de dança. Eles são acompanhados por música ao vivo, especialmente composta pelo Felipe Rocha. Eu assisti só cinco minutos finais do trabalho, porque dei bobeira na fila do Café, no segundo andar. Sou fã da dupla. Maria Alice, então, além da técnica perfeita, passa a maior emoção.

"Asè" da Cia. Ana Vitória, da coreógrafa baiana radicada no Rio, apresentou um trabalho baseado numa pesquisa sobre os rituais da mitologia iorubá. O estudo dos movimentos das danças rituais dentro do contemporâneo, sem perder a essência do movimento original que sobrevive há séculos. Era a voz corrente que este é o trabalho mais maduro da Companhia. Lindo e emocionante.

11.11.01

Artimanhas no Teatro C. Gomes

Ontem, no Carlos Gomes, penúltimo dia do l0 Panorama Rio Arte de Dança, foi uma batalha para conseguir entrar. Os ingressos estavam esgotados desde cedo. Filas para comprar com antecedencia para hoje. O jeito, foi esperar alguém vendendo uma sobra, ou alguém esperado que não apareceu. Nesse agito todo, o porteiro implicou comigo, dizendo que eu não podia ficar ali na frente da porta, atrapalhando a entrada. Saí de fininho, porque nessas horas, eu fico muito abusada, e perco um pouco a noção dos meus limites, e da boa educação.

Lá pelas tantas, as filas acabaram, o povo todo com ingresso entrou, e nós ali, sentados na escadaria com cara de idiotas. O meu amigo desanimado já pensava em desistir. Eu jamais iria desistir, e justo na apresentação do pessoal da Escola. Olhei para o lado oposto à bilheteria, e ví o balcão da organização que já estava sendo fechado, fui até lá, e usei a velha artimanha posta em prática nessas ocasiões, e mandei esta, com a maior fé cênica:
-- Tem um convite aí no nome de Ruth Mezeck ?
Rápida olhada em uma imensa lista. Não encontra o meu nome, claro. Passa para outra lista. E eu, rapidinho, antes que ela diga não, acrescento o seguinte texto:
-- Sou professora da Escola Angel Vianna. Ela percorre os nomes, rápida, volta-se pra mim, e pergunta:
-- Quantos ingressos ?
E eu, rapidinha:
-- Dois.
Ela destaca dois ingressos, e lá fomos nós, felizes como pinto no lixo, sentar na oitava fila da platéia, e esperar o espetáculo começar.


Enfim, encontro alguém do meio que sabe o que é um blog e blogueiro. Hoje no Teatro C. Gomes, encontrei o Eduardo que foi meu colega no curso livre de conscientização corporal na Angel há alguns anos atrás. Na época, ele era músico, e tinha uma banda. Hoje, ele é programador de computador, e é daquela galera que se amarra no Linux, tem um site e está num ambiciosíssimo projeto - o de salvar o mundo. Preciso visitar urgente o site dele. Bem,o Eduardo tem uma amiga blogueira.

9.11.01

Kafka for ever

Antigamente , não podia entender porque minhas perguntas ficavam sem resposta; hoje, não posso entender como é que pensei ter a capacidade de perguntar. Na verdade, eu realmente não pensava: eu apenas perguntava

Inspirada no Sr. K - o homem que faz do seu blog, um castelo - eu postei esse aforisma do Franz Kafka. Obrigada Serjones por mais esta valiosa indicação.

8.11.01

Momento Breguíce Explícita

Paguei o mó mico, ontem no Teatro Carlos Gomes. Por puro deslumbramento e breguice. Só de lembrar, quasi morro de vergonha. Voilà. Sou brega sim, mas também sou chique. Os preparativos para a noite, começaram cedo, quando passei na loja de flores, e mandei entregar no Carlos Gomes, a mais linda corbeille de rosas (aquela cor de rosa chá). E às sete e meia, chegava eu para enfrentar a quilometrica fila da bilheteria.

Ingresso garantido, lá vou eu cumprimentar os amigos e conhecidos. A classe de bailarinos de A a Z ,toda lá. O povo da Angel, não faltava ninguém. E eu, imbuida pelo espirito mais brega, cafona e deslumbrado que há em mim, entrei numas de fazer propaganda do grupo, e alardear para todo mundo, o seguinte texto que eu saí repetindo para quem eu encontrasse pela minha frente, antes de começar o espetáculo:

-- Foi com À Fleur de Peau que eu estudei em Paris. São meus Mestres. Vocês vão gostar. É o que há de mais revolucionário em dança contemporanea na Europa. Mistura de dança-teatro-mímica...

Denise e Michel em grande forma, com pleno domínio da técnica, uma apurada pesquisa de movimentos com cenas do cotidiano, brincam com alguns clichês de comportamento, e também com os conhecidos clichês da própria dança contemporânea. O mais comovente deste espetáculo, é a simplicidade com que eles transmitem idéias, as mais sofisticadas, e com a maior elaboração técnica, de uma forma simples e direta, sem os conhecidos hermetismos que marcam os trabalhos do gênero. Poesia pura, lirismo e muito humor. Agradaram em cheio, o publico dos mais seletos -- a própria classe de dança.

Quanto a esta escriba, se antes de começar o espetáculo estava exibidíssima, imaginem depois do sucesso da apresentação. Só dava eu no foyer , agora com outro texto :

-- Ótimos, não ? Meus Mestres, claro. Estudei com eles...

Fomos em fila aos bastidores para os cumprimentos depois do espetáculo. Entrei na fila para cumprimentar a Denise, e avistei ao longe o Michel, e corrí para falar com ele. E idiota que eu sou, falando em português. Claro que ele não entendeu nada, fez uma cara de espanto, e secamente só dizia obrrigadô.

