31.3.02

Você já foi ao blog de artes cênicas ? Não ? Então vá !
O sangue circula pelas veias da web, e a conversação tem a voz humana

Assim falou o Hernani Dimantas -- um dos pensadores mais sofisticados do meio web-tecno-intelectual -- em uma entrevista para o Grito. Blogueiro convicto, ele é o dono do Mercado Hype e do Marketing Hacker. Vou sempre por lá, e algumas vezes eu não entendo bem o que ele quer dizer, e em outras, eu fico ali me boquiabrindo (obrigada Mestre Millôr) diante do brilhantismo das suas idéias, como agora nessa entrevista.
Millor, sempre.

30.3.02

Aluno de natação do Maraca e suspeita desfeita

Hoje depois da caminhada no Maraca, fui ao bar do calçadão -- lado da Rua Mata Machado -- fazer uma sondagem pertinente aos acontecimentos de ontem. Na metade da descrição do suspeito, o dono do bar matou a charada. O suposto puxador de carros é um rapaz conhecidíssimo na área, e segundo o dono do bar, o jeito dele é esse, fica em volta dos carros, e tem uns aí que deixam até a chave do carro para ele cuidar.

Falei das minhas estranhezas todas sobre o rapaz, inclusive enfatizando o fato de ele estar forçando ou tentando abrir a porta do carro, e ele só dizia não, não, ele é saudável, ele é saudável, falava entre um atendimento e outro, aos clientes e a distribuição de bom-bom Garoto para as clientes femininas. Não entendí muito o sentido de saudável, seria o contrário de marginal?. Fiquei sabendo também que o tal rapaz faz aula de natação no Maraca.

E o dono do bar ainda falou para me tranquilizar qualquer coisa tamos aí, conheço todo mundo aqui. Eu gostei do respeito que ele demonstrou ter pelo rapaz, o qual eu deduzí tem problemas mentais. Um louco manso, por isso aquelas atitudes estranhas. Estranhezas e loucuras á parte, esse lance mexeu comigo.
Meu regime vai bem obrigada. Tenho resistido até quando passo perto de algum Bob´s, e não chego para tomar um ovomaltine, e também as padarias todas que vendem sorvete, e têm aquele picolé brigadeiro da Yopa. Aliás, para ser sincera devo confessar que a semana passada eu não resistí, passando pela padaria da esquina... mas foi só dessa vez.

Andadores e ginastas do Maracanã

Hoje de manhã cedo, eu fui caminhar no Maracanã. Já tinha caminhado e estava fazendo uns alongamentos, quando olhei para o estacionamento do outro lado da rua, e avistei de longe, um cara parado na porta da frente do meu carro, do lado esquerdo, numa atitude de quem estava abrindo a porta. Corri pra lá e quando cheguei mais ou menos perto -- o cara continuava na mesma posição, parei de correr e comecei a andar lentamente na diagonal. Não sei se o cara me viu ou não, o fato é que ele saiu dali e veio se postar atrás do carro, e começou a fazer uns movimentos de abaixar e levantar como se estivesse fazendo ginastica.

Nesse momento eu parei onde estava -- próxima ao bar do calçadão, movimentadíssimo aquela hora -- e a distancia de uma calçada para outra, fiquei observando o suspeito ginasta, um garoto franzino, e que não devia ter nem vinte anos, vestindo bermudas justas vermelhas até o joelho e uma camisa preta de malha largona, e o detalhe insuspeito: não usava boné. Depois da rápida "ginastica", o falso atravessou a rua, calmamente, na direção oposta onde eu estava, e sempre olhando firme para a minha direção, foi andando até o calçadão, e depois disso, a passos largos, foi sumindo da minha vista, no meio dos andadores do Maraca. A cena toda foi muito rápida e inusitada, e deve ter durado de um a dois minutos, no máximo.

Detalhe: quando eu ainda estava correndo para o flagrante, eu lembrei que havia deixado em cima do murinho com grades, onde eu faço alongamento, um local de passagem bem movimentado, os meus óculos de estimação -- um Porsche que eu andei por Paris inteira para encontrar -- meu inseparável boné holandês para as caminhadas, mais a bolsinha de mão com os documentos e as chaves do carro e de casa, dinheiro, etc., mas eu não voltei lá para apanhar, e nem consigo lembrar o que passou pela minha cabeça, só sei que eu continuei correndo. Na volta, estava tudo intacto no mesmo lugar.

