29.4.02

Senta que lá vem história

Oportunidade rara para ver e ouvir os maiores contadores do Brasil e do mundo.
Estou contando aqui no blog de artes cênicas tudo sobre o I Simpósio Internacional de Contadores de Histórias que começa no próximo sábado aqui no Rio.

27.4.02

Hummm... esse blog ta esquisito...
Ja escolheu a peça que voce quer ver ? Veja aqui se a sua escolha esta incluida entre as 26 peças que saem de cartaz neste final de semana.
Sobrou para o Abelardo

Quando eu estou naquelas fases de vida, digamos assim mais fragilizada, eu apronto demais, e por esse motivo, nessa semana várias vezes eu pensei em deixar o Abelardo na garagem e enfrentar um bus, mas decidí não dar espaço para o baixo astral, e saí dirigindo sem problemas -- até hoje de manhã, ao sair de casa.

Ao colocar a chave na ignição e botar o motor para funcionar, o Abelardo deu um salto e saiu deslizando pelo chão até dar com o nariz na pilastra e amassar legal o capô. Pelo impacto, eu tive a sensação que o parabrisa ia quebrar também, e levei um susto respeitável. O freio de mão estava puxado, por isso eu não entendo como ele andou. O único êrro -- fatal -- foi ter deixado engatado na primeira, ao estacionar aqui na garagem, ontem á noite.

Para completar, o coitado estava imundo -- ele é muito branco e qualquer sujeirinha mancha -- aproveitei e levei ao posto para dar um trato nele. Fiquei até triste de ver como ele ficou estropiado. Além do nariz quebrado, a trazeira também tá estranha, amassada em redondo pra dentro ( foi no estacionamento) e a lateral esquerda tá toda amassada e arranhada -- sou muito ruim de ré, e batí num hidrante. Preciso encontrar urgente uma boa oficina de pintura e lataria.


Afetos & perceptos

É muito difícil para mim postar aqui qualquer comentário do meu trabalho com portadores de deficiência, desde os aspectos mais simples até as minhas pesquisas e descobertas, tipo técnicas corporais que eram relegadas a um segundo plano e que me surpreenderam produzindo ótimos resultados em determinados casos, como a Eutonia da Gerda Alexander, com autistas.

Eu fico bloqueada para comentar aqui essas conquistas, resultado de muitos mêses de um trabalho atento, paciencioso e amoroso. É como se eu fosse revelar um outro lado meu, e do qual nem eu tinha conhecimento. Eu amo o meu trabalho, e não fosse por ele, eu já teria pirado legal.

26.4.02

Las cosas acá estan quedando muy peludas

Quem mandou ? Agora guenta os trancos e inventa outra.

E no mas, é como diz o genial poeta CHACAL : A vida é curta para ser pequena.

24.4.02

Desligada, eu ?

Acordei atrasadíssima. O despertador não funcionou (deixei ligado no PM) e o meu relogio biologico ainda não registrou esse horário madrugador. Saí batida, e em jejum, mas não deixei de passar antes na banca da esquina e comprar O Globo. E às oito e meia eu já estava na FUNLAR com tudo em cima para a primeira aula individual do dia, mas o aluno faltou. Aproveitei o lance e fui ler o meu jornal, e nada de achar o Caderno de Informática, e, foi assim que eu me toquei que hoje não era segunda-feira!!!

Para completar a pasmaceira, o meu celular está sumido -- perdido ou roubado. Já vasculhei o carro, aqui em casa, no trabalho e não estou encontrando. Guardei na bolsa no domingo á noite, ao chegar em casa, e dei pela sua falta na segunda depois do almoço, no trabalho.

23.4.02

Salve São Jorge

Hoje aqui no Rio, feriado municipal em homenagem ao santo guerreiro, o JORDI como dizem os francêses, também adeptos do santo. Vi a imagem de São Jorge até na casa de um amigo da esquerda francêsa, e em casas de outras tendencias politico/religiosas, o que me causou uma certa surprêsa, depois acostumei com o fato.
Que Saint Jordi interceda pela França no segundo turno dessas eleições. O M. Le Pen há muito tempo vem plantando nas bases com um discurso que agrada ao povão e a esquerda nemtavaaí pra ele, e deu no que deu.
Hummm... este blog nao ta postando...
L´être avant la lettre

la vie en close
c´est une autre chose
c´est lui
c´est moi
c´est ça
c´est la vie des choses
qui n´ont pas
un autre choix.

c´est Paulo Leminski, et c´est tout par aujourd´hui mes enfants.