Voltei arrasada para a fila, convencida que ele não lembrara de mim. Depois, no final, ele falou que ficou em dúvida se era eu mesmo, só porque eu falei o tempo todo em português, e ele não entendeu nada. Eles estavam contentes com a recepção do público ao espetáculo. Pena que eles viajaram hoje de manhã cedo para São Paulo. Agora só nos veremos em Paris. Quando? Nem Deus sabe.

À FLEUR DE PEAU EM SÃO PAULO

Antes de voltar a Paris, vão se apresentar dia 10 em São Carlos, no TEATRO DO SESC, e dia 17 no TEATRO MUNICIPAL, em Araraquara.
Pisando em braza

Terça-feira, depois da aula na Angel e da postagem do dia aqui no blog, deitei para descansar uma meia hora, porque eu deveria sair às oito horas da noite. E não é que eu fui acordar duas horas depois, às oito e meia. Saltei da cama, agitei aquela produção básica, e saí para a naite, em direção a um bar e restaraurante chamado PÉ QUENTE, na Tijuca, numa ruazinha escondida, e que eu tinha uma vaguíssima idéia onde se localizava. E os deuses da música (eles existem) me conduziram, e acabei chegando lá sem me perder, e não chegar muito atrasada para o show do Jorge -- nosso professor de música -- e o seu conjunto de chôro, o PISANDO EM BRAZA que estavam dando uma canja lá nesse bar.

PISANDO EM BRAZA, guardem bem esse nome porque vale uma ida a qualquer lugar onde eles estejam tocando. O grupo foi criado no início deste ano, e desde então, vem se apresentando em bares e outros espaços alternativos. Tudo fera. A maioria da Escola de Músida UFRJ, é formado pelos músicos JORGE (flauta transversa e percussão), BIRA (violão), GUILHERME DO CAVACO, (cavaquinho, ele tem apenas dezessete anos de vida, e parece que tem cem só de cavaco ) e o LUIZ FERNANDO (pandeiro). E teve mais dois alunos da Escola de Musica da UFRJ, dando uma canja, o PAULO CESAR, tocando um instrumento de percussão chamado vanderk, e a CAMILA, mandando na flauta transversa um chorinho da sua autoria, que alguém não avisado pensaria ser de Ernesto Nazareth. O Pisando em braza, além de composições próprias, passou quasi todos os clássicos, de Jacó, Pixinguinha, Chiquinha Gonzaga, etc . Foi um presente. Uma verdadeira aula, e deu vontade de sair de lá e estudar muito -- era a voz corrente entre nós, os alunos do Jorge. Gostei de ver a nossa turma reunida lá. Foi a primeira vez, que nos reunimos numa social. Adorei.

Hell´s Angels no Pé Quente

Na saída, uma surprêsa. Saimos de um ambiente com clima de chorinho, valsa, Rio Antigo (na parte de cima do sobrado antigo e cheio de charme, onde fica o palco), e descendo as escadas, l´ambience, diferia completamente. Parecia que estávamos naqueles locais mostrados pelos filmes americanos. Uma bandeira preta, enorne, com as iniciais bordadas (distintivos ou sei lá o quê) dos Hell´s Angels tupiniquins marcava o territorio. A varanda, estava repleta com mais de 40 ou 50 motoqueiros, com aquelas roupas de couro pretas, medalhões, correntes prateadas, cabelões e aquelas caras de bad boys. Detalhe: uma única mulher entre eles, comportadamente sentada quasi na ponta da mesa, e vestida toda de jeans.

Um grandalhão, em pé, falando alto e gesticulando muito, parecendo disposto a partir para uma briga a qualquer momento, Enquanto ele falava, outro também alterado berrou "é mentira, deles". Enquanto isso, outro levantou, e aparteava: "ele está falando, ele está falndo, é ele quem fala..." Hum...
Fomos saindo de fininho, passando pela varanda, sem olhar para eles. Mesmo assim, deram uma pausa, e uma ligeira encarada para o nosso lado. Esse povo é desconfiado ...

Na rua, estacionadas lado a lado, um mar de motos. Das mais simplezinhas, às mais incrementadas, todas pretas, Deveria ter também aquela famosa, a Davison (é assim que se escreve?), e a exceção, era uma moto pintada de cor de rosa com laranja, toda psicodelica á moda dos anos 70. E isto me reportou aos anos 80, no Circo Voador, quando o famoso cantor de rock que foi amigo da Janis Joplin, o SERGUEI, deu um show lá, e foi escoltado até o Voador pelos Hell´s Angels da época, e carregado apoteòticamente até o palco pelos mais belos espécimes dessa tribo. Esta não teve preço. Inesquecível !

Perguntei ao guardador de carros, se essa galera ia sempre lá, ao que ele respondeu:
- Esses hipies tem uma reunião aí toda primeira terça do mês, depois das dez, eles tão aí. Um deles, é parente do dono.




6.11.01

À fleur de Peau, chega ao Rio

Postei aqui no meu blog, dia 8 de setembro, Uma experiência de corpo sem órgãos, o relato de uma experiência artística no meu primeiro dia de aula --em Paris -- com a companhia de dança À FLEUR DE PEAU. A companhia sediada em Paris, foi criada em 1986 pelo bailarino e ator alemão MICHAEL BUGDAHN e pela bailarina paulista DENISE NAMURA. A partir de um trabalho de pesquisa a meio caminho entre a dança e o teatro, é considerada uma das mais importantes da dança contemporânea européia, e uma das mais bem sucedidas do circuito internacional de dança, com apoio do govêrno francês, e participação nos mais importantes festivais de dança na Europa e na América.

Amanhã, quarta feira, dia 7, às 20 hs. no TEATRO CARLOS GOMES, a Compagnie À Fleur de Peau vai se apresentar no " 10 Panorama Rio Arte de Dança " , com o espetáculo "RÉTROSPECTIVE" - uma sucessão de duetos tirados de várias criações da companhia, numa significativa mostra da linguagem única entre absurdo e lirismo desenvolvida pelo grupo.