Depois dessa cena toda, e sem entender bem o que tinha acontecido, fui dar uma geral no carro e estava tudo em ordem, sem nenhum arranhão. O mesmo não aconteceu com outro carro que eu tive, que no mesmo estacionamento teve riscada com uma chave de fenda ou coisa que o valha, a lateral direita, de ponta a ponta.

Estranhamente, eu não consigo lembrar das minhas emoções e dos meus pensamentos desse momento, o que eu senti quando cheguei quasi perto, e o cara tava lá naquela posição que não deixava dúvida quanto às suas intenções. Eu só consigo lembrar das minhas reações corporais, a corrida e depois o andar na diagonal - ainda longe do carro -- em passos lentos, e a parada para observar, quando ele mudou a posição e veio para trás do carro, simulando aquela ginastica. Foi tudo muito rápido. Tudo muito estranho, e por hoje chega, eu não quero pensar mais nisso.

25.3.02

Os comentes deste blog estão funcionando pela metade. Eles estão postando mas não estão fazendo a contagem. Só fui descobrir isso através do meu amigo Fabio, do Lanceiro Livre, que por sinal desistiu dos comentarios no seu blog, cansou de ficar trocando de sistema de comentários. Eu vou trocar, mas não perguntem por qual sistema e quando porque eu ainda não sei.
Viva os inimigos !

Sempre que um inimigo declarado ou não faz qualquer comentário a meu respeito, eu trato de ficar esperta. Amigo, nem tanto, mesmo porque eles são mais condescendentes com a gente. Desde a semana passada comecei aquele regime que eu venho ensaiando desde janeiro. E o que me mobilizou? O comentário de uma declarada inimiga -- presente na mesma festa que eu estava, repetido em alto e bom som para que eu ouvisse: " ela engordou legal, e não foram só os cinco quilinhos que ela anda dizendo. No mínimo uns dez ".

23.3.02

Problemas de acessiblidade na Faculdade Helio Alonso

Continuando aqui neste blog, a série sobre os problemas enfrentados pelos portadores de dificuldades especiais, que vão desde o ingresso na escola pública ou particular, às acessibilidades concretas como a adaptação dos espaços públicos até às acessiblidades subjetivas -- acessibilidade ao amor discutida aqui no blog da Mirela Goi.

No Jornal do Brasil, de hoje, seção cartas, o relato de uma vivência do problema em uma faculdade aqui do Rio. E a pergunta é óbvia e ululante: e as outras faculdades, não só as do Rio, mas de todo o País, quantas resistiriam a uma analise do cumprimento da Lei - Portaria l679 baixada pelo MEC em dezembro de 1999? Abaixo, na íntegra a carta da leitora do JB:

Oportuna a reportagem sobre instalações para deficientes físicos publicada no JB de l5/março. Minha filha que cursa o 3o. periodo de Comunicação Social da Faculdade Helio Alonso, teve a perna engessada, e só conseguiu chegar à sala de aula, no segundo andar, aos pulos, amparada em par de muletas. A faculdade não tem elevador ou rampa de acesso aos andares altos, apesar de manter a biblioteca no terceiro andar. Um deficiente físico que necessite de uma cadeira de rodas, por exemplo, não poderia estudar nesse estabelecimento
Denise Goulart, Rio de Janeiro.

22.3.02

Acessibilidade ao Amor & portadores de dificuldades especiais

Esta é a discussão que tá rolando aqui no blog da vizinha Mirela Goi, a Nell, uma jovem de Campinas, professora particular de informática, portadora de dificuldade de locomoção -- faz uso de aparelho ortopédico, "como os que aparecem no film Forrest Gump", exemplifica ela, no maior astral.

" Eu queria saber porque as pessoas falam tão pouco sobre o amor e deficiência. Claro na Lista Vital já discutimos algumas vezes sobre isso, mas porque em geral na sociedade, entre nossas familias, amigos, mídia, escolas, enfim. Acho um tema tão importante quanto a acessibilidade em lugares públicos. Acho que as pessoas deficientes necessitam de acessibilidade ao amor:// será tão difícil assim ? " Este foi post foi o gancho para a discussão. Vale uma visita ao blog da Mirela e saber o que esta galera está pensando sobre o tema.