21.4.02

Índios japonêses

Só vindo aqui para um alô. Amanhã, acordo de madrugada. Fui ver hoje (domingo) os índios japoneses no Museu da Republica, cantando e dançando a tradição dos índios Ainu do Japão --eles usam aqueles kimonos japoneses e aquelas tiras amarradas na cabeça, e me lembrou em alguns momentos um ritual de teatro no -- e teve também participação especial de alguns índios brasileiros. Bem interessante. Adorei ver lotadas as arquibancadas armadas no jardim do Museu -- devia ter mais de mil pessoas. Vi hoje também um espetáculo para crianças "A perseguida" no Teatro Glaucio Gil, com linguagem de clown e cinema mudo que vale para as crianças grandes também.

20.4.02

A cobra fumou

Ante-ontem (quinta-feira) estava eu na fila de desistência para assistir o terceiro filme do dia do festival de documentarios do CCBB, quando adentrou pela porta principal, uma senhora de uns setenta anos, sozinha, fardada e cheia de medalhas e estrelas nos ombros. Eu pensei comigo: estou vendo uma generala! Ela se encaminhou direto para uma roda de elegantíssimos senhores todos de cabelos branquinhos, e que já tinham chamado a minha atenção.

E só quando começou o filme A cobra fumou -- sobre os feitos da nossa FEB na Italia, é que eu fiquei sabendo, a generala era a MAJOR ELZA, enfermeira brasileira que trabalhou na Cruz Vermelha na segunda guerra na Itália. Ela é uma das principais personalidades que aparecem no filme dando depoimento, e no final do filome, ela e aquela galera de cabelos brancos foram festejadíssmos e muito cumprimentados.

Adorei o filme. A partir dele tenho outra visão da historia. Vou comentar aqui depois com calma. Agora estou correndo para o CCBB tenho 3 ou 4 filmes, se der para ver até a noite, inclusive o filme da Agnès Varda sobre catadores de lixo de Paris que passa às 21,30hs e o documentário sobre um dos mais importantes diretores teatrais do Brasil e do mundo: Antunes Filho.

Ah, e ontem eu vi o espetáculo de dança da Denise e do Michel (nem preciso dizer que eu e o público que superlotou o Teatro II gostamos tanto que aplaudimos em pé) , e o documentario Viva São João com o Gilberto Gil, dirigido pelo Andrucha. Saí na metade, me incomodou demais a pasteurização de um tema tão brasileiro. Arrgh!...

18.4.02

Aller-Retour Simple

Aqui no JB de hoje, uma entrevista com a Denise Namura, falando do espetáculo que estréia hoje no Teatro II do CCBB, e vai até domingo. Aí na matéria, ela foi até modestinha, falou do sucesso deste espetáculo na Europa, mas não falou do sucesso das oficinas e os vários módulos do curso que atraem bailarinos, cantores, atores e circenses da Europa toda. Nos três módulos que eu fiz tinha uma alemã cantante de ópera, uma russa circense, uma bailarina inglêsa, e um ator de Lion, que vieram a Paris especialmente para fazer o curso com À FLeur du Peau.

17.4.02

Vizinhos blogueiros em recital de flautas na UFRJ

Notícia ouvida hoje de manhã cedo na Radio MEC/FM: LAURA RÓNAI e TOM MOORE, nossos vizinhos blogueiros vão dar um recital de flautas, com um repertorio erudito e popular, amanhã, quinta-feira, às 19 hs. no Forum de Ciência e Cultura da UFRJ, na Praia Vermelha, Av. Pasteur, 250 - no Salão Dourado localizado no segundo andar. Fiquei louca para ir. Tô com uma agenda apertadíssima, mas vou dar um jeito. Sabe-se lá quando terei outra chance...