Na minha opinião, absolutamente imperdível para qualquer tipo de público. Acompanho todos os anos, o "Panorama", mas nesta décima edição, só vou ver este espetáculo, amanhã, e no sábado , também no Carlos Gomes, a apresentação do pessoal da Faculdade e Escola Angel Vianna, o Paulo Caldas e Maria Alice e a dupla Ikswalsinats -- o Fred e o Gustavo.

5.11.01

Dança e HTML

Errei sim. Aqui lado esquerdo deste blog, eu postei dansa ao invés de dança. O impecável está sem acento. E sabem porque ? Culpa da minha incompetência com a tal da linguagem HTML. Entre postar errado e não postar, preferí a primeira opção. Já estou providenciando a correção. Recebí algumas sugestões de blogamigos, e vou tentar corrigir. Estou adiando a decisão porque ainda não me refiz do trauma que foi mexer nos tais de templates, quando este blog ficou uma semana fora do ar. Voilà.

Devo declarar que eu fiquei comovida com a delicadeza e o cuidado com que algumas pessoas sinalizaram por e-mail, o meu êrro. Valeu.

4.11.01

Super Maria

Ah, esquecí, mas lembrei a tempo (esta ela não iria perdoar) de outra atividade da Super Maria : professora. Ela dá aulas, conferencias para professores de segundo grau, dentro do Projeto Proler( ou coisa parecida) pelo Brasil inteiro, e na Casa de Leitura, em Laranjeiras. Faz isso nas horas vagas.

Além disso, tem um grupo de contação de histórias, o "Grupo Repertorio", atualmente se apresentando pelas bibliotecas do Rio, dizendo poemas de Cecilia Meireles. Ela reclamou que eu fui a única dos amigos que ainda não foi ver. Bem, que eu gostaria, mas os horários das apresentações são incompatíveis com os meus horários.

Além disso, está trabalhando como atriz, em dois espetáculos em cartaz : Obsessões de Nelson Rodrigues, encabeçando o elenco dirigido pelo N.Rodrigues Filho, de quinta a domingo às 21 hs no TEATRO GLAUCIO GIL, (este eu não ví, ainda, mas fica em cartaz até o dia 25), e as terças e quartas às 19hs. no TEATRO ZIEMBINSKI, produz e interpreta
amor feminino plural. Levei uma decisão. Se eu não fosse na segunda feira, à estreia deste espetaculo e à festa de aniversário, ela não me consideraria mais sua amiga "no máximo, conhecida de alguns anos". Isto é Maria! E por falar no Nelson Rodrigues Filho, ele também estava na festa acompanhado de seu séquito, e muito animadinho - coisa rara nele. Deve ser porque agora é candidato, e já está em campanha. Ele engordou, e com aquela imensa barba branca, está cada vez mais parecido com aqueles profetas do Rafael. Tinha um integrante do séquito, fazendo propaganda da candidatura dele, e pedindo votos. Hum...

Além disso, dessas atividades todas como atriz, produtora,professora e contadora de histórias, faz traduções de peças teatrais. Dirigiu por vários anos, o Ciclo de Leituras do IBEU. Traduzia, dirigia, coordenava e, eventualmente, interpretava.

Além disso, está sempre criando projetos culturais. E já aconteceu de ser surpreendida um ano depois, com a aprovação de algum projeto que já estava até esquecido, e ter de encontrar tempo para tocar o projeto aprovado, quando já estava envolvida com trocentas outras atividades. Isto é a Super Maria!

Além disso, o que mais ? Ah, caminha na praia diariamente, pela manhã, antes das 11hs.
Ah, tem mais: faz aulas de hidro-ginastica. Ufa! Será que eu falei tudo ? Ah, neste ano, teve atuação na novela das seis, da Globo, mas já acabaram as gravações.

Ah, tem outro além disso, importantíssimo, comparece a todos os coquetéis de lançamentos de livros, de exposições, etc..etc... e às festas em casa dos amigos. Ela comparece, nem que seja por alguns minutos, vai lá e marca a sua presença. Temos um amigo em comum, o ator e diretor Eduardo Cabus, que vive repetindo o seguinte texto: " Gente, a Maria Pompeu é a grande dama do teatro brasileiro. Gentil, educada, generosa, como só as grandes damas sabem ser". Falou, Cabus.




Afetos & Perceptos

Segunda, foi a festa de aniversário da Super Maria, como eu chamo a atriz MARIA POMPEU. Uma querida amiga de muitos anos, que eu conhecí quando ainda estudava arte dramática em Porto Alegre, e ela excursionava por lá com uma peça. Atriz, produtora, diretora, contadora de histórias, tradutora, e nem lembro mais o quê. Periga eu ter esquecido alguma das suas multiplas atividades. E, como convém a uma atriz, ela recebeu os seus convidados no Teatro Ziembinski, após a estréia do seu mais recente espetáculo, amor feminino plural, uma coletânea de textos da Clarice Lispector , Adélia Prado, Cecilia Meireles à Elisa Lucinda e Bianca Ramoneda, entre vinte autoras, falando do amor aos homens, à família, e do cotidiano. A direção é da competente Monica Alvarenga, e as três atrizes, além da Maria, a Myriam Nogueira e a ótima cantora e atriz Telma Costa.