21.3.02

Guia de informação sobre acessiblidades para os portadores de dificuldades especiais no cotidiano de uma grande cidade

O Guia São Paulo Adaptada, da editora Nome da Rosa, pretende informar e dar subsídio sobre a cidade aos deficientes. A idéia inicial era fazer um guia sobre as “baladas” paulistanas, e surgiu quando ANDREA SCHWARZ, 25 anos de idade, há três paraplégica, decidiu ter uma vida normal e se divertir. Ela, junto com seu namorado JAQUES HABER, percorreu a cidade pesquisando os melhores endereços e dicas para a pessoa com deficiência física poder dançar, comer, assistir a uma exposição, um filme ou uma peça de teatro, praticar esportes.

Depois de um ano de trabalho de campo, o Guia traz mais que endereços e analisa a acessibilidade dos locais, classificando-os segundo o estacionamento, o acesso, a circulação, o banheiro, se oferecem ou não cadeira de rodas, se há ou não atendimento especializado, além das faixas de preços.

A idéia inicial do guia sobre baladas foi se transformando durante a pesquisa, pois autores e Editora perceberam que a falta de informação sobre acessibilidade é generalizada, que a cidade na verdade não está preparada para receber as pessoas com dificuldade de locomoção e, por ser extremamente deficiente, discrimina e confina essas pessoas em suas casas.

O Guia São Paulo Adaptada classifica cinemas, centros culturais, livrarias, museus, teatros, parques, hotéis, motéis, shoppings, supermercados, aeroportos, terminais rodoviários, estações de metrô, entre outros. Por meio de dicas chamadas de Fique Ligado!, o leitor fica por dentro das leis municipais, estaduais e federais que se referem às pessoas com deficiência e do acesso à saúde, transporte, educação, etc.

O guia oferece também uma lista de sites, especifica algumas normas técnicas - que podem ajudar os estabelecimentos a tornarem-se acessíveis a este público - e fornece dicas de como lidar com as pessoas com deficiência. Como pouquíssimos locais da cidade estão corretamente adaptados, os melhores em acessibilidade foram listados e ganharam o selo "The Best".

Da adaptação do espaço físico da escola à capacitação dos professores para receber alunos com dificuldades especiais

A Portaria n. 1679 de 2/12/l999, do Ministério da Educação dispõe sobre os requisitos de acessibilidade para instruir os processos de autorização e reconhecimento de cursos, e de credenciamento de instituições.
Requisitos mínimos:

a) alunos com deficiência física -- destaquei aqui desde eliminação de barreiras arquitetônicas, permitindo livre acesso aos espaços de uso coletivo até rampas com corrimão, adaptação de portas e banheiros, bebedouros e telefones públicos em altura acessível ao ususário de cadeira de rodas (cadeirante), entre outros itens.

b) alunos com deficiência visual -- aqui desde maquina de datilografia em braille, impressora braille acoplada a computador de síntese de voz a lupas e réguas de leitura, entre outros itens.

c) alunos com deficiência auditiva -- quando necessário intérprete de lingua de sinais/lingua portuguêsa a material de informações aos professores para que se esclareça a especificidade linguística dos surdos, ente outros itens.

Fonte: www.mec.gov.br


A lei existe, foi aprovada etc. e tal mas o cumprimento desta lei é o xis desta questão. Transcrevo na íntegra (do e-mail) o apêlo comovente da Professora Célia Regina Vieira Bastos, da U.F.Ceará, portadora de deficiência (cadeirante) e uma das principais lutadoras desta causa

ALÔ AMIGOS

LEIAM E DIVULGUEM ESTA MATÉRIA (aqui ela se refere à reportagem do jornal "O Povo", publicada abaixo) SOBRE O DESCASO DAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS, EM ESPECIAL A UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ COM RELAÇÃO AS PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIENCIA FÍSICA.

APÓS A MATÉRIA TIVEMOS UMA REUNIÃO NO DCE E ALGUNS "RESPONSÁVEIS???? "PELO DESGASTE FÍSICO E EMOCI0NAL QUE PASSAMOS.