16.4.02

Vocês já conhecem a Interpalco? Eu recomendo, e não é porque eu colaborei neste número. Vale dar uma conferida

Hummm... depois desses posts de hoje, nem sei o que eu vou pensar de mim, amanhã ou depois de amanhã, ou daqui não sei quanto tempo. Voilà.

A Fleur du Peau

Aller-Retour Simple é o nome do espetáculo da Cie. A Fleur du Peau, de Denise Namura e Michel Bugdahn vindo diretamente de Paris para o Dança Brasil no CCBB nesta semana (quinta a domingo). Absolutamente imperdível, depois não digam que eu não avisei. E não é só porque eu estagiei na companhia em Paris, mas porque eles são um dos grupos mais importantes de dança contemporanea no mundo, atualmente. Sorry.

14.4.02

É tudo verdade

Estou em estado de graça! Eu vi ontem no CCBB It´s all true baseado no filme inacabado do Orson Welles rodado aqui, em 1942. É um filme marcadamente brasileiro no sentido de que o genial cineasta soube captar a essencia da brasilidade. Tem cenas rodadas nas praias em Fortaleza, Recife, Salvador para o filme " Quatro homens e uma jangada", do Carnaval do Rio nos anos 1940, e tem ainda depoimentos do próprio e da equipe responsável pela recuperação dos originais do filme em 1985 nos porões da Paramount, do Grande Otelo que conviveu com Orson Welles na sua estada aqui, entre outros. O filme me pegou também pela emoção, e chorei pacaramba! É lindo demais ...

Para quem não viu, tem ainda uma chance de ver no dia 20 de abril no CCBB de São Paulo.

Vi também pela segunda vez o filme do Rogerio Sganzerla, sobre esta fase de Welles no Brasil : Nem tudo é verdade com o Arrigo Barnabé no papel de Orson Welles, que além do " physique du rôle" bate um bolaço como ator. Um dos grandes momentos desse não menos genial cineasta que reconta a historia dessa estada de Weles entre nós, em uma trilogia;"Nem tudo é verdade", "A linguagem de Orson Welles" e Tudo é Brasil".

13.4.02

O que importa, sempre, é levar a consciencia corporal até os alunos porque penso que bem mais importante do que conhecer o espirito é saber que o corpo existe, está aqui comigo e dependo dele para viver. Cada um começa a descobrir o próprio corpo, seu ritmo, e sòmente aí esse corpo pode começar a dançar, interpretar, se expressar. Nisso não há nada de esotérico, divino ou coisa assim:
quero apenas recuperar o lado lúdico do movimento.
KLAUSS VIANNA 1928/1992.
Em memória do bailarino, coreógrafo, ator e professor Klauss Vianna - um dos ícones da dança contemporanea e do teatro brasileiros, registrando os dez anos de sua ausência e que se completam hoje, dia 12 de abril.

12.4.02

Parfois le mercredi

Terça-feira é a minha folga na FUNLAR. Sorte a minha, porque nesta terça houve outro daqueles confrontos entre a policia e a rapaziada do Morro dos Macacos. E sempre que isso acontece os rapazes do movimento gentilmente avisam à direção da instituição, e temos que suspender todas as atividades, e foi o que aconteceu na terça á tarde.
Já postei sobre isso aqui e um fato semelhante no ano passado. No dia seguinte, na quarta-feira, o estresse continuava, e se desse ouvidos à boataria e tititis dos funcionários nos elevadores, corredores, eu não teria nem trabalhado. O tititi mais leve era do tipo "a policia tá lá em cima, mas a rapaziada pode voltar a qualquer momento". Adrenalina pura.
Mas pelo sim ou pelo não, eu evitei passar pelas rampas do lado externo do prédio que dá bem em frente para o Morro dos Macacos.

9.4.02

Cheiro mal avaliado em fragrância e distancia

No domingo, eu estava sentada aqui blogando e sentindo aquele cheiro de algo queimando no forno, e que ia ficando cada vez mais forte. Quando isso acontece sempre penso que o cheiro é do vizinho. Lá pelas tantas, levantei daqui por qualquer motivo, e fui em direção à cozinha, e senti que o cheiro vinha daquelas bandas. Corrí até lá, e foi o quanto deu tempo para desligar a máquina de lavar roupa que estava quasi saindo fumacinha. Mais alguns minutos, ou talvez segundos teria se incendiado, pelo tempo que estava ligada. Resultado: parou de funcionar, e hoje no final da tarde espero o técnico da Enxuta para dar o seu diagnostico.