Após o espetáculo, que a julgar pelos aplausos da classse poderá fazer muito sucesso, teve o coquetel, bolo de aniversário, um piano acompanhando as várias performances de cantatrizes, bailarinos, cantatores, muita dança, cumprimentos com muitos abraços e beijos na boca. Esse povo de teatro é muito beijoqueiro - ainda bem. O Teatro Ziembinski, que tem 200 lugares, estava complemente lotado, com gente sentada no chão, nos corredores, eram todos convidados para o espetáculo e para a festa, fora os retardatários (retidos em gravações de novelas) que chegaram só para o bolo. De A a Z , a classe estava quasi toda lá para abraçar a Maria que é muito querida no meio artístico. Ela é daquelas que é capaz de lembrar todo o ano, as datas de aniversário dos amigos. Se ninguém lembrar, ela vai lembrar e telefonar. Encontrei pessoas que eu não via há anos. O teatro tem disso, a gente trabalha, convive íntimamente um determinado tempo na temporada de uma peça, e depois a gente não se vê mais. A maioria muda de profissão rapidinho, porque só de teatro não dá para sobreviver.

Sempre que vou a alguma festa do meio artístico, aproveito para fazer aquela pesquisa de blogueira. Quando alguém que não vejo há algum tempo pergunta sobre mim, eu respondo bem teatral: leia o meu blog e saberás. Elas fazem aquela cara de espanto, e mandam esta:
- Blog ? O que é isso?
Soube que várias pessoas do meio estão lendo o meu blog e continúam não entendendo nada. Estou me divertindo com as interpretações, as mais desbaratadas. E olhe que são pessoas antenadas com a modernidade, e segundo a mídia, formadoras de opinião e não sabem o que é um blog.

2.11.01

As três ecologias

Desde ontem, procuro desesperadamente na bagunça deste aposento (aposento, que palavra feia!) um livro do Felix Gattari, "As três ecologias", onde ele lança o movimento ecosofista. Já tô entrando numas que emprestei e não foi devolvido, ainda. E foi para alguém muito especial, porque não tenho o hábito de emprestar livros. devolva-me !

1.11.01

Incenso fosse música

isso de querer
ser exatamente aquilo
que a gente é
ainda vai
nos levar além

Tirado do livro "Distraidos Venceremos", do genial PAULO LEMINSKI - Editora Brasiliense,1987.
Ouvindo "Filho de Santa Maria" na voz do ITAMAR ASSUNÇÃO autor da música com letra do Leminski. Demais.

31.10.01

Qu´est ce que ça veut dire?

Você capricha na maquiage, pinta os olhos, coloca até cílios postiços, sombras de várias cores, e pode até pintar o rosto com urucum que ninguém vai notar. Uma vez me pintei com urucum numa aula de danças sagradas, e esquecí de tirar a pintura do rosto. Ninguém olhou diferente, a não ser nos sinais de transito, alguns olhares masculinos mais insistentes, e que eu pensava ser uma simples paquera. Só fui me dar conta ao chegar em casa. Mas há uma exceção. Basta você estar com olhos inchados ou vermelhos, e todo o mundo vai notar, e mandar aquela perguntinha: é conjuntivite ?!!

30.10.01

Tinha uma porção de coisas pra postar hoje aqui, mas tenho trabalho amanhã cedo. E tô exausta pelo stress do dia. Fui obrigada pelas circunstâncias, a deixar o Abelardo entregue a qualquer guardador de carros que pedisse pra deixar as chaves. Preciso dar uma geral nele, e levá-lo para um banho, sua aparência já é motivo de piadinha dos meus amigos.
Agora, os olhos ...

Como se não bastasse esta gripe horrorosa, hoje, eu amanhecí com o olho direito completamente inchado, e quasi fechado. Ontem já tava esquisito, e tanto, que nas aulas de danças sagradas vieram me perguntar se eu estava com conjuntivite, mas eu achava que aquela vermelhidão dos meus olhos era por causa da gripe.

Quando me olhei no espelho, fiquei assustada com a minha aparencia. Imediatamente tratei de agitar um atendimento oftalmológico de emergência, e verificando o meu cartão do plano de saúde, constatei que estava vencido desde maio. Tive ainda que ir para o centro da cidade para apanhar um novo cartão, e depois ir para a Policinica de Botafogo, (preferi a emergência da Policlinica porque lá tem uma das melhores clínicas de olhos do RIo) onde fui atendida. Não era conjuntivite ou outro vírus, era uma simples lesão externa que estava inflamada. Tô botando compressas quentes e um colírio, o Dexafenicol, um pingo de quatro em quatro horas. E de oito em oito, continúo com Trimedal para a gripe e duas vezes ao dia, uma grama de vitamina C (sem cama). E começo agora á noite a tomar 20 gotas de Propolis e uma colher de mel, pra reforçar o tratamento da gripe.



28.10.01

Premeditando o breque

Enfim, assistí ao vivo, e na primeira fila, (comprei o ingresso na quinta) do Teatro III, o novo espaço da música do CCBB, o grupo paulista "Premeditando o breque" que eu só conhecia pelos discos ou raras apresentações na TV. Eles, além de ótimos músicos, têm uma integração de palco das melhores que eu já vi em grupo. Resultado de vários anos de trabalho em conjunto refletidas também nas músicas de um refinamento musical que passeia pelo erudito, pelo popular e pelo contemporâneo com a segurança de quem sabe o que faz. Irônicos, debochados, irreverentes, detonam todas, até o próprio trabalho. Cantaram até "Rubens" , aquela popularizada na voz de Cassia Eller. Durante toda a presentação deles, reportava-me ao final dos anos 70, ao Conjunto Coisas Nossas que em apenas dois anos de carreira balançou o coreto musical da época. E virou cult
. Quem não viu, visse...
Adorei ver o Tetro III - uma espécie de bar com quatro cadeiras em cada mesa, com serviço de bebidas, petits fours, etc.- completamente lotado, a maioria era de fãs ardorosos do Premê, sabiam todas as músicas e na hora do bis no final, o público se esbaldou.