HÁ 23 ANOS LECIONO QUÍMICA ORGÂNICA NA UFC, E APÓS MUITOS OFÍCIOS AO DIRETOR DO CENTRO DE CIÊNCIAS E CHEFE DO DEPARTAMENTO, SÓ CONSEGUÍ UMA RAMPA PARA ACESSO AO BLOCO AONDE DOU AULAS TEÓRICAS. NÃO EXISTE NENHUM BANHEIRO ADAPTADO NO BLOCO AONDE DOU AULAS PRÁTICAS E TENHO GABINETE. NÃO TEM BANHEIRO TÉRREO. OU SUBIR ESCADAS, PARA MIM É IMPOSSIVEL OU IR CAMINHANDO, POR QUE É DIFÍCL DE CADEIRA DE RODAS IR ATÉ OUTRO BLOCO E PEDIR PARA IR AO BANHEIRO!!!!!!!!!!!! NÃO TEM ACESSO, E MUITAS VEZES COM MUITAS DORES CONSIGO CUMPRIR A DIFÍCIL JORNADA.

ENFIM..........PELO QUE ESTÃO PASSANDO AS BATALHADORAS ESTUDANTES QUE APARECEM NA MATERIA (MINHA AMIGAS GERLENE E TATIANA), POR TODOS QUE TÊM DIREITO A UM LUGAR DIGNO PARA O DESEMPENHO DE SUAS FUTURAS PROFISSÕES, PEÇO QUE DIVULGUEM ESTA MATÉRIA.

E APESAR DE JÁ TÃO DESGASTADA FÍSICA E EMOCIONALMENTE LUTAREI POR ESTA CAUSA E SÓ SAIREI DA UFC QUANDO CONSEGUIR EDUCAR NOSSAS AUTORIDADES PARA CUMPRIR O QUE JÁ ESTÁ EM PORTARIA, SENDO PORTANTO LEI (DOUTORES UNIVERSITÁRIOS).

Célia Regina Vieira Bastos
Profa. ADJUNTO IV DE QUÍMICA ORGÂNICA DA UFC

http://www.noolhar.com/opovo/fortaleza/105751.html

DEFICIENTES FÍSICOS
Estudantes cobram adaptações na UFC

Estudantes da Universidade Federal do Ceará (UFC) estão reivindicando que a universidade viabilize as adaptações necessárias para a acessibilidade de deficientes físicos. O POVO acompanhou duas estudantes no campus do Benfica e constatou as dificuldades.

Clarisse Furlani

da Redação

Desde julho de 2000, a estudante Tatiana Oliveira - atualmente no 8º período do curso de Economia da Universidade Federal do Ceará (UFC) - deixou de ser freqüentadora assídua da biblioteca de seu curso. Só vou lá por absoluta necessidade, diz. O motivo: depois de uma reforma que se arrastou por vários meses, as novas instalações da biblioteca dificultaram ainda mais o acesso de Tatiana, que se locomove com muletas devido a uma deficiência motora.

A reportagem do O POVO acompanhou Tatiana por um passeio pelas instalações da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (Feac) e por outras áreas do campus do Benfica e constatou as dificuldades de acesso. Já na entrada da Feac, degraus. A passagem para a biblioteca é por um corredor estreito, com metade do espaço tomada pelo balcão do guarda-volumes. Eu passo com esforço, mas para alguém em cadeira de rodas seria inviável. É difícil até para alguém mais gordo, compara Tatiana.

A escada metálica é o obstáculo seguinte. Depois do esforço, já na biblioteca, o acesso está restrito à metade do acervo. O restante fica ainda um andar acima. Eu nem sei o que tem lá porque nunca tive coragem de subir, diz a estudante. A escada é muito íngreme e os degraus são vazados, explica.

As salas de aula freqüentadas diariamente ficam também em piso superior, acessível através de um lance de escadas escorregadias e sem corrimão. Eu sempre fui dando um jeitinho. Antes, não falava nada porque não queria chamar atenção, ficar sempre parecendo diferente. Mas depois vi que a gente tem de chamar atenção para os nossos direitos sim, diz Tatiana.

Nas outras áreas do campus do Benfica, as dificuldades se repetem. O que para Tatiana são entraves que exigem um esforço desgastante, para a estudante Gerlene Lima, do curso de Psicologia, muitas vezes são obstáculos intransponíveis. Usuária de cadeira de rodas, Gerlene não pode, por exemplo, ir até a sala do Centro Acadêmico, cujo acesso é por uma escada em espiral.

Segundo Gerlene, a situação na área 2 do campus, que reúne também os cursos de Comunicação Social e História, é mais confortável do que na área 1, onde funcionam os cursos de Letras, Educação e as Casas de Cultura. Devido à passagem de outros alunos com deficiência motora por ali, muitas salas de aula já contam com rampas na entrada, além de outras adaptações. Que nem sempre são satisfatórias.