Não é a primeira vez que a anta aqui dá um vacilo desses. Uma vez foi o arroz que queimou todo, outra vez foi uma chaleira de aço que ficou totalmente destruida. E como sempre, eu sentia o cheiro daqui e pensava que era na casa do vizinho.

7.4.02

E no mas, e como dizia Leminski: Haja hoje para tanto ontem.
Dia 7 de abril

Hummmmm... hoje o dia promete ! O meu espanto é total ! Et alors qu´est ce que je vais dire? Voilà. Ça va sens dire! Bien sûr ! Moi, je suis... je suis... je ne sais pas, Que sais-je?

6.4.02

Primeiro Damo

Quasi nunca assisto televisão, hoje eu abrí uma exceção para ver a posse da Benedita. E fiquei emocionada vendo o seu marido, o ator Antonio Pitanga ali recebendo todas as honras, sentado ao lado dela. E me deu aquela forte emoção, e tanta que fiquei até intrigada com o fato. Horas depois --sou defasada mesmo -- eu fui entender o porquê daquela emoção, quando eu lembrei de uma cena de preconceito explícito protagonizada por ele, ha alguns anos, quando foi proibido de entrar em um restaurante num Festival de Cinema na Praia de Camboriu, nos anos setenta.

No primeiro dia do festival fomos todos convidados para jantar em um famoso restaurante á beira mar, e o Pitanga (estava lá com um filme do Glauber -- ele era um dos atores preferidos do genial cineasta) foi barrado acintosamente porque era proibida a entrada de negros naquele restaurante. Os artistas todos presentes, Rogerio Sganzerla, Sarraceni, Luiz Carlos Pires, a Bety Faria, Marcia Rodrigues, Irma Alvarez, Beatriz Veiga e outros que eu nem lembro mais, se rebelaram, firmando uma posição, ou ele entrava ou todos se retirariam em protesto.

E é claro, que depois dessa, o Pitanga entrou, mas a revolta e a indignação ficaram pairadas no ar. Para completar o clima, o jantar custou a ser servido, e nessa espera, alguém começou a lançar indiscriminadamente bolinhas de pão e essa bobeira contagiou alguns, e era bolinha de pão jogada para tudo quanto era lado. O marido de uma famosa atriz presente ao festival, não gostou da brincadeira e revidou atirando um copo de vidro que voou de uma ponta a outra da imensa mesa onde estavamos todos sentados, indo se estilhaçar na parede. E eu, nesse exato momento, assustadíssima, tratei de me proteger, indo parar em baixo da mesa.

Bem, a partir daí rolou a maior pancadaria, com a mulherada levantantando da mesa na correria, fugindo da confusão. O tal do marido era forte e bom de briga, e sobrava soco, ponta-pé e cadeiras voando em todas as direções. A turma do deixa disso teve o maior trabalho para acalmar os animos. Mesmo depois que tinha acabado a briga, eu relutava em sair do meu posto debaixo da mesa, pagando o maior mico. No dia seguinte, foi uma debandada geral, voltaram quasi todos para o Rio e São Paulo. O Festival acabara no seu primeiro dia, e o que se seguiu foi um arremedo de festival para os que como eu, ainda ficaram mais alguns dias.
Relógio e cortina Swatch

Tenho umas manias levadas muito a sério. Uma delas: só uso relógio Swatch. Já tive uma coleção. Um para cada ocasião. No free-shopping a bordo da Air France, era baratíssimo. Hoje só tenho um, e olhe lá! O último, já estava se despedindo, a pulseira já tinha sido trocada uma vez, mas agora tinha arrebentado ali onde encaixa, e não dava mais para trocar. O jeito foi comprar outro. Veio de brinde, uma cortina para banheiro.