Na nossa mesa, sentou um músico brasileiro que mora na Holanda, e toca com um grupo que se apresenta por toda a Europa. Ele sabia quasi todas as músicas do grupo e dava as explicações todas das músicas, e do grupo para nós. Deu aulas de Arrigo também. Um cara super gente fina, e com altos conhecimentos de música. Encontrei lá algumas pessoas conhecidas que eu não via há algum tempo.
Foi muito engraçado, porque eu estava completamente sem voz por causa da gripe. Eu ia falar, e a voz não saia. Completamente hilário...


25.10.01

Acho que esta gripe me pegou. Tô mal. Tinha uma porção de coisa pra postar aqui, mas não vai dar. Ç´est. tou
Nosso conceito de tempo torna possível que falemos do Dia do Julgamento Final como se fosse uma efeméride. Em verdade, ele é uma côrte sumária, em sessão permanente.FRANZ KAFKA, cada dia mais atual e inquietantemente provocador.

23.10.01

Lembretes

CCBB- Centro Cultural Banco do Brasil - Tel. 3808-2020
- De quarta até domingo 28, PREMEDITANDO O BREQUE, as dezoito horas, e ao precinho de 10 reais
- Dia 26 sexta, às l7hs. Zero de conduite de Jean Vigo e Entr`Act de René Clair, e mais
às l9hs. Un chien andalou e L´age d`or" dois absolutamente imperdíveis, do Buñuel.
- Dia 27, sabado às l5,30 hs. Um dia nas corridas do genial BUSTER KEATON
- Dia 28, domingo, às l7,30hs. A estrada perdida do David Lynch.

Pretendo ver todos esses aí que eu selecionei da vasta programação de filmes e vídeos da mostra "O surrealismo no cinema". Tem palestra também com a Ivana Bentes, o João Luiz Vieira e outros, mas não vai dar pra mim. Tem também "Oano passado em Marienbad" do Alain Resnais, que eu adoro, na quinta feira, às l5,30hs.

22.10.01

Enquanto isso ...

Conseguí, gente ! Eu conseguí emagrecer quasi uns dois quilos, ou mais. Nem tive tempo de me pesar, ainda (preciso comprar uma balança, urgentemente), mas já deu para sentir pelas roupas, tá folgando na cintura.

Se eu fiz regime? Não. Foi consequencia da oficina do LUME, durante cinco dias e quatro horas de ralação braba, na semana passada. Pena que acabou.

Parfois le lundi...
Hoje, uma conversa tensa com a professora titular de danças sagradas. Faltei na segunda feira retrasada ( a passada, foi feriado no Rio, e não teve aula) e ela veio dizer que eu faltava muito, e que por isso o meu rendimento nas aulas estava prejudicado. E isso, não é verdade, eu só faltei pouquíssimos dias, neste ano. Estava nesse papo brabo com ela lá na cantina, e nisso, chega a Mestra Angel e reclamou que eu não fui à aula dela, na terça-feira passada. Expliquei da oficina do LUME, ela deu a maior força, mas no final me sai com esta: "é, eu tenho que aceitar as desculpas dela". Esta foi forte, e mexeu comigo.

Hoje de manhã, na FUNLAR, onde trabalho com portadores de lesão medular e outras dificuldades especiais, um dos adolescentes da turma nova bateu de frente comigo. Conseguí reverter a situação, e agora eu tenho que aprender a lidar com mais um problema , sem me estressar. Aliás, eu nem sei porque eu estou postando isso aqui. Não gosto de falar dos problemas do meu trabalho. Apesar de tudo, eu gosto muito de trabalhar com eles. Toda a minha formação profissional que não só a Recuperação Motora-terapia através da dança, me encaminhou para esse tipo de atendimento. Eu não sabia disso até fazer o meu estágio lá. Mas isso é outra história...
Ç`est tout !

21.10.01

PARFOIS LE DIMANCHE...

Hoje de manhã, no café, NOEL ROSA cantando Leilão do Brasil, e ORLANDO SILVA, Chuvas de verão, num programa da Radio Nacional. O Orlando Silva eu tinha ouvido há muito tempo num especial da Radio MEC, e agora este duplo presente: Noel e Orlando. O dia promete...

Á tarde, no CCBB, há quasi duas horas na fila de desistência na compra do ingresso para o show do Arrigo e Itamar, quando vieram vender dois ingressos (dois amigos de um amigo que resolveram mudar a programação). Ingresso garantido, ainda deu meia hora no cinema, dando uma espiada num filme do Buñuel.

Meninos, eu vi o Arrigo cantando e tocando "Cidade Oculta" e "Clara Crocodilo" naquele estilo muito dele, único.o paranaense que misturou atonalismo, quadrinhos, e narratuiva de programas policiais na sua ópera alternativa "Clara Crocodilo". Arrigo tem estréia marcada de outra ópera , O HOMEM DOS CROCODILOS, em novembro no CCBB de S.Paulo. O Nego Dito que está com cabelo compridíssimo e branquinho, cantando quasi todas as novas copmposições do repertório do novo disco, da trilogia intitulada PretoBrás, e apresentando sua "herdeira patrimonial e musical", ANELIS ASSUNÇÃO que está grávida de três mêses, e o Itamar não disfarçava a corujice. E com razão, ela é talentosa, e absorveu todo o estilo e a irreverência do pai na maneira de cantar e se apresentar. A Clara Bastos, mandando beleza no contrabaixo e o Paulo Braga, no teclado. No final, a platéia delira e vêm os pedidos das músicas mais conhecidas. Eu peço sempre "Filho de Santa Maria", dele e do Paulo Leminski. E não é que o danadinho dribla os pedidos, com o maior charme "eu só faço o que eu quero" e bota o povo todo a cantar uma música do Paulinho da Viola e aquela outra "Tá bichada, Zé, ou tem marinbondo no pé".