Na entrada do banheiro, há uma rampa; a primeira porta é estreita, mas Gerlene consegue entrar, com muita dificuldade. Já pela porta do sanitário, a passagem é inviável. Eu só posso usar a pia, diz. As rampas do estacionamento, lembra Gerlene, estão sempre inacessíveis, pois os carros estacionam na frente e não há sinalização.

Algumas das rampas que foram construídas na área 2 - muitas a pedido da estudante - não têm o grau de inclinação adequado. A adaptação é feita para que nós tenhamos independência. Se ela é muito íngreme, pode facilitar a vida de quem está empurrando a cadeira, mas eu continuo dependendo de alguém, protesta Gerlene.

Em tempo: Agradecimentos especiais ao meu antenadíssimo amigo Mariozinho Telles que divulgou o e-mail/manifesto da Professora Célia Regina VieiraBastos.











20.3.02

Prêço proibitivo

Cem reais é o preço da taxa de inscrição para participar do 1o. Encontro Nacional de Educação Inclusiva que acontece dia 26 no Hotel Gloria, com apresença do Ministro Paulo Renato de Souza. O evento foi organizado a partir da aprovação da Lei Federal 10172 que está em vigor desde o início do ano, e que obriga as escolas do País, a receberem qualquer criança, independentemente, de suas limitações.

A importância do evento é inconteste, além de ser a primeira vez que o tema é discutido publicamente. O encontro organizado e promovido pela Associação Brasileira de Educação, está cobrando um prêço proibido à participação dos maiores interessados: o professor municipal e o estadual. Será que aquelas professoras que eu citei aqui, e que se disponibilizaram para educar o João, e com certeza as principais interessadas, têm cem reais para retirar do seu salário mensal como professora do município?

Não estou questionando a ABE -- nem sabia de sua existência, fiquei sabendo através da matéria do JB -- essa grana arrecadada, se bobear nem dá para arcar com as despêsas de um evento desse porte. Mas deixo aqui a pergunta ululante: porque o Ministro Paulo Renato sempre tão presente físicamente nesses eventos de educação, não deu um jeito de disponiblizar uma verba do MEC para esse Encontro? Ou talvez uma ajuda qualquer para baratear o preço da taxa de inscrição. Fica registrado aqui o meu veemente protesto.

18.3.02

Happy Birthday to Artimanhas

Pois é, este blog está completando um ano de existência, hoje. Em termos de Internet e blog é tempo pra caramba ! Eu não acreditava que duraria tanto. Achava que passado o entusiasmo inicial teria vida de poucos mêses. E com o mesmo ímpecto que foi criado seria acabado, encerrado, e ponto final.

Mas o meu querido blog resistiu bem às intempéries e as crises blog-existenciais . E mais, me descobrí uma blogueira convicta, e em dezembro do ano passado, criei outro blog o Teatro ETC & Tal, que vai indo muito bem obrigado, e já tá até na mídia.


Lembrando Oswald de Andrade

E hoje, está fazendo 78 anos do lançamento do Manifesto Pau Brasil publicado no Correio da Manhã, em 18 de março de 1924. E dele, pincei algumas frases que eu tinha anotadas no outro diário, há algum tempo atrás.

Nenhuma formula para a contemporânea expressão do mundo.
Ver com olhos livres.
A lingua sem arcaísmos, sem erudição.
Natural e neológica.
A contribuição milionária de todos os êrros.
Como falamos. Como somos.
Ser regional e puro em sua época.
O estado de inocência substituindo o estado de graça que pode ser uma atitude de espirito.
Apenas brasileiros de nossa época








16.3.02

Isto é Mestre Millôr Fernandes

no JB de hoje em Águas sujas de Março, detona todas, e ainda manda um alerta geral:

Mês próprio pra implantação do Parlamentarismo.

Como já aconteceu uma vez.

No tempo de João Goulart.

E Jango foi deposto no último dia desse mês.

Me levem a sério, por favor.


Pena que ele seja considerado humorista, e não "cientista social", "sociologo" ou qualquer outra daquelas categorias mais ou menos indefinidas que -- justamente por isso -- o povo acha que deve levar a sério, como muito bem falou a Cora lá no
InternETC.

