25.11.02

Maracanã, concursos, containers do Rush, malucos, cambistas e tiros Sábado de manhã fui caminhar no Maracanã que estava mais agitado do que nunca. Tinha uma prova de um concurso para sargento da Aeronautica com entrada pelo portão principal na Radial Este. Milhares de jovens disputavam as vagas e curiosamente, pouquíssimos rapazes, a grande maioria era de meninas acompanhadas de mães, pais ou parentes. No Estadio do Maracanãzinho, acontecia o segundo dia de um congresso de Educação, movimentadíssimo também. Nos guichês, filas imensas para comprar ingressos para o Rush e para o futebol de domingo. Outras filas gigantescas (teve gente que amanheceu na fila) para a abertura dos portões às duas horas da tarde para o show do Rush, á noite. E cambistas para todos os lados faziam a festa. Estava lá também aquele famigerado que me vendeu o ingresso para o Hamlet do Peter Brook. E os tipos mais curiosos e interessantes representando as vários tribos que chegavam para assitir o show do Rush. Tinha uns malucos fantasiados de São Francisco de Assis, que vim a saber depois que não era fantasia. Eles pertenciam a uma seita de um padre franciscano. Nunca ouvi falar disso. Logo depois, uma turma de rapazes e moças, usando umas camisetas com uma estampa enorme de Nossa Senhora Aparecida. Pensei que fosse outra seita. Não era. Pelas filipetas distribuidas por eles, fiquei sabendo que era um espetáculo, "musical brasileiro de coração", em cartaz no Espaço Cultural São João da Cruz -- antigo cine Roma, na Tijuca. Outra completa novidade para mim. Os dois vendedores de camisetas e bonés do Rush eram assediadíssimos. Vendedor ambulante de tudo --de camisetas, pranchas e canetas a churrasquinho. E o transito em volta do Maraca completamente caótico com a chegada de oito containers trasnportando os cenários e a parafernalia do show do Rush (maiores dos que os containers russos -- até agora eram os maiores do mundo para mim, transportavam os cenarios de um espetáculo russo que eu vi num Festival de Teatro de Bonecos em Charleville Mézzières, no interior da França). É claro, que eu parei boquiaberta para admirar os containers. Sou fascinada por containers. E pelo horário da chegada, o descarregamento e a montagem, o show do Rush deve ter atrasado. Já tinha dado uma volta quasi completa no Maraca e estava passando perto da estátua do Belini, quando vejo uma pequena multidão que vinha correndo em minha direção, e á frente um cara parrudo segurado por vários PMs. Essa turma tava afim de linchar o cara seguro pelos PMS -- era um cambista que momentos antes tinha puxado o revolver e dado uns tiros para o alto ameaçando um rapaz que era um dos mais exaltados "esse fdp podia ter matado alguém". Curiosa, fiquei olhando a cena, mas tive que correr também porque de repente alguns PMs correram de arma em punho e pegaram outro rapaz que parecia estar armado. E a mesma multidão que queria linchar o cambista, volta correndo, nem sei porquê. Enfim uma baita de uma confusão, e eu ali. Tratei de sair da reta. Soube depois que a confusão era por causa da venda dos bilhetes para o jôgo. Apesar de anunciada pelos jornais a venda antecipada de ingressos para o jôgo ainda não tinha sido liberada, mas os ingressos estavam sendo vendidos pelos cambistas. E pensar que um dos principais motivos porque eu não fui ao show do Rush foi pelo medo das confusões que acontecem no Maraca nesses eventos.

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