20.10.01

ARRIGO & ITAMAR NO CCBB

"São Paulo: da vanguarda ao pop" é o evento que trouxe ao CCBB, de quarta (l7) até amanhã (21), o ARRIGO BARNABÉ e o ITAMAR ASSUNÇÃO. Absolutamente imperdível. Ingressos esgotados desde a estréia. Nessa correria toda que foi a minha vida nesta semana, só hoje tomei conhecimento, quando consultei o programa distribuido pelo CCBB. Telefonei imediatamente para reservar lugar, quando soube da triste notícia. Amanhã, vou dar plantão no CCBB, usar e abusar de todas as artimanhas para tentar descolar um ingresso.

O evento que estreiou com Arnaldo Antunes, na primeira semana, e Ná Ozzeti, José Miguel Wisnik e Luiz Tatit, na segunda, vai encerrar na próxima com Premeditando o Breque.

18.10.01

LUME NA PARADA

Vivo reclamando da falta de tempo. De matar uma aula para fazer prova de outra, como foi foi o caso das aulas de flauta para fazer provas de dança sagrada, e por ai vai. E se eu disser que nesta semana, de segunda a sexta, estou faltando a todas as aulas, o que pensariam de mim? Pois é, o que está contecendo comigo.
O grupo LUME, da UNICAMP, um dos grupos mais respeitados no Brasil e no mundo, pela linha de pesquisa que eles desenvolvem na área teatral, abrangendo dança e técnicas de clown, está na city, ministrando (palavra chique) uma oficina. de segunda a sexta, quatro horas diárias, (eu disse quatro horas) com intervalo de apenas dez minutos. E os atrasos tolerados são de apenas dez minutos. Mais de dez minutos, pode voltar da porta porque não entra.

As aulas de danças sagradas, de flauta, de pesquisa do movimento com a Mestra Angel, e do meu grupo de estudos, ( agora na parte prática do trabalho, venho faltando há algum tempo), vou tentar recuperar na próxima semana, se o cansaço permitir. Nesta oficina são trabalhadas as diferentes qualidades de energia no trabalho do ator, e tome de saltos, quedas, rolamentos e que tais durante quasi três horas consecutivas. Depois disso, temos apresentações individuais, isto é, pagamos os micos todos que temos direito, no palco improvisado.

16.10.01

hip hop entrou na roda pião

Grand foyer, 1er. sous-sol au Centre Georges Pompidou à Paris, estava eu lá para assistir a mostra de " vidéo danse" como fazia diariamente (de 9 novembre - 19 Décembre de l994, um significativo painel da dança classica, neo-classica à contemporânea, mostrando o que havia de melhor no mundo da dança de todas as épocas - e de gratis), quando estranhei " l´ambiance" naquela tarde. Um público completamente diferente dos habituais frequentadores do lugar, dominava o pedaço. Eram adolescentes, daquela galera barra pesada que ronda ali pelo Les Halles, com representantes de quasi todas as raças como africanos, indianos, arabes, chinêses e outras não identificadas. O que mais me impressionou, foi a perfeita integração entre eles, como se todos fossem uma raça única. A diferença racial, social, politica ou qualquer outro tipo de discriminação parecia inexistente para aqueles adolescentes.

Começou o primeiro filme, e eu já temia pela reação da galera, mas surpreendentemente eles assistiram até comportados, o primeiro e o segundo filme. A reação veio no terceiro, quando nada nem ninguém segurava a explosão de berros, uivos, assobios, passando da reação à ação, os mais animadinhos dançavam imitando alguns movimentos dos bailarinos, numa explosão de alegria com tudo o que tinham direito. Nome do filme ? hip hop, you don´t stop, um clipe de menos de quinze minutos, focalizava a dança de rua do Brooklyn, do Bronx, do Harlem, mostrando, além de ótimos dançarinos, uma especial performance de um bailarino que, no meio da roda, dançava de ponta cabeça, dando dezenas de voltas, sem encostar as mãos no chão. Ele girava e rodava como um pião só pelos movimentos da cabeça, num uso corporal absolutamente fantastico, e com a maior competência na qualidade dos movimentos. É claro, que eu fiquei completamente embevecida com tamanha façanha. Nome da fera: KWIKSTEP, dançarino de rua do grupo americano Rock Steady Crew, uma espécie de embaixadores da cultura hip-hop.

Acabado o clipe, a galera em pêso, abandonou a sala.
A partir desse fato, começou o meu interesse pela cultura hip-hop, que não é apenas um movimento cultural com reflexo na dança, na música, no modo comportamental na maneira de se vestir, etc...mas é sobretudo, um movimento politico protagonizado por essa juventude da periferia das grandes cidades do mundo. Aqui no Brasil, esse movimento vem crescendo e tem vários nomes, os funkeiros, rapers, entre os mais conhecidos.

Fiquei com vontade de contar esta história por causa do filme Scratch que eu vi no festival.
Blah Blah Blog, da querida vizinha Flavia Durante, jornalista e DJ nas horas vagas, quando não está blogada, completou na semana passada, um ano de vivência. Em matéria de blogs é muita coisa. Flavinha, o primeiro blog a gente não esquece. Parabens, e tudo de bom e do melhor para ti.