15.3.02

Educação Inclusiva

Está em vigor desde o início do ano, a Lei Federal que obriga as escolas do País, a receberem qualquer criança, independentemente, de suas limitações. Polêmica, ela divide opiniões mesmo entre os deficientes, professores e demais profissionais, e vai ser tema do Primeiro Encontro Nacional de Educação Inclusiva, dia 26, no Hotel Gloria, e com a presença do Ministro Paulo Renato de Souza.

Trabalho com essas crianças, e sei o avanço que isso significa. Aqui na reportagem de hoje no JB, tem uma abordagem sensível e inteligente e com alguns depoimentos, mas eu enfatizaria que a questão é muito mais complexa. Conheço pais que levaram no mínimo três, quatro ou cinco anos para conseguir matricular seu filho. Tem uma que levou oito anos (eu disse oito anos, mãe de excepcional é excepcional) para conseguir matrícula para o filho com problemas de retardo e disturbio de comportamento. Aprovar a lei é um passo importante, mas tem ainda muitas etapas para serem vencidas, que vão desde o preconceito e a descriminação, ao despreparo completo do corpo docente.

Vale contar aqui como ilustração, a história da Mãe de um aluno meu, adolescente, hoje com 13 anos, que vagou durante quatro anos sem nada conseguir, e só teve sucesso na empreitada, quando resolveu não mencionar que o filho era deficiente, e assim conseguiu matricular numa escola pública do município. Foi descoberto pelas professoras no primeiro dia de aula, na maneira de andar e na linguagem resumida a gritos e repetições.

O relatorio desse caso, eu copiei do prontuario desse aluno (prontuario é onde se encontra todo o historico do aluno, desde a sua entrada na FUNLAR e tenho guardado na minha ficha de acompanhamento do tratamento. Este caso demonstra como depende, e muito, da boa vontade, além da sensibilidade e solidariedade humana. Por razões óbvias não poderei citar o nome da escola e das professoras, mas são pessoas como elas que honram e dignificam a profissão. Eis o comovente relato dessas professoras:

"Sua Mãe foi chamada, falou das várias terapias, sem precisar o diagnostico. Nosso trabalho foi baseado no ensaio-erro, uma vez que não dispunhamos de conhecimento para esse tipo de dificuldades, e nenhuma assessoria ou acompanhamento dos níveis intermediários. Ficavamos com ele, pegando sua mão e fazendo guardar os objetos que eram jogados no chão, repetindo: pegou-guardou. Ao final de vários "pegou-guardou", já guardava os brinquedos. Ele continúa a jogar as coisas, mas é só falar "pegou-guardou" e ele guarda.

Seu comportamento é hiper-ativo. Através do tatear algumas descobertas.
Começou a cantar músicas, repetindo a última silaba. Para ouvir histórias, alguém fica perto dele, acariciando-o levemente, e ele fica quieto. A princípio, era uma de nós que fazia isso, agora uma das crianças encarrega-se da atividade. Para ele permanecer sentado na cadeira ao merendar, é só colocar a mão no seu joelho, e ele fica.

Entramos em contato com o psicologo do João (nome fictício) que falou da importância da imposição de limites, e indicou bibliografia para consulta. Hoje, o
João é bem aceito pela turma que inclusive ajuda muito. Estamos felizes com os resultados obtidos e ansiamos por qualquer ajuda que permita que sejam melhores ainda".

14.3.02

Coisas da Meg

Na comunidade blogueira, temos uma vizinha que vem marcando a sua presença pela gentileza, educação, solidariedade, sempre com um carinho e uma atenção a mais. Sobre ela, a Super Cora já definiu muito bem " é o ser mais gentil do planeta web, quiçá do planeta como um todo, conectado ou não". Ela é a Meg, do Sub-Rosa.
Meg querida, eu sabia que existia algo mais que nos aproximava -- além do Mosca e da Tutu -- e agora tá explicado: a divina Lady Day, a inimitável, a inegualável, a maior cantora de jazz de todos os tempos: BILLIE HOLIDAY.



Disse tudo

O Millôr, hoje no JB, viajou no tempo, trazendo um personagem de Shakespeare, para falar da contemporaneidade. A peça escolhida, e o personagem couberam como uma mão na luva para falar do tempo presente na politica brasileira. Coisa de Mestre.
Olha aqui. Essas coisas mexem demais comigo... e eu fico ... fico boba ! A gatinha da vida do Mosca, em foto dedicada a minha pessoa ! Valeu Mosca!