Chegando em casa, ao abrir a caixa, a maravilhosa surprêsa. A cortina é linda, tem o mesmo desenho do mostrador do meu relógio, e o plástico (de ótima qualidade) azul ton-sur-ton e corações rosas (daquele tom de rosa do Valentino, que eu adoro). Eu acho o máximo cortina de plástico no banheiro, ao invés desses blindex e que tais, desde que eu vi uma no banheiro de um amigo meu, chiquérrimo. Na hora, eu decidí que um dia teria uma no meu banheiro.

Ah, não deu outra, retirei as duas portas do box do meu banheiro, (maior trabalheira, quasi desistí) e deixei a armação. E não é que deu certinho para encaixar as argolas da cortina, sendo que a medida deu legal na largura, mas na altura ficou faltando uns quatro ou cinco centimetros para encostar no chão, e molha um pouco fora do box, mas não quero nem saber, estou maravilhada com a minha cortina. Um luxo, só!

4.4.02

Idéia na cabeça, modem na mão

Em Veredas Online deste mês, uma matéria assinada pelo Paulo Roberto Pires -- jornalista e professor da Escola de Comunicação da UFRJ -- sobre as tecnologias do século 21, abordando com seriedade um tema que nos interessa de perto: weblog ou blog para os íntimos. Traz ainda entrevista com a Super Cora, o Sergio Catarro e o Thiago, entre outros influentes blogueiros.

3.4.02

Coisas do destino...

Sabe aquela do lado que não se espera é que vem. Não escolhi trabalhar com portadores de deficiência. Tal trabalho nunca tinha passado pelos meu planos profissionais. Logo depois da minha formatura na Angel, em Recuperação Motora - Terapia Atraves da Dança, eu estava investindo animadamente em alguns projetos voltados para a busca da minha expressão artística. Tinha formado um grupo de contação de histórias,Ao pé da fogueira, (criei um método de contar histórias com movimentos corporais ilustrativos da história) e estavamos contando em hospitais, orfanatos, escolas, e até em teatro -- no Teatro Glaucio Gil, em Manhãs de Histórias. E, nessa época, descobri o Dácio e me envolvi na pesquisa do clown, dava muita aula aberta ( aulas gratuitas para mostrar a técnica), entre outros aprontos.

Estou nessa atividade toda, com muitas idéias e projetos, quando recebí um segundo convite para estagiar na FUNLAR. Resolvi enfim aceitar, porque eu precisava fazer um estágio profissional para cumprir as formalidades do exercício da profissão, entre outras motivações. E, jamais esquecerei das palavras da Mestra Angel Vianna quando me disse com aquele seu jeitinho todo especial: Olha aqui, minha filha, você está num estágio de vida que tem tudo para dar certo nesse tipo de trabalho.

Passei por várias fases, sendo que a primeira foi de espanto total, achando que não iria aguentar nem o primeiro mês de estágio, até resolver enfrentar os desafios todos, inclusive os meus medos, inseguranças e preconceitos. E, no final do terceiro mês de estágio, eu estava definitivamente envolvida e conquistada pelas possibilidades infinitas desse trabalho, e concluí que toda a minha formação profissional, desde teatro, terapias corporais, dança, clown, contação de histórias, etc. tudo me encaminhou para esse trabalho com portadores de dificuldades especiais. Amo o meu trabalho. E se existe um destino, o meu já estava traçado.

2.4.02

Inspirar acalma minha alma,
meu corpo e minha mente.
Expirar me faz sorrir.
Na pausa, só existe o tempo presente.
Dácio Lima l952 / 2002

Ontem, no Teatro Glauce Rocha, completamente lotado, aconteceu a festa para celebrar o aniversário do Dácio -- estaria completando 50 anos no dia 31 de março -- com a apresentação de um espetáculo composto por fragmentos de suas obras como O Baile, As Mascaras e Clowns, e uma exposição retratando a sua trajetoria. Altas emoções no palco e na platéia. Um grande momento de emoção, de beleza, de fé no teatro, de fé na vida, e a certeza da nossa transitoriedade e a perenidade da arte.

E tem muito mais coisa ... mas eu ainda estou muito tocada com esses acontecimentos todos, e vou ficando por aqui com uma frase do Oscar Wilde:

Cada um de nós passa a vida buscando o segredo.
Pois bem, o segredo da vida é a arte
.