15.10.01

Bem, continuando aqui a listagem dos filmes que eu ví no Festival:
FLUFFER - NOS BASTIDORES DO DESEJO, filme americano, dentro da polêmica Mostra Gay, deste ano. Queria ver "Princêsa" e "A Garota", mas esgotaram os ingressos todos na primeira semana, e assim só foi possível assistir êste "Fluffer" e "A confusão de gêneros" na repescagem, no Estação Paissandu.
"Fluffer" é dirigido por Richard Glatzer, da nova geração de cineastas americanos, conquistou vários prêmios em Festival Gay, e neste filme apesar da história narrada ter como pano de fundo os bastidores dos filmes pornôs - é a história de um agitado triângulo amoroso: um ator, heterossexual, de filmes pornôs, viciado em sexo e cocaína, a namorada dele, uma stripper e um jovem câmera da produtora dos tais filmes - tem um tratamento cuidadoso, sem apelos à vulgaridade e exagêros dos filmes do gênero. Com exceção do ator principal, o naipe de atores masculinos não empolga pelos dotes físicos, e nem pela interpretação. Filme fraquinho, com um final mais do que previsível.

SCRATCH, escolhi este filme pelo movimento cultural hip-hop que vem ganhando fôrça no Brasil e no mundo, e não só na parte musical, mas principalmente na dança (street-danse). Dirigido por Doug Pray, da nova geração de diretores americanos, é o segundo longa desse diretor. O filme é sobre
DJs, MCs, como são chamados os "vitrolistas" , aqueles que inventam um som, arranhando as pick-ups. Flavinha Durante, a minha vizinha blogueira, entende do assunto, e até entrevistou um rapper que já tirou som de cuica, de pandeiro, etc. No filme, apresentações ao vivo, e depoimentos de "Africa Bambaataa", DJ Shadow, e outros banbans do movimento, desde o seu surgimento nos anos setenta.
Eu, sempre pensei que aqueles discos arranhados poderiam ser de qualquer artista, qualquer som. Ledo e cego engano. Uma dessas feras, tem quatrocentos mil discos (a legenda dizia quatrocentos mil discos), no porão da sua casa, incluindo preciosidades jazzísticas dos anos 30. E sobram farpas para os colegas que não pesquisam os discos. Todos os entrevistados, sem exceção, se gabam da extensa pesquisa musical que eles realizam. Outro detalhe digno de nota. Varam dias, noites e madrugadas, só para treinar a habilidade no manuseio das vitrolas.

Et, alors, ç´est tout mes enfants. Je suis pleine de films. Voilà.

14.10.01

HERÓI ACIDENTAL, filme checo, sobre os horrores da ocupação alemã numa pequena cidade, durante a Segunda Guerra Mundial, revelou para mim o diretor checo JAN HREBEJK. Pela direção, pelos atores, pela abordagem sensível e poética sobre um tema pesado, foi o melhor filme de todos os que eu vi.

MULHOLLAND DRIVE, fui ver pelo diretor, o DAVID LYNCH (sou fã dele desde "Veludo Azul" e "Coração Selvagem"), mas não chegou a me empolgar. Não entendi o roteiro, um enredo complicado demais, e eu não entendí. Fiquei perdida, mas vale pela direção, pelos atores. Foi um dos mais disputados pelo público. O filme ficou retido na Alfandega e só passou no final, na repescagem, no Paissandu.

A CONFUSÃO DE GÊNEROS, filme francês dirigido por ILAN DURAN COHEN, da novíssima geração de diretores francêses. Uma historinha de amor e romance nos tempos pós modernos. Laurence ama Alain, que é amado por Christophe que é irmão da ex-namorada de Alain que se apaixona por Marc, um perigoso bandido que é apaixonado por Babette que vai se apaixonar também por Alain, quando este banca o pombo correio a pedido de Marc. Alain que mora com Christophe, acaba hopedando Babette por quem se sente atraido. Laurence engravida. Alain acaba casando com ela, mas continúa morando com Christophe e Babette. No final nasce o filho de Alain e Laurence, e ainda no hospital, esta conclui que não tem a menor vocação para ser Mãe (ela é uma bem sucedida advogada e o Alain, também advogado trabalha com ela), e sugere pagar uma pensão para Alain cuidar do filho de ambos, que neste momento está no colo de um embevecido Christophe. Babette acaba ficando com um ex-presidiário, colega de Marc na prisão. O Marc foi o único que se deu mal na história. Continuou na prisão, e tentou o suicidio. O filme é leve, engraçado, com ótimos atores e direção, idem.

SEXO POR COMPAIXÃO, filme espanhol, dirigido por LAURA MANÁ, é a historia de Dolores uma bondosa senhora obesa, abandonada pelo marido que não aguenta tanta bondade. Depois disso, ela decide pecar, e vai dormir com um homem. Só que o pecado se transforma em mais um ato de bondade, e ela sem saber acaba salvando a vida do tal homem. A historia se espalha e a tal da Dolores acaba dando para quasi todos os homens da cidade. Enfim, é uma historia louquíssima, associando o sexo a um ato de bondade. Será isso? Não entendi muito a história. Está mais para uma alegoria, uma fábula, um conto de fadas, sei lá, mas o filme não tem um destaque estilístico para eu poder me situar melhor.

13.10.01

Os filmes que eu assisti no Festival do Rio BR 2001:

JANELA DA ALMA, documentário de João Jardim e Walter Carvalho. Um olhar diferente para os deficientes visuais com imagens inusitadas, alternando os depoimentos dos dezenove entrevistados que vão de Hermeto Paschoal, Marieta Severo, José Saramago, Wim Wenders, entre outros, ao famoso fotógrafo cego, o esloveno Evgen Bavcar, que esteve aqui em abril no CCBB no ciclo de conferências "O homem máquina".

NEM GRAVATA NEM HONRA, outro ótimo documentário do mesmo autor de "Nós que aqui estamos por vós esperamos", o Marcelo Masagão, discute as diferenças entre homens e mulheres. Até aí nada demais, não fossem os depoimentos de pessoas de uma cidadezinha do interior de São Paulo, Cunha, com dezoito mil habitantes. E o inusitado é a reação das pessoas quando assistem no vídeo os seus depoimentos, isso tudo filmado na hora, sem truques, com um resultado surpreendente.