12.3.02

O que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.

Assim falou o Gabriel Garcia Marques, e quem mandou para mim foi o querido amigo Eloy Araújo (ator, diretor, autor de "Tango,bolero e cha-cha"). E eu estou postando aqui numa homenagem aos meus bons amigos que se manifestaram em solidariedade e apoio à minha pessoa lá no Forum de Teatro, e em especial à escritora e competente advogada especialista em direitos de Internet, Suzi Hong. Valeu, bela Suzi.
Existe uma ecologia das idéias danosas, assim como existe uma ecologia das ervas daninhas" falou Gregory Bateson em L`écologie de l´esprit - Tomo II,Paris, Le Seuil 1980.
Estou postando este texto porque eu ia falar do Félix Guattari e o movimento ecosofista, mas ficou só na intenção...tenho que acordar cedo, e ainda postar agora lá no blog de artes cênicas. Bon soir, mes amis. Santé, Amitié, Felicité sont mes voeux pour usteds (hum... mal... esta foi só para rimar).

9.3.02

Sujou !

Era bom demais para continuar. A minha alegria durou pouco. O meu blog de artes cênicas, Teatro ETC. & Tal, estava vivendo um grande momento da sua história, reproduzindo na íntegra os depoimentos do pessoal de teatro no Forum Virtual de Teatro, até ontem. A discussão começou a partir da coluna do Xexéo no domingo retrasado, e estava rolando o assunto até ontem.

Sobrou pra mim, porque uma atriz se sentiu "invadida" no que ela acreditava ser um "papo caseiro", só com o pessoal do Forum, e quando viu o seu depoimento na íntegra, lá no blog estranhou. E agora rolou lá um comunicado estranho de um moderador, com quatro itens de proibições, e a primeira é esta:

1. A publicação de qualquer e-mail enviado ao Forum em qualquer lugar seja Home-page, Blog, jornais, só pode ser feita com expressa autorização do autor (respeitar os direitos autorais é função de todas as pessoas ligadas ao Teatro).

Estou apelando para os vizinhos blogueiros que entendam de direitos autorais na Internet (Se existe, isso como funciona como?) Help querida Suzi Hong !
E viva a nossa comunidade blogueira que não tem esse tipo de problemas. Entra-se a qualquer hora na casa do vizinho, pega fotos, imagens, textos e o que mais interessar, e ninguém fica cobrando posturas éticas, direitos autorais e que tais...
E nessa, eu estou até agora, respondendo mais de trocentos e-mails... e o lado positivo disso tudo, é a solidaridade recebida de pessoas que eu nem imaginava, e decepções com outras, enfim ... ç`est la vie ... rien de rose...

PS. Acabei de ler lá no Forum, um e-mail de solidariedade à minha pessoa que me emocionou deveras. Valeu querida amiga Alice Viveiros de Castro

7.3.02

Este vizinho é daqueles que eu quero ter sempre por perto. Fera.
Este blog estará fazendo um ano, dia 18 de março, e eu preciso arranjar um tempo para aprender a colocar imagens aqui. Já ensaiei os primeiros passos, mas a demanda de tempo nesse lance não tem limites, e eu desistí. Mas agora preciso resolver essa parada, logo.
A querida Meg, do Sub-Rosa sabe o porquê.

4.3.02

Passando aqui so para nao perder o habito... estou caindo de sono e exausta. Tinha uma porçao de coisas pra postar aqui , mas vai ficar pra outro dia. Voila. Bon soir, mes enfants!

1.3.02

Ah, esse Xexéo...

Eu não tenho nada com isso. Quem detonou foi o Xexéo na coluna de domingo passado, "Cartas Marcadas", falando sobre patrocínios para o teatro e medalhões. Foi a deixa pra arrepiar a galera lá no Forum de Teatro. Eu tô publicando tudo ou quasi tudo aqui no blog de artes cênicas.
Ah, jah sei... vou botah aquela acentuaçaum que a galerinha inventa !
Olha aqui Marina, cah entre nohs, g a t a u m eh o Mosca - o Canalha Amarelo!
Esse blog ta esquisito ... agora nao ta pegando acentuaçao alguma. Alguem sabe me dizer o que isto signigica ?
Olha aqui Marina, ca entre nos, g a t a o e o Mosca - o Canalha Amarelo.