Das peças filmadas de SAMUEL BECKETT, mostradas pela primeira vez no Brasil, assisti três delas:
A ÚLTIMA GRAVAÇÃO DE KRAPP, direção de Atom Egoyan, nasceu no Cairo, mas faz filmes no Canada. A peça toda filmada numa sala, um escritório, do personagem ( o velho Krapp, numa interpretação brilhante do ator John Hurt ) que no dia de seu aniversário, ao completar setenta anos, revê decisões tomadas no passado, a partir de gravações feitas quando tinha trinta e nove anos. O diretor pegou pesado,23:05 12/10/2001 e a solidão humana está lá na sua mais completa tradução.

WHAT WHERE, é dirigida pelo irlandês Damien O´Donnell. A peça tem quatro personagens, sendo três interpretados pelo mesmo ator, com o mesmo figurino. Os personagens são interrogados o tempo todo com a mesma pergunta sobre um crime sem resposta. O tema " é sobre a tênue linha que separa o ato de interrogar do ato de ser interrogado". Esta é a interpretação do texto escrita naquele programa fajuto do festival. Eu não concluí nada. Gostaria de ler este texto. Vou procurar.

OHIO IMPROMTU, é dirigido por Charles Sturridge, e eu veria mais dez vezes, se tivesse essa chance, pela interpretação do genial, do lindo, do todo bom JEREMY IRONS, fazendo simultaneamente dois personagens, o que lê e o que ouve. Beckett puro. Se eu entendi, ou melhor a minha leitura do texto é que não tem leitura, ou melhor dizendo aqui para mim, não entendi lhufas!

12.10.01

Festivaleira

Não sou cinéfila, e, decididamente, cinema não é a minha praia, mas há uma cultivada e prazeirosa exceção: festival de cinema. Sou festivaleira assumida, aquela que disseca trocentas páginas da programação do festival, que enfrenta filas quilométricas, a qualquer hora do dia ou da madrugada, na luta pelo ingresso daquele filme raro, e sem previsão para entrar no circuito normal, que usa e abusa de todas as artimanhas para tamanha façanha. E, entre as recompensas, elas podem acontecer no prazer da descoberta daquele diretor ou ator genial que ainda não foi descoberto pela mídia, ou com aquele filme de um país sem tradição na área, e que pode nos surpreender. Devo confessar envergonhada, que eu só descobri o genial BUSTER KEATON, num festival, há quatro anos atrás.

Além disso, tem a badalação dos festivais. As festas oficiais não me atraem. É o momento caretice dos festivais, quando as múmias todas da chamada classe artística, saem dos seus sarcófagos, e tomam conta do pedaço, contaminando l´ambience com cheiro de naftalina misturada com perfume francês falsificado, e idéias, idem. Eu gosto das festas particulares - os bastidores de tudo o que rola num festival.

Este ano, por falta de tempo, só assisti alguns filmes, a partir da segunda semana do festival, dois ótimos curtas na Casa de Ruy com direito a debate com os autores, um filme de "vitrolistas" americanos, e alguns da "repescagem" no Paissandu. Cinema, agora só no próximo festival.

7.10.01

Só uma blogadinha rápida. Tô assistindo alguns filmes do Festival do Rio, hoje pretendo assistir dois ou três, inclusive uma peça teatral de Beckett. E ainda vou assistir Suburbia peça de sucesso em Sampa, e que estava no Rio (hoje é o ultimo dia) em curtíssima temporada, dirigida por um querido amigo, o Francisco Medeiros.
Os arquivos sumiram, mas não vou esquentar com isso agora...
Há mais de uma semana fora do ar. Afogada em template. Esta semana ficou na história deste blog. Voilá.

29.9.01

testando...
Ai,ai,ai .. será o pé do Benedito ?
testando...
Alea jacta est ...
Eta ferro ! Afogada em templates !
Bah, tchê ! Tô ferrada !...
Eita ...
Testando comandos...
Ah, gostei do layout @rtim@nh@. Mudei porque desde a instalação do "comente" aqui, o artimanhas nunca mais voltou ao tamanho normal da letra que era em negrito, e ficou acanhadinho, e eu não conseguia colocar novamente em tamanho normal. Daí surgiu a idéia posta em prática, na hora.
Não sei mais o que fazer para encontrar os meus arquivos. E nessa loucura toda, mudei até o nome e layout do nome do blog. Será que alguém notou ? Se é que alguém mais me lê, além dos meus dois fiéis leitores.
Procura-se arquivos desaparecidos deste blog.
CORDEL DO FOGO ENCANTADO NO FREE JAZZ

dia 27 de outubro, aqui no rio, no MAM e dia 28 de outubro, em Sampa, no Jockey Club.

Como eu sei ? Por e-mail do Guti - empresário do Cordel.

E no mês de outubro, tem mais apresentações no interior de São Paulo:
dia 3 , em Campinas, na Cooperativa Brasil,
dia l8, em Ribeirão Preto, na AABB,
dia l9, em Santo André, na Concha Acústica.

28.9.01

Tóros palatino

Ontem, ganhei o elogio mais inusitado de toda a minha vida: "Ela tem o tóros palatino, lindo." Assim falou a dentista chefe da clínica, onde eu fui fazer um diagnóstico bucal. E, enquanto eu estava lá na cadeira, de boca aberta (literalmente), vieram outros dentistas para admirar o meu tóros palatino. Adorei o lance.

De todos os dentistas que eu consultei até ontem, só teve um que fez um comentário sobre o meu tóros, advertindo que eu teria de operar o dito cujo no caso de precisar usar uma dentadura postiça. Eu, hein!...
Para quem não sabe, (eu não sabia) o tóros palatino, é aquele osso proeminente do palato, ou céu da boca como é conhecida essa região. Em algumas bocas, o tóros é mais saliente como no meu caso.